sexta-feira, outubro 19, 2012

A revolução dos bixos

Fernando Carvalho e o MIG fizeram uma revolução no Inter. Revolução que acabou oficialmente em dezembro de 2006, apesar de alguns ecos nos anos seguintes, dando lugar ao retrocesso. Como quase sempre, diga-se. Todo processo baseado em nomes está fadado ao fracasso. Sempre. Pessoas são só pessoas. São falhas e limitadas. Por isso que os momentos propícios devem ser utilizados para institucionalizar as mudanças necessárias, dando-lhes base de sustentação a longo prazo, colocando o coletivo, a instituição, acima das individualidades. É preciso entender o por quê e o para quê da revolução, caso contrário tem-se apenas a mudança de nomes: uns porcos por outros.


Porém, obviamente, o MIG não fez isso. Preferiu seguir o roteiro de George Orwell. Hoje o clube caminha a passos largos para o mesmo destino pós-79. Talvez seja inevitável. Talvez seja do ser humano, enfim. No Brasil, especialmente, há resistência demais às mudanças. Há sempre um mecanismo pronto a barrar, a conter movimentos transformadores. No Inter, estamos muito perto de uma eleição decepcionante, sem mesmo a chance dos sócios votarem, por conta de uma questionável burocracia que determina que primeiro só o conselho vota.

Sinceramente, seria um deserviço enorme para a vida política do clube e para a instituição um cenário em que os sócios não possam votar ou em que a escolha seja um engodo, caso os candidatos sejam (na prática) Pífero e Luigi, ambos sem dúvida alguma comprometidos com Carvalho, este nome que insiste em ser maior que a instituição Sport Club Internacional. Com seus méritos e suas limitações, oposição mesmo, oposição real de fato, é apenas a coligação representada pelo Convergência Colorada. O resto é farinha do mesmo saco.

Pois bem, prevejo uma queda ainda maior no quadro social, caso os sócios sejam tolhidos em seu direito de decidir o futuro do clube. Particularmente, para mim, seria o ponto final. O Inter é meu clube do coração, quero vê-lo forte, organizado, transparente, sendo referência em todos os aspectos, a despeito do número de títulos, que para mim não importam, de verdade. Gosto do Inter e isso me basta. Mas se eu não tiver a chance de votar, a associação não faz sentido, pois estarei dando dinheiro (na prática) para pessoas, não para a instituição. Não conheço os bastidores do CD, nem os obstáculos para que uma oposição real e viável seja construída nestas eleições. O que sinto é que sem ela, não fará mais sentido essa aproximação com o clube, por meio da associação.

Se o CD não pode intervir na direção e se o sócio não tem chance de escolher quem dirige, então está fazendo papel de otário. Há instituições precisando muito dessa doação mensal, cuja atuação é certamente muito mais digna que esta que ora presenciamos em nosso amado clube.

Peço AOS DEMAIS MOVIMENTOS do clube que querem seu bem: dêem uma chance para que a oposição real chegue e que o sócio possa votar. Repensem suas "certezas" e convicções. Se permitam a autocrítica tão salutar. Não comprometam o futuro do clube por orgulho ou arrogância.

ps.:  CADA COLORADO deve pressionar os conselheiros com conhece para que a chapa do CC passe pela cláusula de barreira. Não conheço nenhum pessoalmente, mas temos a Diana e outros saídos daqui do BV. Então, vai o pedido: DIANA e demais, por favor, para o bem do Inter, não permitam que a eleição seja um engodo.

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Quanto ao futebol, não há muito o que dizer. Estamos pagando pelos erros acumulados. O time precisa se reinventar totalmente, individual e coletivamente. Não há muito o que fazer, a não ser torcer para que eles consigam terminar o ano de um modo um pouco mais decente. Temos que deixá-los quietos agora, para que tentem se reencontrar. Não adianta mais brigar com o time.

A briga agora deve ser na política. Ali a batalha é crucial, para que tenhamos alguma chance em 2014. Sim, 2013 será um ano de demolição e limpeza de entulhos no futebol do clube, enquanto o estádio estará sendo enfim reconstruído. O ano de construção do futebol será 2014 e olhe lá. Esperar qualquer coisa em 2013 é ser demasiado ingênuo.