terça-feira, outubro 21, 2014

(Im) Previsível



A Libertadores complicou, e muito. Não apenas porque a derrota significou a aproximação real de nossos concorrentes, mas principalmente pelo fato de termos reabilitado mais um concorrente direto.

Alías, nos 6 confrontos realizados contra os demais times do G5, 6 derrotas. ZERO % de aproveitamento.

Vencer significava não apenas manter 4 pontos de distância pros postulantes ao G4, mas também abrir 7 pontos para a equipe corinthiana, gerando uma crise na mesma e praticamente a alijando de ambições maiores.

A equipe colorada até não jogou mal; não tenho números da posse de bola, mas tenho certeza que foi bem superior ao do adversário, assim como o volume de jogo.

A derrota foi construída basicamente através de falhas individuais: defensivas, com 2 gols de falha de posicionamento e falta de qualidade técnica dos zagueiros/lateral; e ofensivas, perdendo gols claros que poderiam ter recolocado o Inter no jogo.

O Inter paga pelos erros de avaliação e falta de critérios na elaboração do seu plantel; apesar de contar com um meio de campo de muita qualidade, este é o único setor que escapa sem ressalvas.

Primeiramente a aposta em zagueiros insuficientes; Paulão não tem estabilidade e acaba comprometendo, podendo ser no máximo um reserva e não solução. Já Juan, devido a idade avançada, não tem estofo físico para aguentar a temporada, e já não apresenta a mesma vitalidade de outrora. Dois zagueiros em nível de titularidade urgem para 2015.

Já o ataque foi aquela aposta de "pagar para ver" (“…já falei para o presidente que pode guardar o seu dinheirinho…”) mesmo quando até os quero-queros do Beira-Rio vaticinavam que Rafael Moura e Wellington Paulista jamais dariam conta do recado. Neste ponto, a teimosia de Abel deve ser penalizada.

Para adicionar ofensa à injúria, a contratação de um nome a suprir esta demanda no ataque ocorreu a apenas algumas semanas, tendo Nilmar estreado apenas por volta da 28ª rodada em uma jogada que pareceu tipicamente com propósito eleitoreiro.

Assim, com erros dessa magnitude, e também por uma certa prepotência em relação a competições alternativas (Copa do Brasil e Sulamericana) o Inter termina 2014 sem nenhum título de expressão, pontuando o 4º ano de jejum em competições de grande porte.

Nas últimas 5 rodadas foram 4 derrotas, entre elas o vexame contra a Chapecoense. O time mostra um claro índicio de queda, o que não apenas é desalentador, mas preocupante.

A conta para a Libertadores é simples: serão necessários 15 pontos em 9 jogos, um aproveitamento superior a 50%.

A derrota em casa contra o Corinthians significa ter que compensar com uma vitória de certa forma inesperada em um dos difíceis jogos fora contra Santos, São Paulo e Grêmio

A tabela é completada com Flamengo e Figueirense fora. Estes jogos são teoricamente menos difíceis, mas engana-se quem pensa que irá encontrar qualquer tipo de facilidade.

Da mesma maneira, a Libertadores passa obrigatoriamente por 4 vitórias em casa nos jogos restantes: Bahia, Goiás, Atlético-Mg e Palmeiras, na ordem.

Amanhã o Inter enfrenta o Flamengo fora, e uma derrota pode significar a ausência do G4, o que não ocorre desde a 12ª rodada. O Inter flerta com a crise e o jogo ganha contorno de dramaticidade pura.

As necessidades para 2015 me parecem muito claras. 

Agora é tentar garantir esse prêmio de consolação que é a vaga para Libertadores com unhas e dentes; depois projetar uma série de reformulações que se fazem necessárias de longa data, inclusive na política de futebol.

2015 já começou, e se o Inter quiser disputar a competição continental é bom estar ciente de que não há mais margem para erro.

Começa pelo Flamengo amanhã. 

@Davi_Inter_BV