O problema é que ela não apenas partiu pra outra, como também surpreendeu a todos mostrando uma beleza e inteligência até então pouco reconhecidas. Claro que nisso também tinha a "mão" do Sófocles. Sempre muito sério e comprometido, ele não poupou esforços para oferecer à moça todas as condições para se vestir melhor, cuidar do corpo e, claro, da mente, afinal Sófocles não era um desses homens superficiais. "Um belo visual", como ele gostava de dizer aos amigos, "era um detalhe secundário. Mulher pra valer a pena, tem que ter cérebro!". Sófocles não abria mão de uma companhia inteligente e incentivou o gosto da morena pelo jornalismo, ajudando-a a terminar a faculdade que com muito custo ela tinha iniciado quando ainda namorava o Sileno (que, aliás, sempre implicava com o fato de ela estudar).
A moça sentia-se valorizada e isso só aumentava seu amor por Sófocles. Adorava estar com ele e não gostava nem de lembrar dos tempos idos na péssima companhia de Sileno. Sem falar na família de Sófocles, que era divertida e muito unida, sempre fazendo-a se sentir em casa. E, assim, tudo caminhava bem, até que Sófocles foi surpreendido pela informação de que Sileno queria a moça de volta. Sileno dizia que ela ainda era comprometida com ele quando se enamorou de Sófocles e que não era justo ela tê-lo deixado. "Voltar para o Sileno?", pensou horrorizada. Não é preciso dizer que a moça nem pensava numa abominação destas.
Percebendo isso, nosso caro Pandolfo tentava de tudo para prejudicar o relacionamento dos dois, pagando mico atrás de mico. Sileno chegou ao ponto de dizer a Sófocles que só os deixaria em paz, se ele pagasse os lanches que tinha pago para a moça nos dois primeiros anos de faculdade. Sófocles não esquentava a cabeça. Aliás, tinha até pena de Sileno. "Que pobre rapaz", pensou. "Viver nessa inveja, sozinho e sem amor, deve ser frustrante". Apesar da pena, porém, Sófocles queria distância de gente mesquinha assim e cogitava mesmo em pagar os tais lanches ao Sileno, só pra dar um basta nisso.
Enquanto isso, Sófocles continuava colhendo os frutos do "bem tratar" a sua mulher, que se esmerava em fazê-lo feliz. E a verdade, é que a moça "batia um bolão".
É... Azar do SPFC.
ps.: Uma homenagem ao nosso querido freguês e, agora, fornecedor. Sobre os nomes fictícios, aí vai a dica.
