Nos comentários do meu último post, no twitter, no facebook, o pessoal tem me pedido para fazer um post sobre a reforma estatutária, e isso que farei hoje. Sempre lembrado que essas são minhas opiniões pessoais, o que penso sobre isso, e não tem o menor objetivo de esgotar a discussão.
O PROJETO
Por mais de um ano reuniu-se uma Comissão de Conselheiros para preparar o projeto de reforma do Estatuto, meu movimento (MAIS INTER) estava representado nesta comissão pelo Conselheiro Fernando Bolzoni.
A primeira coisa que essa Comissão fez foi abrir prazo para que todos pudessem enviar suas propostas, seja sobre artigos ou até mesmo de todo estatuto. Debateram as propostas e votaram e o resultado destas votações foi o projeto apresentado AQUI.
AS PRINCIPAIS MUDANÇAS
Na minha opinião as principais mudanças foram a mudança na cláusula de barreira da eleição presidencial, a volta dos direitos políticos dos sócios do Parque Gigante, além de outras pequenas mudanças.
Um dos principais anseios dos sócios é poder escolher o Presidente, procedimento inaugurado no primeiro mandato do Fernando Carvalho. Na nova cláusula de barreira para não haver segundo turno o candidato teria que fazer mais de 85% dos votos DOS PRESENTES.
Ou seja, a soma de todos candidatos de oposição (se houver mais de um) teria de ser 15% dos presentes. Com o quórum da última eleição seriam necessários 46 votos na soma das candidaturas. A regra atual prevê que para chegar ao segundo turno o candidato tem de fazer 25% do total de votos, independente de quantos forem votar
Com isso a chance de não haver segundo turno é mínima, somente um candidato muito festejado teria mais de 85% do votos dos Conselheiro presentes, e 15% já garantiriram segundo turno entre os dois mais votados. O segundo turno será entre 2 candidatos, pois essa é a forma de garantir que o Presidente seja eleito pela maioria dos sócios.
Além disso a Reforma Estautária garante a TODOS os sócio do Parque Gigante os direitos políticos (votar e ser votado). Na regra anterior somente os patrimoniais que se associaram antes de 92 tinham tal prerrogativa. Além de uma questão de justiça e democracia é uma valorização não só do do Associado como do Parque Gigante de uma maneira geral.
Há ainda mudanças como fim da vedação de que dirigente receba salário, desde que previsto no Regulamento Geral do Clube , regularização de fontes de receita, diminuição do número de Vice-Presidências e delimitação e prazo para elaboração de um Regulamento Geral do Clube
O PROCESSO
No dia 30 de setembro haverá uma votação (no Gigantinho e pela internet) onde o associado poderá dizer se concorda ou discorda da mudança, uma espécie de referendo (vota sim ou não). Haverá uma reunião do Conselho Deliberativo na próxima segunda-feira para ultimar detalhes da forma de votação.
Se a maioria concordar o estatuto passa a valer imediatamente, se não concordar o estatuto fica como está.
Não serão votadas as emendas (meu grupo apresentou 14 e ao todo foram 92 propostas de emenda), eu não concordei com isso, mas foi assim que decidiu a maioria dos Conselheiros na reunião passada.
É VANTAGEM MUDAR??
Aqui vai a minha opinião pessoal, que tenho defendido quando perguntado As mudanças ainda são tímidas, muito mais podia ser mudado e muito mais poderia ter sido debatido.
infelizmente os debates ficaram restritos a Comissão de Reforma e seus membros foram multiplicadores, não houve um debate sistemático, e questões importantes não foram enfrentadas pelo corpo do Conselho.
Mesmo assim a reforma traz importantes avanços, melhora algumas coisas, da mais clareza na redação de outras, mas principalmente corrige duas grandes falhas na democracia COLORADA, reafirma a importância do Parque Gigante e garante que o sócio eleja o Presidente.
Retomada da conquista dos grandes títulos veio junto com a eleição direta para Presidente, alguém pode achar coincidência, eu acho que não é, pois com a eleição o Sócio se sente parte da gestão, pega junto com o time, com o clube, e esse sentimento empurra do INTER para conquistas.
Depois que o sócio passou a escolher o Presidente, nosso quadro social cresceu, depois vieram as conquistas, depois veio a valorização da marca e um sistema que retroalimenta. Por isso eu vou votar SIM a mudança, sem achar que já ta bom, querendo que o INTER continue avançando e melhorando cada vez mais em todos os aspectos.
O QUE VEM DEPOIS
Na reunião do CD que tratou da reforma estatutária (leia mais AQUI), ficou definido que o Conselho Deliberativo vai votar todas as emendas (e outras que por ventura forem protocoladas) em até um ano, quando será realizada nova Assembléia Geral aprovará, ou não, as decisões do Conselho (Art 64 do novo estatuto).
Então nesse prazo serão discutidos a redução (eu defendo a extinção) da cláusula de barreira nas eleições do Conselho, a obrigatoriedade de suplementação orçamentária (suas formas e regras), mandatos biônicos de Conselheiros, forma de escolha dos Consules e muitas outras coisas que ficaram de fora desta primeira reforma.
Se essa não é a reforma dos meus sonhos, se não foi conduzida da forma que considero mais acertada, mesmo assim é inegável que representa um avanço, um importante avanço, e que este seja apenas o primeiro passo
Mas o mais importante de tudo é que todos os associados participem, votem, registrem sua opinião, pois o INTER só é grande pelo tamanho do amor de sua torcida que participa da vida do clube.
André Flores
@ojogodointer
ps.: Faça logo seu check-in para o jogo de quarta-feira, antes que acabem os lugares!!
Na quinta eu volto para falar de futebol.