O futebol é uma ciência inexata, cheia de variáveis, desvios e deturpações...
Especialmente no Brasileirão, a equipe milionária pode desperdiçar pontos contra o Z4, a equipe de meio de tabela pode começar uma sequência vitoriosa, e mesmo favoritos podem decepcionar e ficar na zona intermediária.
O colorado então, já está vaticinado, pois é geralmente nos jogos propalados como "mais fáceis" que desperdiçamos pontos preciosos, interrompemos sequências vitoriosas e jogamos um balde de água fria nas expectativas.
A cessão do empate contra um Botafogo em crise, jogado às cordas, foi uma clara demonostração de falta de concentração, mas acima de tudo de uma equipe que tem oscilado tal um eletrocardiograma de cardíaco.
Se a real capacidade da equipe certamente não é a do Grenal, onde simplesmente patrolamos (abraços Odone!!) o coirmão, também não é a apresentada contra o Cuiaba, onde sinceramente a exibição foi constrangedora.
Entre estes altos e baixos, uma constante alternância entre bom e mau futebol, ficam as expectativas de uma torcida colorada que clama pela quebra de um jejum que já se arrasta há mais de 30 anos.
Um dos grandes motivos que impede a consistência do nível das atuações, especialmente a intensidade nos 90 minutos reside no fato de que a equipe possui uma manifesta dependência de seus dois principais jogadores, D´alessandro e Aranguiz.
Quando a equipe adversária consegue conter o ímpeto e a articulação de nossos melhores jogadores, vem à tona as carências da equipe, cujo meio-de-campo padece de velocidade, não há um atacante de velocidade para desafogo e os laterais não conseguem contribuir com regularidade (muitas vezes ambos em jornada técnica pobre).
Dar um melhor padrão tático e técnico a equipe é a grande missão de Abel, que precisa encontrar alternativas e acertar a mecânica de jogo para diminuir esta dependência.
Há de se arranjar formas de os laterais voltarem a auxiliar a parte ofensiva, mas sobretudo arranjar formas de a equipe ser mais contundente e objetiva quando precisa, e ai temos um problema de formação de elenco, pois há carência de opções com tais características.
Resolver e dar um novo padrão de jogo à equipe, seja como alternativa seja como para mudança da postura da equipe em um mesmo jogo passa então, de certa forma, pela recuperação de Otávio e talvez pela aquisição de Luque, este último um jogador rápido e de lado de campo.
Como relatei no início do texto, nem sempre os resultados irão seguir o nível das atuações, e esta grande oscilação da equipe pode começar a cobrar pontos preciosos tais como ocorreu contra a equipe carioca.
É preciso que Abel não fique brabo com as cobranças, pois se a equipe almeja postular a títulos, que o rendimento e a regularidade não oscilem tanto.
Enquanto isto, 2 jogos na tabela (Atlético-Pr em casa, Críciuma fora) em que os 6 pontos são fundamentais para uma disparada que se mostra cada vez mais importante.
O ideal além das vitórias são atuações mais serenas e mais confiantes.
Se não for possível, há de se conquistar os pontos nem que seja a forceps, afinal, pontuar é imprescindível; mas sempre lembrando que uma hora a sorte pode virar e os pontos não vir e esta oscilação pode (e vai) cobrar seu preço.
Saudações coloradas
@Davi_Inter_BV