quarta-feira, dezembro 10, 2014

Rumos

Se faltou futebol, preparo físico e organização tática, empenho, garra e luta até o último minuto foram constantes nestes últimos 5 jogos colorados.

Com gols improváveis nos derradeiros últimos lances contra Atlético-Mg e Figueirense e impensáveis como o de Paulão contra o Goiás e a sensação que fica é que os astros alinharam e tivemos um fim de campeonato onde absolutamente tudo deu certo.

Veja bem, se alguém dissesse que depois do Grenal o Inter faria 13 pontos de 15 possíveis, e estes pontos viriam com gols de Fabrício (2x), Wellington Silva, Rafael Moura, Taiberson (?!) e Valdivia, bom, seria impossível não pensar se tratar de uma pegadinha ou alguma brincadeira de mau gosto.

Eis que os deuses do futebol são sádicos e gostam de aprontar das suas, e aqui está o colorado, com uma vaga direta na Libertadores que seu futebol apresentado jamais credenciou merecer.

Não obstante, o fato de ter empurrado o time da CBF para a pré-libertadores, em um confronto direto com possível pedreira colombiana e posterior grupo da morte certamente foram a cereja do bolo de um natal que se projeta muito gordo para todos os colorados.

Além do Brasileirão, chega também o fim da Era Luigi, que se teve seus méritos na esfera administrativa (especialmente na condução da reforma do Beira-Rio) também teve resultados insatisfatórios e decepcionantes no âmbito esportivo, ainda mais acentuados se levar em conta os gastos orçamentários recordes no futebol.

Um ciclo que termina, outro que inicia, com eleições a serem realizadas no sábado próximo, dia 13.

Os candidatos Marcelo Medeiros (da situação) e Vitório Píffero (da oposição) pleiteiam o cargo de mandatários-mor do clube, que tem como objetivo voltar a conquistar torneios de expressão, seja nacionais ou internacionais.

Não sou adepto de grupo ou chapa nenhuma e muito menos tenho objetivo de fazer campanha para este ou aquele, apesar de evidentemente me identificar mais com as ideias e visão de futebol de um ou outro conselheiro/grupo político.

Entretanto gostaria de ressaltar que pessoalmente esperava uma mudança de rumos, um sopro de renovação nas ideias fundamentadas desde a época de Fernando Carvalho e que com o passar dos anos têm se mostrado desgastadas, infrutíferas e ultrapassadas (talvez o problema nem seja apenas as idéias, mas a execução). 

O Inter parece refém do modelo que deu seus maiores títulos mas que a muito tempo não representa avanço na condução administrativa e também das melhores práticas desportivas (os resultados do campo falam por si só). Nem Medeiros muito menos Píffero rompem com este modelo defasado e o que se projeta é uma continuidade das gestões anteriores.

Assim, sem mudança de rumos, provavelmente com o mesmo treinador e sem a tão necessária reoxigenação do plantel (que vêm se postergando há anos) é que se forma o horizonte colorado.

Superdimensionar a colocação do Brasileirão e o plantel (que se mostrou no mínimo insuficiente) pode significar uma Libertadores 2015 curta ou de figuração.

O Inter de Abel foi de pouca organização e padrão tático e não consegui ver a “mão do treinador” ao longo do ano. Como comparação basta ver o banho de bola que tomamos dos reservas do Atlético-Mg, este sim um time bem montado.

A pergunta que fica para reflexão é, em qual momento do ano o Inter empolgou? Os resultados contra Corinthians, São Paulo e Cruzeiro mostram o que a pontuação obtida tenta disfarçar: o Inter não tem um time confiável para enfrentar grandes adversários.

A Libertadores caiu no nosso colo e se queremos voltar a conquistar a taça continental vamos precisar, pra começo de conversa, de muitos reforços mas principalmente de bom futebol e um novo preparador físico.

Como bem foi dito no twitter pelo Lorpa, “a sorte é que nem dinheiro: não aceita desaforo.”

SC
@Davi_Inter_BV