De calculadora na mão e projeção em projeção, mesmo sendo muito otimista o título parece um delírio juvenil. Os 3 pontos jogados no lixo contra o Figueirense talvez jamais serão recuperados, apesar de terem sido em parte compensados nessas 2 jornadas fora contra Atlético e Sport.
O Cruzeiro talvez enfrente seu 1º momento no campeonato onde dá sinais de uma efêmera queda de produtividade, mas seus concorrentes diretos não aproveitaram e a distância continua grande, sendo necessário no mínimo 3 rodadas de hecatombes azul-celestes para que sua liderança seja de fato ameaçada.
O grande diferencial deste clube mineiro que provavelmente será campeão, além do plantel, é a forma de jogo; trata-se de uma equipe muito vertical, veloz e que ronda a área adversária com uma contundência avassaladora; muitos jogadores somam-se aos atacantes e sua bola aérea é letal; o completo oposto da equipe de posse de bola e cadência colorada.
Entretanto, a Libertadores não parece um devaneio megalômano e para isso os próximos 2 jogos em casa são muito importantes. Vou explicar porque.
O Críciuma tem o pior ataque da competição, e seu retrospecto fora de casa aponta para um empate e apenas derrotas. Juntos, Cricíuma e Coxa foram as 2 equipes com mais clean sheets ofensivos no campeonato (passaram 13 jogos sem marcar no mínimo 1 gol).
Ambas as equipes ocupam o rodapé da tabela e tem como única aspiração fugir do rebaixamento. Teoricamente jogos fáceis; entretanto estes são os jogos que todo o colorado teme.
O retrospecto recente no Gigante corrobora esse temor; nos últimos 6 jogos foram 4 derrotas (Ceará, Bahia, Figueirense e São Paulo) e apenas 2 vitórias (Botafogo e Grêmio). Note que Ceará, Bahia e Figueirense são equipes da mesma envergadura de nossos próximos rivais, então todo o cuidado se faz necessário.
Com a equipe focada e as surpresas passando longe das bandas do Beira-Rio, o Inter atingirá a pontuação de 47 pontos. Isto significa que nos 13 jogos restantes o colorado necessitaria apenas 18 pontos para chegar a meta de 65 pontos, o que na prática aponta para um aproveitamento inferior a 50%.
Coloco 65 pontos como meta pois, estatisticamente falando, em apenas uma das edições de pontos corridos (com 20 equipes) não foi possível se classificar para a competição continental com esta pontuação. Este número geralmente oscila dependendo da edição, e não há poucos casos onde 63 e até 62 pontos foram suficientes.
Claro que comemorar vaga é apenas prêmio de consolação para quem não levanta caneco, mas dada as circunstâncias destes últimos anos de gestão, parece um bom resultado.
No início do campeonato tinhamos aproveitamento em nossos domínios na casa dos 90%; naquele momento o problema eram os jogos como visitante, onde a 1ª vitória fora veio apenas na 12ª rodada.
O retrospecto recente é justamente o contrário; são as vitórias fora de nossos domínios que tem nos mantido no topo da tabela ao passo que somamos tropeços em casa; hoje o Inter apresenta a 3ª melhor campanha como visitante na competição.
Estes 6 pontos se fazem fundamentais; acredito que é o time quem empurra a torcida, e não vice-versa, mas de qualquer forma, nesta hora, todo o apoio se faz necessário.
Está na hora de o Beira Rio voltar a rugir.
Saudações coloradas
@Davi_Inter_BV