O coirmão fechava parceria com a ISL, dinheiro brotava das paredes e anunciava jogadores de renome e expressão (ao menos na época) como Zinho, Amato, Astrada, Marinho, Anderson Lima, Paulo Nunes, Rodrigo Fabri, Gilberto… Os salários, inclusive, eram impensáveis para a época.
Enquanto isso, nosso amado clube, falido, empilhava craques da “estirpe” de Espíndola, Juca, Wederson, Fernando Cardoso, Leandrão, Martinez… Some isto a um cenário de anos prévios de figuração e o cenário era de desolação total.
De um lado o rival, vindo de uma década vitoriosa, com um novo parceiro e pousando de “novo rico”.
Do nosso lado, ausência de recursos, de bons jogadores, de títulos.
Em síntese, o futuro, sem um parceiro forte, trazia perspectivas desoladoras.
O desfecho dessa história todo mundo conhece.
A qualidade do time do coirmão não foi condizente com os investimentos, mas acima de tudo a parceira quebrou e a parceria foi desfeita, deixando um rastro de contas, dívidas trabalhistas e “esqueletos no armário” que perduraram até o ano passado.
“Coincidentemente” (?!?!), este foi o período em que o rival amargurou uma década sem títulos de expressão, um rebaixamento e times ridículos.
Em contrapartida, com a parceria dos sócios, nós nos reestruturamos, empilhamos títulos e voltamos a ser protagonistas.
Avance para o ano de 2012.
O coirmão, ao menos aos olhos da imprensa (parcial, tendenciosa, inconsequente e manipuladora) ergue um novo estádio, por alguns propalados como o mais moderno estádio do continente, e quiçá um dos mais bonitos mundos.
Uma empresa chinesa promete comprar os naming rights pagando valores estratosféricos, o time passa a ser um esquadrão de craques, o técnico outrora decadente voltou a ser gênio e o sonho do título continental passa a estar mais vivo do que nunca. Uma nova época gloriosa se anuncia.
Uma babação de ovo midiática jamais vista, um verdadeiro nojo.
Em contrapartida, aos olhos da mesma mídia o modelo colorado é defasado, o estádio não é tão vistoso nem tão bonito, e os tempos serão difíceis. Enfim, a pauta é totalmente pessimista.
A verdade é que, nem tudo que reluz é ouro.
Pode levar anos, pode acontecer mais cedo do que se imagina, mas o melhor modelo de negócio ainda vai vir a tona.
Notícias recentes anunciaram que o custo de reforma do Beira-Rio cresceu 75% em relação ao estimado inicialmente. Custo que fatalmente sairia do futebol, resultado em times novamente medíocres, queda de receitas, desassociação em massa, enfim… Uma volta aos anos 90.
Em contraponto, o “outro” clube, envolto em uma crise política sem precedentes, com presidentes lavando a roupa suja em público, acaba por perceber que não tem a gestão do estádio, arranjou uma parceria de 20 anos que deixa o clube sem caixa e a longo prazo pode inviabilizar o clube…
A maneira como a AG relutou em aceitar o contrato, toda a novela que foi a negociação e a forma pacífica, rápida e “eficiente” adotada pela OAS na negociação com o Grêmio ilustra muito bem a diferença entre os contratos e a quem beneficia maioritariamente.
Claro que é tudo uma questão de perspectiva.
Alguns têm ilusões de grandeza, se arriscam e as vezes dão o passo maior que a perna.
Alguns sabem sua real dimensão e sua capacidade de endividamento, mesmo que a duras penas políticas.
Alguma semelhança com uma parceria de uma década recente?
Esperamos que o desfecho seja o mesmo.
Saudações coloradas
@Davi_Inter_BV