Com gols improváveis nos derradeiros últimos lances contra
Atlético-Mg e Figueirense e impensáveis como o de Paulão contra o Goiás e a
sensação que fica é que os astros alinharam e tivemos um fim de campeonato onde
absolutamente tudo deu certo.
Veja bem, se alguém dissesse que depois do Grenal o Inter
faria 13 pontos de 15 possíveis, e estes pontos viriam com gols de Fabrício (2x),
Wellington Silva, Rafael Moura, Taiberson (?!) e Valdivia, bom, seria impossível
não pensar se tratar de uma pegadinha ou alguma brincadeira de mau gosto.
Eis que os deuses do futebol são sádicos e gostam de
aprontar das suas, e aqui está o colorado, com uma vaga direta na Libertadores
que seu futebol apresentado jamais credenciou merecer.
Não obstante, o fato de ter empurrado o time da CBF para a
pré-libertadores, em um confronto direto com possível pedreira colombiana e posterior
grupo da morte certamente foram a cereja do bolo de um natal que se projeta
muito gordo para todos os colorados.
Além do Brasileirão, chega também o fim da Era Luigi, que se
teve seus méritos na esfera administrativa (especialmente na condução da
reforma do Beira-Rio) também teve resultados insatisfatórios e decepcionantes no
âmbito esportivo, ainda mais acentuados se levar em conta os gastos orçamentários
recordes no futebol.
Um ciclo que termina, outro que inicia, com eleições a serem
realizadas no sábado próximo, dia 13.
Os candidatos Marcelo Medeiros (da situação) e Vitório
Píffero (da oposição) pleiteiam o cargo de mandatários-mor do clube, que tem
como objetivo voltar a conquistar torneios de expressão, seja nacionais ou
internacionais.
Não sou adepto de grupo ou chapa nenhuma e muito menos tenho
objetivo de fazer campanha para este ou aquele, apesar de evidentemente me
identificar mais com as ideias e visão de futebol de um ou outro conselheiro/grupo
político.
Entretanto gostaria de ressaltar que pessoalmente esperava
uma mudança de rumos, um sopro de renovação nas ideias fundamentadas desde a
época de Fernando Carvalho e que com o passar dos anos têm se mostrado
desgastadas, infrutíferas e ultrapassadas (talvez o problema nem seja apenas as idéias, mas a execução).
O Inter parece refém do modelo que deu seus maiores títulos
mas que a muito tempo não representa avanço na condução administrativa e também
das melhores práticas desportivas (os resultados do campo falam por si só). Nem
Medeiros muito menos Píffero rompem com este modelo defasado e o que se projeta
é uma continuidade das gestões anteriores.
Assim, sem mudança de rumos, provavelmente com o mesmo
treinador e sem a tão necessária reoxigenação do plantel (que vêm se postergando
há anos) é que se forma o horizonte colorado.
Superdimensionar a colocação do Brasileirão e o plantel (que se mostrou no mínimo insuficiente) pode significar
uma Libertadores 2015 curta ou de figuração.
O Inter de Abel foi de pouca organização e padrão tático e
não consegui ver a “mão do treinador” ao longo do ano. Como comparação basta
ver o banho de bola que tomamos dos reservas do Atlético-Mg, este sim um time bem
montado.
A pergunta que fica para reflexão é, em qual momento do ano
o Inter empolgou? Os resultados contra Corinthians, São Paulo e Cruzeiro
mostram o que a pontuação obtida tenta disfarçar: o Inter não tem um time
confiável para enfrentar grandes adversários.
A Libertadores caiu no nosso colo e se queremos voltar a
conquistar a taça continental vamos precisar, pra começo de conversa, de muitos reforços mas principalmente
de bom futebol e um novo preparador físico.
Como bem foi dito no twitter pelo Lorpa, “a sorte é que nem dinheiro: não aceita desaforo.”
SC
@Davi_Inter_BV