segunda-feira, maio 07, 2012

Débito


Tratando-se do prestigiadíssimo ruralito, da ausência de expoentes técnicos (Damião, D´Ale, Dátolo…) e da escalação de nulidades como Jô e Bolívar, somadas à necessidade de preservação em semana decisiva de Libertadores, e o resultado ontem em Caxias pode ser considerado muito bom.

Pois bem, isso era tudo que eu queria falar sobre o Bovinão – um parágrafo. Não que a competição mereça mais que isso.

O clube volta agora o foco para a Libertadores, objetivo do primeiro semestre e sonho de todos os colorados, mas verdade seja dita, sonho distante.

Não é que o sonho é maior que a realidade, ou a ousadia suplante a irresponsabilidade com consequências trágicas. A verdade é que há potencial (principalmente ofensivo) mas falta (demonstrar) futebol.

Três meses competitivos calendário adentro e ainda não tivemos uma atuação de luxo – desconsidere goleadas contra times fracos do regional – aquela em que o time defende com consistência e agride o adversário tal qual um esfomeado luta por um prato de comida. Não há padrão tático muito menos nota-se evolução no nível de atuações.

É claro que só reclamar não leva à nada; além de tudo agora é muito tarde para correções drásticas de rumo. É esperar por uma partida de entrega e uma noite iluminada de nossos jogadores, esperando pelo melhor e preparando-se para o pior.

Veja bem, o Fluminense não é nenhum Barcelona, longe, muito longe disso. Não precisamos parir uma bigorna para seguir adiante na competição continental. O problema é que nosso time é, em termos brandos, imprevisível. Quando a mecânica de jogo não existe, o time depende muito da individualidade, e por isso tanta oscilação.

Derrotas contra o poderoso Aurich, empate fora de casa contra Strongest e uma derrota acachapante contra o Santos (com postura de time pequeno) desautorizam qualquer manifesto de confiança. O saldo é de débito.

Controlem sua ansiedade e expectativas com parcimônia. Mas quem sabe quinta seja o divisor de águas, o dia de uma grande atuação e a retomada da confiança e convicção que sim, podemos mirar alto.