terça-feira, janeiro 17, 2012

D'AleSonda

Guardiola declarou, recentemente, que sonha com o dia em que o Barcelona terá seu time composto exclusivamente por jogadores oriundos da base. Se pra eles ainda é um sonho, imaginem pra nós! Se lá já levaram décadas para chegar ao que são hoje e ainda assim contratam, quanto tempo levaríamos? De qualquer forma, embora de longo prazo, creio ser um investimento que vale à pena.

Pois o dia, recheado de notícias ruins fora de campo, vem também com a especulação da saída de D'Alessandro para o futebol chinês.

Fernando Carvalho não é um ex-Presidente, é um ídolo da torcida. Não recairá sobre ele a responsabilidade da eventual perda de D'Alessandro neste momento. Ainda que para o seu lugar venha Dátolo, Giuliano ou qualquer outro especulado no momento, a ira da torcida recairá toda sobre o atual mandatário do clube. Nada mais natural. Mas Luigi, que integra a gestão do Inter desde o primeiro mandato de Carvalho, estará também neste caso, pagando o preço dos atos de seus ex-companheiros de Direção.

A aproximação com Sonda e tantos outros investidores proporcionaram ao Inter a montagem de grandes grupos. Minha maior crítica nunca foi a essas parceirias em si, mas à existência de mais de 60 profissionais entre time principal e time B, especialmente contratações sem critérios claros como Kléber Pereira, Bustos, Fransérgio e tantos outros. Será que é impossível fazer parceiria sem ter que pagar esse pedágio?

Agora se fala na saída de D'Alessandro. Pra mim, seria tão impactante quanto foi a de Nilmar em 2009. Lembram do que faltou para sermos campeões brasileiros no ano do centenário? Pois é, o problema de certos negócios é que aconta chega quando menos se espera e, quem paga, invariavelmente é a torcida.

Não estou dando solução para o problema, não tenho a fórmula mágica. Fernando Carvalho, em entrevista recente, reafirma entender que essa é a melhor política de futebol para um clube com a nossa realidade. Quem sou eu para contestá-lo, um fanático torcedor, conselheiro neófito metido a blogueiro, contra a opinião de um experiente e multicampeão ex-Presidente? Mas isso não me tira o direito de dizer que dói ao torcedor perder um de seus maiores ídolos às vésperas de uma grande competição.

Talvez não apareça outro negócio da China como este para que o Grupo DIS recupere o que investiu aotrazer D'Alessandro para o Inter em 2008. De lá pra cá, foram alguns títulos, como Sulamericana, Libertadores e Recopa. Talvez haja quem entenda que valu a pena. Pode ser.
 
Só espero que o clube tenha algum poder de decisão nesse negócio e mantenha nosso camisa 10 ao menos para a Libertadores. De qualquer modo, já fica a impressão de que, mais uma vez, penaremos no Brasileirão!

Enfim, enquanto não chega o dia em que poderemos ter um D'Ale sem Sonda, nos resta torcer para que tudo não passe de mais uma especulação infundada. Tomara!