terça-feira, setembro 09, 2014

Desgosto

Dizem que agosto é o mês do cachorro louco. Bom, agosto para os colorados rima com desgosto.

A equipe que vinha dando esperanças de um ano melhor simplesmente perdeu 4 partidas consecutivas em casa, contra  Bahia, Ceará, São Paulo e Figueirense.

Além de perder para equipes de 2ª linha (com exceção do SP) estas derrotas eliminaram o clube em 2 competições (talvez as únicas que realmente havia chances de título) e praticamente selaram que o restante do calendário será utilizado para tentar garantir uma vaga na Libertadores, esta que parece cada vez mais díficil.

A performance pós copa é insatisfatória; são 6V, 1E e 7D, ou seja, um aproveitamente inferior a 50%. Se pesar na balança que nesta sequência o clube venceu 5 partidas seguidas, nota-se recentemente uma clara e manifesta queda de desempenho.

Verdade seja dita, o clube em momento algum apresentou atuações consistentes, vencendo jogos por placares mínimos e tendo dificuldade em se impôr mesmo contra equipes menores. A diferença é que agora os resultados não estão vindo.

O jogo contra o Figueirense, ao menos para mim, foi simbólico. Uma equipe sem gana, sem concentração, mas acima de tudo soberba, com uma empáfia que me enoja completamente.

No 1º tempo o clube simplesmente achou dois gols. E no 2º, algo que me irritou profundamente; atletas perdiam a bola e ficavam com a mão na cintura; displicência, empáfia, enfim, o que se via eram jogadores que achavam que iam golear ao natural, tamanha a soberba e autosuficiência.

Este comportamento não me surpreende. É reflexo de um clube que parece repousar e regojizar eternamente nos louros conquistados no cada vez mais distante de 2010. O Inter vive de passado.

Acaba investindo sempre na mesma fórmula que se mostra infrutífera e não consegue se reinventar. Esta mentalidade está arraizada no âmago do clube e contamina a todos.

Logo após o jogo, ao ver Argel comemorando a vitória como se fosse Copa do Mundo, me veio a mente uma imagem dos fatídicos anos 90. O Inter acabara de perder um grenal onde jogou melhor mas que a qualidade técnica do Gremio havia pesado. As imagens pós jogo mostravam um Argel aos prantos, inconsolável.

Não sei se foi o simbolismo da lembrança, mas a verdade é que aquela equipe (e muitas outras) da década de 90 era ruim, horrível, mas jamais padecia de falta de caráter, de culhão e de hombriedade.

Não quero dizer que os problemas do Inter se resumem ou se restringem a vontade ou a carater motivacional; o ataque com  Rafael Moura (talvez um dos piores camisas 9 do campeonato) não me deixa mentir; falta qualidade.

Entretanto, o que vi domingo foi uma equipe sem alma. Há qualidade mas não há espirito vencedor, não há comando, não há sangue nos olhos.

Levar 3 gols do Figueirense em pleno Beira-Rio e ver as declarações resignadas após o fim do jogo apenas corroboram que o Inter não tem o que precisa para ser uma equipe vencedora.

A minha raiva pós jogo foi tanta, tamanha foi a frustração que não nutro mais nenhuma esperança ou expectativa de reviravolta.

Seguirei acompanhando a distância, quase de sangue doce.

Há muita coisa errada pelas bandas do Beira-Rio.

Mudar a mentalidade é demorado, dificil, quase impossível.
 
Equipe sem alma não vai a lugar nenhum.

SC
@Davi_Inter_BV