terça-feira, novembro 25, 2014

Divina providência

O Inter se esforçou (e como) para ficar fora da Libertadores.

Perdeu jogos chaves (Corinthians em casa, Grenal...), naufragou contra equipes fracas (Chapecoense, Vitória, Figueirense...) e teve desempenho rídiculo no enfrentamento contra os concorrentes diretos (0 ponto contra Corinthians e Cruzeiro, 1 contra SP).

Tudo isso é fruto de uma queda de desempenho gritante em relação ao 1º semestre (nem tanto em pontuação - já que fizemos 34 pontos no 1º turno e já temos 29 no 2º - mas em desempenho e qualidade de jogo).

O cenário que se projetava era terrível: talvez nem com 2 vitórias e 1 empate nos últimos 3 jogos a vaga fosse alcançada (dependeria de resultados paralelos). Após uma semana com derrotas consecutivas do coirmão (que "dó"!!!) o cenário mostra-se bem mais favorável: é necessário apenas 3 pontos (ou 1 vitória) para regressarmos a Libertadores.

O que realmente assombra é que se o futebol anda insatisfatório, os bons ventos estão soprando a favor. Em 2 jogos fundamentais, dupla intervenção divina: gol de bicicleta (?!?!) de Paulão e tento de Fabrício no apagar das luzes em um lance totalmente fortuito. A maré anda tão a favor que até pênalti claríssimo foi ignorado.

A situação atual poderia ser resumida num daqueles tradicionais ditados que ouvimos desde sempre: "mais sorte que juízo". Seria prudente o Inter diminuir essa dependência do bom humor dos deuses do futebol, mas para isso vai ter que começar a jogar bola, algo raro nas bandas do Beira-Rio recentemente.

O confronto que se avizinha de nada parece fácil: depois de precisar parir uma bigorna pra vencer o Goiás e ser envolvido pelo time reserva do Galo, e sem nunca esquecer nossa famosa fama de ressuscitar mortos, nada mais parece surpreender quando se trata do colorado.

O que fica é que o confronto com Palmeiras tem todos os ingredientes que deixam qualquer colorado alerta: jogo decisivo, equipe vinda de resultados favoráveis, em casa, equipe adversária em péssimo momento, jogando sua vida, enfim, o tradicional cheiro de "tragédia" impregnado no ar.

Para não dar chance ao azar, está na hora de nossa equipe voltar a fazer um bom jogo e não repetir os defeitos que se manifestam de maneira recorrente nos últimos embates: pouca contundência, lentidão na transição entre os setores e má jornada técnica de nossos principais jogadores (Aranguiz, D´ale, Alex...).

Um ponto muito importante, e dificil de endereçar a curto prazo, é a vísivel e preocupante queda física: jogadores parecem cansados, sem explosão e com pouca movimentação de nosso setor ofensivo.

O Inter não consegue fazer pressão alta, não tem saída em velocidade e a equipe rival parece estar sempre voando, ao passo que a nossa se arrasta de maneira modorrenta em campo.

Esta queda de produção no 2º semestre em muito se explica neste declínio físico, e o Grenal deixou bem visível o abismo na preparação entre as 2 equipes. Claro que a idade avançada do plantel como um todo (uma das maiores médias da série A) também tem sua influência, mas ao meu ver este é um grande ponto a ser melhorado no ano vindouro (alguém por exemplo sabe o nome do preparador físico do Inter?).

O Inter tem a faca e o queijo na mão.

Uma vitória garante volta a Libertadores e todos os esforços serão concentrados neste fim.

A torcida colorada deu show contra o Galo, e tudo indica que não será diferente contra o Palmeiras.

A Libertadores caiu no nosso colo. Agora só é necessário o time retribuir e jogar bola. Porque contar sempre com a sorte é brincar com fogo.

E a nossa cota de milagres por este ano parece estar no limite.

SC
@Davi_Inter_BV