quarta-feira, dezembro 17, 2014

Pô! Pojeto?

Se a profissão de técnico de futebol no Brasil pudesse ter um hino, com certeza a música escolhida seria: "ciranda, cirandinha... Vamos todos cirandar..."

Inacreditável que num país de tantos habitantes tão poucas pessoas sejam boas o suficiente pra ser o treinador de um time profissional de ponta. Inaceitável até.

Nisso nem me restringiria a país... Num planeta com tantos habitantes ter tão poucos habilitados a ser treinador de clube grande. Mas parece que se o cabra não souber falar português e ter nascido em um dos 27 entes da federação é uma heresia colocar no comando de um time brasileiro.

Voltando ao fato da mão-de-obra escassa, tanto é inaceitável tão poucos serem aceitos que tenho várias teorias conspiratórias. Uma delas diz respeito ao respaldo: ao contratar um nome conhecido, um personagem rodado e taxado pela mídia como milagreiro tu protege a incompetência de quem contrata.

Tá e se não der certo? Beleza! Não deu química entre atletas e comissão técnica, põe a multa milionária no bolso, espera esfriar a merda e vai para o próximo time.


"Luxemburgo?! Roth?! Mano?! Cêis tão loco?!"
Eis o motivo da fúria do Fabrício?
Não existe planejamento de longo prazo. Na verdade, raros são os casos de algum planejamento. Assim, conforme sopra o vento vai se levando o dia-a-dia no clube. Ao primeiro rugido da torcida, se os resultados não forem acima do esperado é porta da rua pro treinador (ou distribuidor de coletes, em alguns casos).

O que deveríamos ter é um plano diretor no futebol. Decidir o estilo que queremos do INTER e os jogadores, comissão técnica e demais profissionais serem escolhidos por esse critério. Não por terem a aura de que serão vencedores sob qualquer condição pois sabe-se que isso não existe (apesar de esquecer a maioria das vezes).

Sem uma linha de chegada, a definição clara de quem queremos ser, que INTER somos, seguiremos a mercê de "pojetos", "cautela" e outras coisas de mano...

Se eu fosse vice-presidente de futebol do INTER o que eu faria?

Primeiro iria esperar o presidente se decidir, como manda a hierarquia. Dependendo da escolha... Se viesse o Alejando Sabella ou o Jorge Sampaoli daria os parabéns (apesar dessas duas opções parecer miragem), se viesse o Falcão poderia até dar um beijo, Já se o escolhido fosse Roth, Cuca, Luxemburgo, ou outro escudo daria um tiro, Já se viesse o Mano Menezes era caso de esquartejamento.

Por fim, se o presidente sossegasse com as ideias mágicas de sempre e colocasse pra eu resolver o problema, de imediato iria sair da cirandinha. Ia sair e procurar um técnico de fora com certeza. Vasculharia alguém com potencial especialmente na Espanha, Alemanha, Holanda e olharia com carinho o Uruguai que são escolas que se aproximam do que eu penso de um perfil INTER de jogo. Isso tomaria umas três semanas de pesquisa séria, quase 24 horas por dia, pra na última semana fechar o negócio.

Escolhido a cabeça do comando, procuraria alguém para auxiliar no trabalho. Pensaria num técnico com bom histórico em times menores. Assim, com um planejamento de dois anos, boa remuneração e visibilidade seria fácil atrair e reter esse talento. O nome que pensaria pra isso é o Lisca.

Por fim, o meu "triunvirato" teria alguém na preparação física de peso. Sabem quem eu convidaria? Segurem os queixos: Nuno Cobra.

Obviamente como eu estaria indo contra a "política do mercado" e possivelmente teríamos algum tipo de retalhação. Ou pra mim ou contra o clube. Imagina a fila de técnicos da cirandinha esperando a vez de sentar na cadeira e eu puxo a cadeira, paro a música e mando todo mundo pra casa.

Mas quais e que tipo de retalhações eu não sei de verdade. Ameaças de morte, sequestro de familiares? Acho que não chegaria a tanto... só acho!

E se depois de todo esse trabalho, nada disso desse certo? A culpa seria toda minha, sem escudos! E eu seria ejetado com todo gosto pelo "mercado vigente" sem nenhuma perspectiva de retorno.

Perceberam como tem certa lógica minha "teoria da conspiração" pra ciranda-cirandinha?

Ventos de mudança... É o que precisamos!