A Libertadores complicou, e muito. Não apenas porque a
derrota significou a aproximação real de nossos concorrentes, mas
principalmente pelo fato de termos reabilitado mais um concorrente direto.
Alías, nos 6 confrontos realizados contra os demais times do G5, 6 derrotas. ZERO % de aproveitamento.
Vencer significava não apenas manter 4 pontos de distância
pros postulantes ao G4, mas também abrir 7 pontos para a equipe corinthiana,
gerando uma crise na mesma e praticamente a alijando de ambições maiores.
A equipe colorada até não jogou mal; não tenho números da
posse de bola, mas tenho certeza que foi bem superior ao do adversário, assim
como o volume de jogo.
A derrota foi construída basicamente através de falhas
individuais: defensivas, com 2 gols de falha de posicionamento e falta de
qualidade técnica dos zagueiros/lateral; e ofensivas, perdendo gols claros que
poderiam ter recolocado o Inter no jogo.
O Inter paga pelos erros de avaliação e falta de critérios
na elaboração do seu plantel; apesar de contar com um meio de campo de muita
qualidade, este é o único setor que escapa sem ressalvas.
Primeiramente a aposta em zagueiros insuficientes; Paulão
não tem estabilidade e acaba comprometendo, podendo ser no máximo um reserva e
não solução. Já Juan, devido a idade avançada, não tem estofo físico para
aguentar a temporada, e já não apresenta a mesma vitalidade de outrora. Dois
zagueiros em nível de titularidade urgem para 2015.
Já o ataque foi aquela aposta de "pagar para ver" (“…já falei para o
presidente que pode guardar o seu dinheirinho…”) mesmo quando até os
quero-queros do Beira-Rio vaticinavam que Rafael Moura e Wellington Paulista jamais
dariam conta do recado. Neste ponto, a teimosia de Abel deve ser penalizada.
Para adicionar ofensa à injúria, a contratação de um nome a
suprir esta demanda no ataque ocorreu a apenas algumas semanas, tendo Nilmar estreado
apenas por volta da 28ª rodada em uma jogada que pareceu tipicamente com propósito
eleitoreiro.
Assim, com erros dessa magnitude, e também por uma certa
prepotência em relação a competições alternativas (Copa do Brasil e
Sulamericana) o Inter termina 2014 sem nenhum título de expressão, pontuando o
4º ano de jejum em competições de grande porte.
Nas últimas 5 rodadas foram 4 derrotas, entre elas o vexame
contra a Chapecoense. O time mostra um claro índicio de queda, o que não apenas é
desalentador, mas preocupante.
A conta para a Libertadores é simples: serão necessários 15
pontos em 9 jogos, um aproveitamento superior a 50%.
A derrota em casa contra o Corinthians significa ter que
compensar com uma vitória de certa forma inesperada em um dos difíceis jogos fora
contra Santos, São Paulo e Grêmio.
A tabela é completada com Flamengo e Figueirense fora. Estes
jogos são teoricamente menos difíceis, mas engana-se quem pensa que irá
encontrar qualquer tipo de facilidade.
Da mesma maneira, a Libertadores passa obrigatoriamente por
4 vitórias em casa nos jogos restantes: Bahia, Goiás, Atlético-Mg e Palmeiras,
na ordem.
Amanhã o Inter enfrenta o Flamengo fora, e uma derrota pode
significar a ausência do G4, o que não ocorre desde a 12ª rodada. O Inter
flerta com a crise e o jogo ganha contorno de dramaticidade pura.
As necessidades para 2015 me parecem muito claras.
Agora é
tentar garantir esse prêmio de consolação que é a vaga para Libertadores com unhas e dentes; depois projetar uma série de
reformulações que se fazem necessárias de longa data, inclusive na política de
futebol.
2015 já começou, e se o Inter quiser disputar a competição
continental é bom estar ciente de que não há mais margem para erro.
Começa pelo Flamengo amanhã.
@Davi_Inter_BV