- Olá Marín, como vai? - diz Luigi com um sorriso gentil no rosto.
- Bem - responde ele secamente.
- Então, vai ter jogo da seleção novamente, não é? Damião foi convocado. Tri-legal, tchê.
Marín ficou apenas olhando pra ele, até que, sem graça, ele continuou.
- Bem, Marín, sabe o que é. É que a gente tem um jogo contra o São Paulo e como a seleção estará na cidade, bem, pensei que não seria problema algum liberar o Damião para essa partida, você...
- Luigi - interrompeu Marín.
- ... você não acha? Pensamos...
- Luigi - interrompeu Marín novamente.
- que a CBF poderia...
- Merda, Luigi, cala a boca, seu banana!
Luigi tomou um susto e seus olhos encheram-se de lágrimas.
- Não vai chorar, caramba. Olha aqui, no meu olho. Calma. Olha aqui. Isso.
- Mas...
- Luigi, presta atenção pois vou ser breve.
- Sim... - diz ele, limpando as primeiras lágrimas que caíam.
- Luigi, EU SOU SÃO PAULINO SEU IMBECIL! Como pode ser tão burro de me pedir uma coisa dessas?!
- Mas...
- Agora some daqui, que não tenho saco pra banana. Some. Fica quietinho lá no sul, comendo um bom churrasco e tomando seu chimarrão. E me agradece por ajudar vocês a ganhar grana com a doaç..., quer dizer, venda de jogadores. - Marín não conseguiu segurar a risada sarcástica em seguida. Quando se controlou novamente, continuou - Essa do Lucas valer 1 e 1/2 Oscar foi demais hein.
Luigi foi saindo cabisbaixo, quando Marín falou por fim:
- Ah, mais uma coisa que ia me esquecendo. Manda um abraço pro Carvalho e diz que qualquer hora passo por lá, aliás, melhor, diga a ele pra passar na minha casa qualquer hora pra gente bater um bom papo sobre as novas promessas do Inter, ok. Agora pode ir.
"Bananão", pensou Marín enquanto se servia um copo de uísque.