Chegar ao topo é dificil, e manter-se nele ainda mais, já diz o ditado, mas as equipes mineiras parecem não ligar para ditos populares e tabús.
Em cenário que se repete, o protagonismo mineiro mantém-se, vergando o poderio econômico do eixo Rio-São Paulo e orgulhando os conterrâneos de Tiradentes e simpatizantes.
A final da Copa do Brasil entre os dois, além de inédita, promete ser uma decisão a parte; está em jogo não apenas taça no armário mas a cereja do bolo em forma de conquista em cima de um rival. O Mineirão será pequeno (será que finalmente iremos ver um jogo com as áreas centrais do estádio ocupadas?) para tamanha rivalidade.
Não obstante, ambas as equipes figuram na elite também da competição nacional por pontos corridos, sendo que a equipe azul-celeste está praticamente com uma mão na taça, repetindo o feito do ano anterior, o que dado as circunstâncias do futebol nacional sem dúvida é algo muito especial.
Estes 4 parágrafos e esse contexto todo é apenas para dizer que o futebol gaúcho, de altos investimentos, parece estar ficando para trás. Enquanto os mineiros abocanham títulos e protagonismo, perdemos anos discutindo quem tinha o melhor estádio, a melhor parceria, a chance de sediar a Copa do Mundo e outros pormenores.
Nestes 4 últimos anos, o futebol gaucho vive de classificações para a competição Sulamericana e aroubos que dão a expectativa mas não terminam em títulos.
E é claro, uma rivalidade sempre crescente.
Terminar na frente do rival geralmente tem servido como desculpa (ou atenuante) para fracassos recentes, e nas últimas eleições e em seguidos discursos de dirigentes da dupla, o rival acaba tendo uma relevância que acho desnecessária.
Em momento algum quero diminuir o clássico que se avizinha no fim de semana, bem pelo contrário; em semana Grenal, é necessário respirar o clássico e a concentração deve ser máxima.
Dada as circunstâncias, o coirmão parece ser o concorrente direto (junto com o Flu) com mais chances de embolar a disputa pela competição continental. Empatar mantém a distância para o rival, já uma derrota significaria não apenas ser ultrapassado, mas uma injeção de ânimo absurda; uma vitória em contrapartida praticamente garante o colorado no G4.
Assim, domingo o Inter praticamente joga uma Pré-Libertadores.
Uma derrota teria cheiro de tragédia e aposto num jogo muito embolado e truncado, onde a equipe que sair ganhando dificilmente deixará de vencer o jogo.
Felipão deve congestionar o meio e marcar individualmente D´alessandro e Aranguiz; assim, terá papel fundamental neste desafogo o apoio de Winck pela direita e talvez o recuo de Alex para começar a articular e dar saída de jogo qualificada a equipe.
Por fim, para domingo o mantra é vencer e vencer. Neste campeonato a parte, é fundamental manter a hegemonia recente. E é claro, nunca esquecer que há OUTROS campeonatos em disputa.
Afinal, a rivalidade e hegemonia local são sempre importantes, mas são ainda mais quando vêm coroados de títulos. A história recente das equipes mineiras não me deixa mentir.
Sob o risco de obsolência, é necessário não apenas a soberania local, mas também almejar e buscar os títulos de expressão.
Vencer clássicos é consequência.
SC
@Davi_Inter_BV