domingo, maio 19, 2013

Observando e aprendendo

Um trabalho consistente precisa de tempo. E, claro, investimento feito com inteligência. Jupp Heynckes chegou ao Bayern em julho de 2011. Ao mesmo tempo, os times alemães já vinham desde há alguns anos fazendo um trabalho de formação de atletas mais forte. Jupp foi montando o time, ajustando as peças e o sistema de jogo do Bayern. Resultados? Não vieram imediatamente. Só em 2012 o Bayern começou a colher os frutos desse trabalho, com o título nacional na temporada 2012/2013 e da DFL-Supercup em 2012. Disputou também a final da Champions na temporada passada. Jogadores que passavam longe de serem protagonistas no decorrer de suas carreiras, agora são referências técnicas no Bayern, tais como Ribéry e Robben. Num time bem ajustado e com jogadores que se completam, todos acabam jogando melhor. Sobre Ribéry, particularmente, vale destacar alguns pontos.

Jogador precisa de apoio, incentivo e boa preparação. E, claro, é preciso ter mostrado algum potencial anteriormente. Ribéry chegou ao Bayern na temporada 2007/08. Nesse tempo, enfrentou 29 lesões e teve lidar com polêmicas extracampo. Se fosse no Inter, dada a paciência atual da torcida, não teria passado da quinta lesão. Mas no Bayern foi diferente. Foi bancado pela direção e comissão técnica e, como resultado, na atual temporada da Bundesliga disputou 27 das 34 partidas, somando 10 gols e 14 assistências, sendo o líder do time em assistências, passes para finalização, faltas sofridas e dribles. Esteve entre os três melhores em chutes, cruzamentos e enfiadas de bola (fonte). Em parte, o caso do Dale se assemelha ao dele. Mas, talvez, o de Dátolo tenha ainda mais paralelos. Ele já mostrou futebol. Não seria o caso de fazer um trabalho especial com ele? Vejam esse gol do Ribéry, no último jogo.

Times em formação oscilam. E, claro, há oscilações e oscilações. O Coritiba, que alguns aqui no blog vinham enaltecendo os resultados, perdeu por 4 x 1 do Nacional-AM, pela Copa do Brasil. Assim como o Inter, o Coritiba é um time em formação, com vários jogadores que chegaram a pouco, como o Alex. É um clube que tem se esmerado no planejamento em todos os níveis e que vem colhendo alguns resultados importantes. Mas oscila. Assim como o Inter. Dunga está fazendo um trabalho que precisa de bastante tempo e o time vai oscilar. Algumas oscilações são compreensíveis, outras não. Se ficar visível a falta de compromisso, tem que cobrar. Mas é possível que as oscilações do Inter se devem às diversas configurações da volância no meio-campo, este ano. Quando foi possível ter estabilidade, esta veio com Aírton e Willians, dupla sobre a qual pairam (em mim) sérias dúvidas.

Grandes conquistas sucedem as pequenas. E, claro, é preciso manter a corda esticada. O Grêmio tem mostrado ano após ano o quanto esse pensamento mágico de que um time vai simplesmente ganhar os campeonatos mais importantes de uma hora para outra, sem que haja um progresso mais ou menos linear é uma idiotice. Disputar títulos demanda experiência, demanda maturidade. E isso não vem do nada. As maiores glórias do Inter vieram depois de dois campeonatos brasileiros incríveis, disputando o título até o final. Desse ponto de vista, o trabalho de Dunga não poderia ter começado melhor. O Inter ainda não apresentou um futebol que permita acreditar em disputa direta do título brasileiro ou da Copa do Brasil. Mas tampouco me parece que vai ser fácil vencer o Inter. Há limitações no ataque, mas parece que a defesa está razoavelmente sólida. Assim, no mínimo, o Inter vai ser um time mais encardido de vencer, do que vinha sendo.

É isso. Bom domingo a tod@s.