Bom, mas um fato esta semana me fez sorrir e me alegrar com o Inter. Foi quando minha filhinha de 1 ano e 8 meses apontou para o símbolo do Inter (numa camiseta que eu estava usando) e disse "É o Íntu, papai", "É o Íntu", repetiu sorrindo, quando viu que eu e minha esposa caímos na gargalhada. Como meu doutorado é em Campinas/SP, tenho ficado mais lá ultimamente do que em casa (Goiânia). Minha esposa já tinha me dito que ela reconhece a ligação do Inter com o papai e que sempre que via o símbolo, ela falava "papai". Mas falar "Íntu" foi realmente inesperado, embora eu já tivesse falado o nome várias vezes pra ela.
Fiquei depois pensando em como se constrói essa relação simbólica entre o torcedor e o clube. Eu não tive ninguém na família ou mesmo próximo que torcesse para o Inter. Comecei a torcer em 1987, para ser do contra, já que todo mundo por aqui era Flamengo ou algum outro time carioca. Mas, agora, minha filha cresce e vai pouco a pouco entendendo essa identificação e provavelmente se identificando com o Inter também. É emocionante ver isso, de verdade. Fico imaginando eu levando ela a um jogo, no Beira Rio reformado, com minha esposa. Me divirto com essas ideias.
Hoje, diante de tanta frustração, seja com a direção do clube, seja com o país, são estas pequenas coisas que tem feito sentido pra mim. E, sinceramente, nos últimos anos acho que o momento mais singelo que o Inter me proporcionou, foi esse dessa semana com minha filha. Está aí algo que faz sentido, para muito além de contratações, vendas, estádio, técnicos, presidentes.
Isso vale a pena. Espero que com o estádio novo, o Inter não me prive de viver alguns bons momentos assim com minha família. Espero que o estádio continue acessível para o torcedor, especialmente o sócio, mas não apenas.
Pois se o Inter se distanciar demais desses pequenos momentos de cada um de nós, se se tornar apenas um produto do "outro lado da vitrine" que só podemos olhar, é quando vai começar a morrer.