segunda-feira, agosto 13, 2012

Desfalques e a alma

Em um campeonato de 38 rodadas, 7 rodadas correspondem a quase um quinto da competição, ou em termos menos tangíveis, uma interferência que pode representar a diferença entre um quarto lugar (e uma libertadores) e um nono lugar (e uma Sulamericana).

Pois bem, este éo período que a CBF, em nome de nada mais do que sua própria ambição “olímpica”($$$$$) privou o Inter de contar com Leandro Damião.

Não contente coma sangria, em um jogo de caráter absolutamente caça-niquel, frente ao “temível”selecionado sueco, prejudica novamente a equipe colorada, convocando Damião às vésperas de um complicado enfrentamento com o Corinthians.

Esta mesma CBF,em 2009 convocou Nilmar e Kléber, de forma que os mesmos não puderam participar da primeira partida decisiva da Copa do Brasil, o que se mostrou decisivo paraas pretensões coloradas de vergar o Corinthians. O mesmo Corinthians, recentemente tão beneficiado em todas as esferas de poder no futebol brasileiro.

Esta mesma CBF,em 2004, convocou Nilmar e Daniel Carvalho para a seleção sub-23, resultando num vergonhoso 0-5 contra o São Caetano na última rodada, e postergando o sonho da Libertadores por mais um ano.

É justamente por motivos como este que meu patriotismo, por mais exacerbado que seja, é relegado.

Enquanto o futebol brasileiro for dirigido e administrado por uma corja de ladrões e de pessoas sem caráter e/ou sem índole, em um ambiente repleto de interesses escusos e conchavos de cunho políticos, cuja única finalidade é enriquecer às custas da paixão do povo brasileiro e dos clubes, meu sentimento vai ser apenas de repulsa.

A prata e o bronze de atletas como os irmãos Falcão sempre serão mais honestos que a prata forjada neste ambiente promíscuo que é o futebol brasileiro. É por isso que os gols mexicanos não me afetam, e é por isso que sou colorado e fico indignado.

O clube faz um esforço monumental para contar com jogadores ao nível de seleção, mas isso acaba por tornar-se um fardo, e não um benefício.

É chegada a hora de os clubes se unirem, afim de acabar com a permissividade e impassividade que impera, àquela que dá arbítrio a uma Confederação agir através de mandos e desmandos, sempre em prol de seus próprios interesses, prejudicando (e favorecendo) clubes a seu bel-prazer.

É por isto que,mais do que nunca, sou colorado, e quero muito este Brasileirão.

Esfacelado,desfalcado, prejudicado. Assim vamos quinta-feira, enfrentar o atual campeão continental e onde a vitória é fundamental para as aspirações ao título.

Não sou ingénuo.Em tempos modernos, os jogadores já não se identificam mais com os clubes como outrora, e este sentimento, este quê de inconformidade não entra em campo.

Uma pena.

Porque à esta torcida, não há desfalques nem maquinações que superem a raça, a entrega e a alma de um colorado.