Em um realidade
onde a diferença entre os 20 melhores colocados em um dado esporte ou
competição é insignificante, e centésimos de segundos podem significar a
diferença entre uma medalha de ouro e um quinto lugar – o céu e o inferno – o
preparo e a motivação psicológica tornam-se cada vez mais decisivos.
Aproveitando um
assunto que deu bastante repercussão, pegamos como exemplo o Salto com Vara
olímpico, onde a atleta brasileira Fabiana Murer, atual campeã mundial, ficou
em 14º lugar, sendo que apenas 12 conseguiam apuramento para as finais da
modalidade.
Fabiana falhou em
saltar 4.55 m
após 2 tentativas. Para contextualizar, esta é uma altura de treino para a
atleta em questão, uma marca longe do seu limite e que a mesma pressupõe
atingir até com certa facilidade.
O mais alarmante
é que a atleta negou-se a realizar a terceira tentativa, sob a alegação de
forte vento e condições adversas, o que segundo ela, prejudicou completamente a
execução de seus movimentos e pormenores técnicos, prejudicando seu desempenho.
Veja lá, estou
longe de ter algum embasamento técnico ou ser um perito neste esporte que
acompanho muito ocasionalmente, mas me parece que o mesmo vento que a
prejudicou, inclusive as mesmas condições de tempo, clima e pressão também
sujeitaram as demais atletas a “reavaliarem” seus saltos e seus movimentos.
Sinceramente, uma
desculpa que me parece estapafúrdia.
Acompanhei a
prova, e Fabiana teve imensas dificuldades em superar 4.50 (a altura anterior),
mesmo após 2 saltos. Quando a altura elevou, a mesma falhou em suas duas
primeiras tentativa, e ai sua confiança e auto-estima foram lá em baixo, e sob
enorme pressão, bom… ai foi mais fácil culpar o vento…
Escrevi
recentemente aqui que mais do que nomes de expressão o Inter precisava de uma
sólida idéia de futebol e repetição exaustiva.
Pois bem, o
Inter, mesmo sem suas principais peças, com a ausência de seus referenciais
técnicos tais como D’Alessandro, Dátolo, Dagoberto, Damião, Kléber, mesmo
assim, somou 10 pontos dos últimos 12, com duas vitórias seguidas fora, algo
que não tinha acontecido até então em toda a temporada.
Jogadores como
Élton, Bolívar, Índio, Muriel e Guinazu subiram de produção, e Fred e Ygor vêm
apresentando desempenho que os credenciam como novos titulares incontestáveis,
mesmo quando todo o plantel estiver a disposição. Em síntese, um arremedo de time, com o melhor desempenho até então.
Pergunto-lhes, o
que mudou? Não são os mesmos jogadores que até semanas atrás, com Dorival Jr no
comando apresentavam desempenho insuficiente e irregular?
O que vejo foi
uma mudança de postura. Acabou o choro, acabaram as desculpas.
Antes, tudo era
motivo de reclamação… As lesões, os desfalques, a qualidade do adversário, a
pressão da torcida adversária, a bola redonda… o vento.
Fernandão tem
tido um início promissor por não se deslumbrar, mas acima de tudo por cobrar e
principalmente por passar confiança ao grupo, ao invés de lamentar.
Não sei o que nos
espera no final do campeonato, mas se a atitude permanecer a mesma, talvez haja
luz no túnel.
Por fim, deixemos
a soberba de lado. Acompanhei alguns jogos da Ponte Preta e do Náutico, e longe
de serem grandes equipes, podem representar alguma dificuldade ao colorado,
especialmente se jogarem retrancadas.
Muito foco,
trabalho, concentração e seriedade para que, embalados, computemos 6 pontos em
nossos domínios e possamos nos aproximar do topo da tabela classificativa.
Porque com sangue
nos olhos e a torcida empurrando, não há vento que possa atrapalhar nossos
sonhos.