Agora, sobre a formação do time e direto ao ponto.
Algumas coisas são simples, outras não. Por exemplo, não é simples lidar com o ser humano e suas variações de humor, muito menos com 30 deles (o elenco do Inter). Gerir um elenco, de modo a obter um bom equilíbrio individual (em termos de performance média) e do coletivo, não é tarefa banal. Por outro lado, há uma princípio bastante simples que deveria ser o primeiro (ou talvez o segundo) na formação de um time: um time tem que ser veloz. Ninguém monta um time competitivo nos dias atuais sem que a velocidade seja uma de suas principais características. Velocidade que afeta tanto a eficiência dos contra-ataques, quanto a movimentação no ataque (penetração e manutenção da posse de bola), quando se enfrenta defesas compactas e recuadas.
Portanto, darei aqui minha sugestão de formação ideal para o time do Inter, em face da performance do time e dos jogadores nos últimos jogos. Fosse eu o "Dungo", montaria o time assim:
Goleiro (tanto faz, mas vai lá Muriel...)
JH / Alan / Juan (R.Alves, reserva) / Fabrício
Ygor (Airton, reserva), Willians (Josimar, reserva)
Otávio / Dale (Alex)
Forlán (Caio) / Damião (Scocco)
Defesa: 4 4 2
Ataque: 3 (volante+Alan+lateral) 3 (Juan+volante+lateral) 4 (meias+atacantes)
Contra-ataque: 1 1 3 (Dale chegando por trás, Otávio (ou JH) conduzindo a bola à sua frente, Forlán e JH (ou Otávio) abertos, Damião no meio)
Com este time e estas formações, teríamos condição de fazer transições rápidas tanto para contra-ataques, quanto para recompor a defesa. Também teríamos muito mais velocidade para movimentações no ataque. Na hora de um contra-ataque, o ideal seria sempre buscar o Otávio (ou JH ou, última opção, Willians), capaz de sair em velocidade. Ao mesmo tempo, Damião, Forlán e um terceiro jogador (dentre Otávio, JH e Willians, o que não estiver conduzindo a bola), se lançam em velocidade ao ataque, um pelo meio e os demais pelos lados para abrir a defesa e dar opção de passe ou de drible individual. Com isso, Dale que não é veloz e não tem tanto gás, teria tempo para chegar ao ataque para uma eventual cadência do jogo, caso a jogada não seja finalizada rapidamente. Essa dinâmica teria que ser automática na cabeça dos caras, com todos sabendo exatamente o que fazer e onde estar.
No ataque, com posse de bola e a defesa adversário recuada, o 3-3-4 me parece o esquema ideal. Juan, por sua lentidão, seria mantido à frente dos 3 últimos, invertendo com um dos volantes, mais veloz. Nunca os dois laterais poderiam subir juntos (ou, se isso ocorrer, os dois volantes teriam que compor atrás, com um dos zagueiros). Os meias e atacantes estariam sempre na frente, mais próximos da área. Aliás, Dale joga muito melhor quando está mais próximo da área. Seu rendimento caiu muito nos últimos jogos, quando ele passou também a jogar mais atrás, talvez até como meio de manter o time mais fechado para tomar menos gols. Mas isso acaba com o futebol do Dale. Por isso, com 4 na frente, ele poderia jogar mais próximo à área adversária, como elemento centralizado ou alternando com os alas.
Para mim, esta seria a formação ideal. Um time relativamente jovem, especialmente atrás, onde é preciso velocidade e disposição física para manter o time compactado quando ataca e com capacidade de recuperação, em caso de sofrer contra-ataque. Mas a melhor maneira de evitar um contra-ataque é exatamente compactar o time, povoando o campo adversário, além de fixar alguém em cima do jogador adversário responsável por puxar o contra-ataque (sempre tem um mais acionado). Sinto que o Inter tem dificuldade de compactar, especialmente pelo Juan, que se segura visivelmente. Não excluo também a possibilidade de que Dunga também tenha algum temor e peça para a zaga não avançar demais, o que seria um erro crasso.
Enfim, está aí minha sugestão para discussão. Eu manteria JH na LD, pois tem muito mais técnica que Gabriel e Ednei, é mais inteligente e no ataque muito mais útil e perigoso. Uma gratíssima surpresa que espero que Dunga valorize. Mas é preciso tratá-lo como mais que um LD comum, mais ou menos como Daniel Alves, no Barça. Eu não colocaria Dale e Alex juntos como meias, NUNCA. Os dois são lentos e não marcam muito bem. Só deixaria juntos em caso de um deles estar mais avançado, como terceiro atacante ou coisa assim. Mas, para mim, são alternativas para a mesma posição, Alex reserva. Dale precisa de um companheiro veloz, como foi com o Oscar e agora pode ser com o Otávio. Um cadencia, o outro puxa a transição rápida.