Candidato #1
Pelo 4-2-3-1 perfeito
Tenho notado que a maioria das opiniões coloradas a respeito do time tendem a um conservador 4-2-2-2 à brasileira, com 2 volantes (Willians + Josimar ou Ygor), 2 meias (D'Alessandro + Dátolo ou Fred) e 2 atacantes (Forlán + Damião), com Gabriel e Kleber nas laterais e Juan e Moledo na zaga. Pode funcionar, mas acredito que esta não seja a formação ideal. Laterais com certa idade e que já não mostram tanta explosão física, volantes marcadores mas com pouca qualidade no passe e ataque lento. A transição ofensiva, que causa problemas desde o fim da Libertadores de 2010, tende a dar problemas novamente. Marca-se os meias e acabam-se as opções ofensivas, pois este ataque precisa ser servido e com o meio-campo neutralizado, rareiam-se as opções, apesar da boa qualidade técnica dos jogadores.
Dunga tem em mãos peças para fazer um excelente 4-2-3-1, o mesmo esquema do qual logrou grande êxito na Seleção Brasileira e que só não ganhou a Copa, pois tática diz muito, mas nunca será superior à individualidade. Voltando ao esquema, acredito que mudanças pontuais precisam ser feitas para dar dinamismo tático a este time. A mais importante: Kleber tem de sair da lateral. As duas últimas temporadas foram péssimas para o jogador. Fabrício deve jogar nesta posição, pois possui força, altura e velocidade (guardadas as proporções, as mesmas características do Maicon). Quando aprender a concluir melhor as jogadas, será um jogador de altíssimo nível. Pra isso, precisa ter sequência, e Kleber, além de atrasar o time, atrasa também o deslanche do Fabrício. Mas Kleber teria lugar no meu time, não como lateral, mas como VOLANTE. Sim, volante. A liturgia futebolística prega que um volante que se preze deve ser marcador, reboteiro e passar a maior parte do jogo de frente para o gol adversário, não correndo atrás da bola feito um retardado (crítica ao Guiñazu, apesar de sua raça). Assim, ao lado de Willians, esse sim mais movediço e combativo, Kleber lograria grande êxito. Outra mudança: Forlán deve jogar onde se consagrou na Copa, como camisa 10, clássico e puro, ao centro, passando D'Alessandro para a direita, onde jogando como falso-ponta, como na Libertadores de 2010, rende mais. Completando a trinca de meias, pela esquerda, uma peça de velocidade, com Fred.
Assim, meu time, para este início de temporada, ficaria assim: Muriel; Gabriel, Moledo, Juan e Fabrício; Willians e Kleber; D'Alessandro, Forlán e Fred; Damião.
Seja qual for o esquema ou titulares, acredito que o Inter tenha capacidade de fazer um bom time titular. Resta saber se conseguirá formar um grupo, pois só um time não ganha campeonato. No geral, gostei das contratações e dispensas feitas, e haverá tempo para sequências e avaliações individuais.
Candidato #2
Ao se aproximar do Beira-Rio e assumir o comando
técnico do Internacional, Dunga será avaliado pela primeira vez
comandando um clube. Depois de 4 anos dirigindo a Seleção Brasileira, o
dia-a-dia em uma temporada difícil para o Colorado será um teste difícil
para o eterno “Capitão do Tetra”. Com investimentos mais modestos e uma
reformulação bem grande no elenco, o Inter terá que se reconstruir,
mudando aspectos como o temperamento dentro de campo, a organização
tática e o comprometimento de um grupo buscando novas conquistas.
Depois
de montar um time rápido, objetivo e com marcação forte e com
resultados espetaculares até a Copa do Mundo, imaginávamos que este
seria o estilo de Dunga no Inter. E os primeiros indícios deixam claro
as ideias do eterno capitão: volantes posicionados sem sair da frente da
área, laterais liberados para atacar e uma transição rápida para o
ataque. Isto ficou claro ao facilitar a saída de Guiñazu, que ‘engessava
taticamente’ o time e deixava a transição de bola mais lenta. Lenda
colorada, “El Cholo” tem seus melhores dias no passado e este foi o
momento certo de iniciar um novo ciclo.
Adepto
do tradicional 4-4-2, Dunga pode alternar com um 4-2-3-1 com Dátolo
pela esquerda, Forlán na direita e D’Alessandro centralizado. Fazendo
uma analogia com o Brasil, Dátolo lembraria Elano, enquanto Forlán
simularia a ação de Robinho. O lateral Gabriel certamente terá a mesma
liberdade que Maicon tinha para atacar, mas será protegido por Ygor. A
zaga terá um jogador de força (Moledo) e outro técnico, curiosamente o
mesmo de Dunga em seu período na Seleção: Juan.