segunda-feira, fevereiro 24, 2014

O que eu preciso prá virar beata

Tá, todo mundo aqui já sabe que a cornetagem tá no sangue né? Não sei se porque na minha área de atuação (testes de software) qualquer imperfeição é algo.... imperfeito, mas eu não suporto erros.

Não diria que o time precisaria ser perfeito prá eu parar de cornetear, ao contrário, tem coisas que eu até aceitaria, desde que um ingrediente bem simples aparecesse.

Poderia conviver com derrotas, erros de passe, escalações esquisitas, aguentaria o time sub-imundo, reservas, goleiro mão-de-alface, derrotas para o Veranópolis seriam relevadas.... a lista é grande. Viraria beata em meio a essa lama toda SE O TIME TIVESSE ATITUDE.

Stewie Griffin tem atitude!
Índio Balboa tem atitude!
Technoviking tem atitude!
 Esse cara tem atitude prá caralho!


Ou voltasse a ter.

O time de 2004-2006 não era um primor, mas tinha uns caras ali que dava gosto de ver jogando.
Lembro em 2005 ou 2006 perdemos dois jogos em casa seguidos, e os microfones pegaram o Fernandão esbravejando na saída do campo gritando “NÃO PODE PERDER DOIS JOGOS EM CASA, PÔRRA! NÃO PODE!”.

A imagem que vale por mil palavras.

É isso que eu quero! Esse sangue nas veias, essa atitude de “I give a shit” (expressões em inglês BV #5 ou #6), o cara comer grama no jogo, jogar duro (sem dar porrada, que isso é coisa de copero y peleador), tentar fazer o gol (ou mais gols) sempre, não desistir nunca, brigar por lateral na defesa do mesmo jeito que disputa cabeçada na área, brigar pela ponta e não pela rabeira, QUE ISSO É COISA DE COPERO Y PELEADOR.


Eu quero ver um Inter que faça o primeiro gol em um grenal e ao invés de ir comemorar fazendo dancinha de funk carioca, IR BUSCAR A BOLA DENTRO DO GOL, E LEVAR DE VOLTA AO MEIO CAMPO.


Querem um exemplo? Hoje (domingo) a seleção de hockey do Canadá ganhou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Inverno.


O salário desses caras é equivalente a um Barcelona, um Real Madrid. O Canadá era o favorito frente a Suécia, e mandou no jogo. Fez um gol por período, não correu riscos, e quando tava na metade do terceiro período, ganhando já de 3 x 0, ELES AINDA TAVAM EM CIMA. Esmagando a Suécia. Sem dar chance, buscando o quarto, o quinto, o décimo terceiro gol a todo momento.

É bom – e fácil – torcer prá um time assim, que joga bem, ganha bem, e amassa os adversários.

Mas se o time do vivente não é lá essas coisas, que pelo menos jogue pela camisa que veste, pelas bola que carrega no saco, pelo jaguara que paga 40 pila (as vezes 10% do salário) prá ir ver esses caras num potrero em Novo Hamburgo.


ATITUDE. Daí eu viro beata.