terça-feira, agosto 28, 2012

Obras do Beira-Rio VIII



O fim do "boné"


Se foi a parte mais antiga do Beira-Rio, a parte mais querida e sagrada da nossa casa. Também se foi um pedaço da história, ou melhor, de tantas histórias, de torcedores que o procuravam para se proteger das chuvas ou simplesmente para ter a melhor visão das partidas (bem na linha do meio do campo), dos pontos de encontros entre amigos do futebol, alguns pelas mais variadas superstições para dar sorte ao time, mas também há aqueles que simplesmente gostavam de sentar ali porque o boné era aconchegante, simpático, vistoso e carismático.

O boné durante a construção do Beira-Rio.

O "boné" nasceu graças a uma projeção arquitetônica, acompanhada de uma ação de marketing do clube. Isso porque havia flautas constantes do rival da Azenha. "Eles" não acreditavam na promessa de aterro e chamavam o projeto do novo estádio de "boia-cativa" (escrevi sobre isso no blog: AQUI).

A intenção era cobrir todo o estádio, mas aí em em segundo momento saiu a vontade de construir um terceiro anel de arquibancada, mas não foi possível, não havia recursos para isso. Então, o boné serviu para dar uma ideia de como ficaria e ao mesmo tempo para afirmar que ali estava sendo construído um estádio no aterro e que isso era irreversível. Era mais para chamar a atenção e alfinetar os irônicos. 

Semana passada teve o seu fim, dando lugar para a modernização do Beira-Rio do futuro. É o fim de uma lenda, uma marca registrada do Gigante.  

O fim de uma lenda: máquinas da AG retiraram a parte mais antiga do estádio.

A foto acima foi antes do Gre-Nal de domingo. Tempo chuvoso, poucos torcedores no estádio. E sem o boné.

É muito estranho ver o Beira-Rio sem aquela frase imortalizada: "A maior torcida do Rio Grande". 



Fechar o BR seria uma boa: sim ou não ?


Já está rolando debate nas redes sociais pelo que pude perceber, de forma intensa e cada vez mais presente. Cresce a vontade da própria torcida do Inter de ver o time jogar em outro lugar e deixar a AG tocar as obras. 

O Gre-Nal de domingo foi uma derradeira gota d'água. E que gota d'água ! Chuva sem parar, arquibancadas molhadas, com poças e escorregadias. E o público ridículo para um Gre-Nal. Lamentável, mesmo ! 

Um estádio onde a torcida só tem acesso a arquibancada superior, com a inferior semi-destruida, juntando com os transtornos que toda a reforma traz, está tornando cada vez mais frio, quieto e melancólico o Beira-Rio. A torcida está mais apática e mais tímida. 

Não parecia ser Gre-Nal, pelas circustâncias que vimos.

Não éramos assim. O Beira-Rio é conhecido nacionalmente e até internacionalmente (pelas partidas da Libertadores, Sul-Americana e Recopa) como um caldeirão. Havia até comparação com a Bombonera. O fator local era importante e decisivo. 

Olha, eu sempre defendi que o Inter tem que jogar na sua casa, o estádio Beira-Rio. Justamente pelo seu fator local. 

Mas, não tem mais isso. Muitas coisas estão atrapalhando. Além do time não se acertar em campo, não temos técnico experiente no comando e ainda temos um estádio em estado de precariedade por causa das reformas. Bem como disse o Bolívar, é um "Coliseu". 

Já estou começando a admitir que temos que jogar em outro lugar. Perdemos aquele caldeirão, a força e a festa da torcida (o 12º jogador do time). 

Aí é que está. Vem aquela pergunta: onde jogar ???

O que vocês acham ? Deem suas opiniões !


Um abraço, 

Fernando Schroder
@f_schroder