quarta-feira, maio 14, 2014

Hasta la Victoria o Hasta la Muerte

O Campeonato Brasileiro podia ter terminado domingo. Exatamente nesse último domingo. Primeiro lugar, mais de 80% de aproveitamento e invicto. Grande campanha! Mas ainda faltam 34 longas rodadas...

Vai ser bom ter depois da última rodada o mesmo cenário que ficou ao final desse domingo. Perfeito! 




Voltando a realidade, como eu disse, ainda falta. Por conta disso, é de certa forma preocupante ter tão próximos justamente o "Curintia, mano!" e o "STJD-FC". Mas, é preciso passar por cima de tudo e de todos como vem sendo feito, especialmente em casa, onde temos 100% (isso mesmo, CEM POR CENTO) de aproveitamento.

Parece que finalmente está assimilado pelo time que cada pontinho, cada gol é importante. Que um pequeno esforço a mais pra buscar a vitória agora é um caminhão de esforço a menos num futuro não tão distante, uma vez que dois pontos agora não são praticamente nada, mas lá no final do ano podem significar a diferença entre ser campeão ou seguir na fila.

Nessa toada, duas coisas me incomodam: a primeira é ficar procurando atalhos para ser campeão. Não falo da equipe e comissão técnica que tem isso por obrigação e ofício e DEVEM FAZER ISSO tecnicamente e de fato. Mas, sim, a torcida que fica na onda do "Ha! MAS esse ano tá muito fácil, o time de Anta Gorda, de Capivari e Ivoti dá pra ganhar... depois é só segurar contra o bicho-papão, o lobo-mau e o boi-da-cara-preta... não tem erro, o caneco é nosso!".

TODO jogo é importante e decisivo num campeonato de pontos corridos. É como eleição onde todos os votos tem o mesmo peso. Assim, o jogo contra o Ferro Carril ou a seleção alemã (se estivessem num mesmo campeonato contra a gente) tem o mesmo valor de três pontos. 

Por isso, ser campeão é resultado de trabalho bem feito, não é sorteio pra ser decidido na sorte. Pra ser campeão tem de ser o melhor e enfrentar o que tiver pela frente. Ser campeão é trabalho com resultado efetivo. Brasileirão não é Las Vegas. FIM!

Mas, em segundo lugar, o que realmente me tira do sério é grenalização de tudo. Óbvio que não vou ficar de boa esperando que o gremixo conquiste alguma coisa além de rebaixamento, vexame e desilusões. Mas, por outro lado, não tem motivo de ficar que nem vizinho invejoso (no caso deles) mais preocupado em ter o que o outro não tem. Não me entendam mal, o que quero dizer é não focar em matar o inimigo do lado, isso nos nivela por baixo. Devemos ter como objetivo buscar o topo, matar os inimigos que estão no alto... sacaram? 

Quando nos preocupávamos com a existência deles não cuidávamos com o devido zelo do que deve ser nosso objetivo.

É como uma corrida de carros: se o piloto começar a se preocupar apenas em proteger a sua posição (visão da diretoria atual) não vai ter como ultrapassar o carro da frente. Ou seja, se focar em ultrapassar o da frente deixar o que vem nos perseguindo é consequência. Simples assim.

Essa grenalização de tudo é a forma mais baixa e barata de mexer com nossos brios e tirar nosso foco do que realmente importa (seja a conquista do campeonato, se conformar com uma décima colocação ou até mesmo desmandos e atos de incompetência).

Por conta disso, em uma de minhas estadias em Porto Alegre enquanto esperava pelo meu almoço numa sexta-feira qualquer, sentado na mesa do restaurante de um hotel próximo a prefeitura, reeditei um grito de torcida, pra deixar de lado as porcarias e focar no que importa: 


SOMOS CAMPEÕES DO MUNDO!
E DA LIBERTADORES TAMBÉM!
SOMOS CAMPEÕES DE TUDOOOO!
NÃO TEM PRA NINGUÉM!

LÁLÁLÁ....

Vamo INTER! Vamo INTER! Vamo INTER!



@cristiandrs


PS: excelente ideia do Aírton Kwitko e ótimo a boa vontade do Tiago "from Canadá". Porém, só vejo sentido se for uma abordagem recreativa e crítica. Do contrário, seguiremos como "menininhas de colégio apaixonadas". A gente gasta horas de nossa vida em cima de ideias, debates, etc e tal... pra um bando de mané pegar a sugestão como se fosse ideia deles e no final nem um "gracias" nos dedicar. Mas na verdade é a gente que é mané, porque se nos dessem uma camisa velha gasta e usada já ficaríamos contentes enquanto eles enriquecem. Vamos gastar nossas ideias produtivas e rentáveis pra melhorar a vida das nossas famílias, porque doar (o termo é esse mesmo) dar trabalho grátis pra clube de futebol no cenário atual é só facilitar a vida dos vigaristas que vivem as custas dos escravos/viciados mais felizes do mundo. Tenta abandonar o futebol! Tenta! Não tem como, parece até uma ofensa moral deixar de lado o clube do coração... Dá orgulho ver no extrato do Banco o débito em nome do Sport Club Internacional. Pelo menos eu leio até com uma certa pompa. A gente sente-se praticamente o D'Alessandro... É, amigos, somos colegas na "acefalite futebolística funcional". Não adianta se iludir, podemos criar uma enxurrada de sugestões que o futebol vai seguir sendo essa balada do "precarismo perfeito" - não funciona bem, mas convém. Assim, só vai ser usado o que convier. Olha um bom exemplo: eu não ligo pra Saraiva.com dizendo como eles devem fazer a logística deles, como podem gastar menos e entregar 100% das entregas em dia (mesmo quando atrasam a entrega do presente da minha mãe). Temos que ter em mente uma coisa: o clube é nosso, mas não é por nós que as pessoas estão lá. Enquanto for assim, nosso papel é criticar e dar pequenos pitacos, como bons consumidores. De resto, dediquem a quem vocês amam o esforço produtivo. É pra isso que estamos aqui: fazer quem amamos viver melhor.