Avaliação

Um dos erros (senão o maior) do futebol colorado foi mais uma vez adiar a reformulação completa de um plantel que parece incapaz de voltar a sua melhor forma há algum tempo.

Dessa forma, de maneira inédita no que tange a antecedência do planejamento, 2014 já deve começar a ser pensado.

Já é possível fazer pré-contratos e iniciar tratativas com atletas, e também planejar dispensas, o que permite vantagens estratégicas e economia de dinheiro.

Obviamente ainda há 14 partidas no Brasileirão e um confronto de vida ou morte contra o Atlético-Pr daqui a 22 dias. Assim, ao passo que se pensa em 2014, espera-se por um milagre e uma reviravolta para que 2013 não acabe prematuramente, o que cada dia que passa parece mais improvável.

Entretanto, mesmo que o Inter mude seu estado anímico, não julgo apropriado ser um analista de resultados.

Assim, me sinto confortável, independente dos rumos desses próximos três meses, de tirar algumas conclusões.

Note que, na minha avaliação, há critérios e opiniões subjetivas, próprias. Toda avaliação quanto à utilidade de um atleta pode variar, ainda mais num mundo de incertezas que nem o futebol, onde o perna-de-pau de ontem é o craque de amanhã e vice-versa.

Também há outros critérios além dos técnicos. Não é possível vender 15 jogadores e comprar outros 15, não é assim que funciona. Mas eu divago.

Meu 2014 começa pelos seguintes pontos:

• O Internacional precisa de um novo goleiro titular. Muriel é insuficiente e irregular. A grande maioria dos seus gols são defensáveis, e não consegue uma sequência de boas partidas ou salvar o time quando mais precisa-se dele. Além do mau momento técnico, tem pecado excessivamente pelo mau posicionamento. Note, no replay, por exemplo, que no 2º gol do Cruzeiro o arqueiro está no canto esquerdo, quando deveria estar centralizado; estes 40 centímetros de deslocamento representam a diferença entre defender a bola e tomar o gol. Vários gols de falta sofridos foram assim também. Note que o mesmo acontece com os demais goleiros do grupo, o que pode ser um indicativo de deficiência no nosso preparador de goleiros, onde aqui cabe uma melhor avaliação. Dentre os nomes a serem contratados, minha sugestão, na ordem de preferência são Gomes, Vanderlei, Marcelo Grohe e Júlio César.
• Os seguintes atletas tiveram rendimento insuficiente e devem tentar ser envolvidos em algum negócio de troca, venda, empréstimo ou rescisão de contrato: Fabrício, Kléber, Ronaldo Alves, Hélder, Airton, Bolatti, Alan Patrick, Rafael Moura, Ednei e Josimar. 
• Damião, caso surja alguma boa proposta, deve ser vendido. O mesmo vale para Forlán e Juan, atletas caros e que não correspondem o investimento. 
• Índio deve receber uma estátua, uma despedida com todas as lauras possíveis e uma aposentadoria. É possível ter o atleta para compor grupo, mas neste caso é necessário se desfazer de Juan; os dois juntos não podem permanecer. 
• Além de Ernando, já contratado, é necessário mais dois zagueiros jovens e velozes. Este deve ser o grande investimento para o ano vindouro. Indico os atletas Manoel, Chico (do Coritiba) e Coates (Liverpool) 
• As laterais precisam ser completamente reformuladas. Para a esquerda, William Matheus do Goiás, para a direita Bruno (Fluminense) ou Vítor Ferraz (Coritiba). Também promoveria atletas da base (por ex.: Winck). 
• Ao contrário da grande maioria, acho Ygor e Williams suficientes para a primeira volância. O primeiro acho um atleta discreto e eficiente, e o segundo é o maior ladrão de bolas do campeonato brasileiro. Neste caso, falta orientação (para guardar mais posição) e uma zaga menos lenta. 
• Aproveitar o bom momento de Gilberto (Portuguesa) e Marcos Aurélio (Sport) e tentar vendê-los para o mundo árabe. Caso não haja sucesso, empresta-los para o Catanduvense. 

Reformulação e rejuvenescimento da fotografia do plantel. Mudança de foco de atletas velhos para jovens com potencial. Dispensa de atletas que não deram ou dão resposta. Aposta nas categorias de base. 4 a 5 novos titulares, no perfil acima, principalmente para o setor defensivo.

Estes são meus pilares para o futebol colorado em 2014.

Será que alguma dessas avaliações é a mesma de quem decide nosso futebol? E caso seja, será suficiente?

A política de futebol colorado precisa ser revista urgentemente. Não rende bons dividendos há anos e a fórmula parece gasta. Gasta-se como nunca e os títulos simplesmente minguaram.

Certo é que é no mínimo burrice continuar com as mesmas equações esperando resultados diferentes.

Se não houver mudança, 2014 será o novo 2013, que foi o novo 2012.

@Davi_Inter_BV