A oportunidade de ir ao jogo surgiu depois de uma conversa com um colega da universidade que me indicou o Scorebig.com, um site fantástico de ofertas de ingressos para jogos e espetáculos artísticos. O site funciona no esquema de leilão, em que você se cadastra, escolhe o evento de interesse, a área do assento desejada e faz uma oferta. Duas indicações te ajudam a decidir o valor a oferecer: eles informam o desconto máximo que outros compradores obtiveram (tipo, "alguns conseguiram até 60%") e há ainda um medidor de "potencial de sucesso" que indica suas chances em função do valor informado.
Quando você confirma o valor, se for baixo o sistema pede uma segunda confirmação, visto que se a oferta não for aceita, você ficará bloqueado 24 horas para aquele área de assento do evento escolhido. Ou seja, isso evita que fiquem brincando de procurar o menor preço. Quando sua oferta é aceita, você fica sabendo imediatamente e o valor ofertado é debitado também imediatamente do seu cartão. Os ingressos podem ser enviados por correio ou recebidos eletronicamente, para impressão. Para o meu primeiro jogo da NBA, paguei míseros 5 dólares por um lugar na seção mais barata do estádio (cujo preço de balcão era 17 dólares). No meu segundo jogo, como quis ficar numa área melhor, paguei 20 dólares por um ingresso de 50.
Demais, não é?
É claro que logo pensei: por que o Inter não cria um sistema assim para os jogos do clube? Pelo que me informei, o Scorebig opera com ingressos de gente que comprou a temporada, mas que coloca ingressos à disposição, quando não quer ir a um determinado jogo. Agora, imaginem se o Inter tivesse um sistema assim para que os sócios pudessem colocar à disposição seus ingressos, recebendo o crédito das vendas na forma de desconto na mensalidade ou de crédito na loja do Inter, sei lá. O mais importante, pra mim, é abrir a possibilidade de que qualquer torcedor ou mesmo um turista interessado vá a um ou outro jogo do clube, através dessa via.
Agora, em relação ao ginásio e ao jogo em si. Sem palavras. Mesmo para um jogo desinteressante, entre dois times com péssima campanha e com estádio ocupado a talvez 20% da capacidade apenas, toda a estrutura do ginásio estava operante, o que inclui inúmeras lanchonetes, banheiros, promoções no saguão de entrada (camisetas autografadas, parcerias com concessionárias ou montadores para exposição de veículos etc.) e, o mais importante, os detalhes do jogo em si. Os jogos não são pensados apenas enquanto eventos desportivos. Aliás, até estranhei isso no início, visto que às vezes a música segue por alguns segundos após o jogo ser retomado.
Mas desde a apresentação dos jogadores até o final da partida, o jogo é um espetáculo. A apresentação é a mesma, a despeito da importância do jogo, e é incrível, quase uma pequena "abertura de copa". Depois, durante o jogo, a cada intervalo kits de camiseta ou toalha são atirados aos torcedores, há sorteios, enfim, é bastante movimentado. Sem falar no quanto é divertido o costume de filmar a torcida, buscando por gente engraçada, dançando ou fazendo palhaçada. O que isso diverte a criançada e os pais, é uma loucura. Aí, a conclusão inescapável: aqui, jogo é ENTRETENIMENTO.
Não se trata primordialmente de vencer ou não. Se trata de poder ir com sua família ou amigos a lugar em que você será bem recebido, atendido e em que irá se divertir tanto ou mais do que se fosse a um bar ou restaurante. Sem falar que no caso da Filadélfia, o metrô vai até a poucas centenas de metros do ginásio. Você vai pro jogo numa boa e volta numa boa.
Demais, novamente, não é?
Pois bem. A pergunta é: sei que o Inter começou a ir nessa direção, mas por que não ir PRA VALER? Tanto quanto ao leilão de ingressos, quanto à gestão do espetáculo no estádio. Com certeza deve ter empresas - se não aqui no Brasil, lá nos EUA - especializadas nessas coisas. Por que não contratá-las?
Deixo a pergunta/sugestão para nosso colega André Flores, que agora pode atuar diretamente na gestão do clube. Que tal, meu caro?