segunda-feira, maio 19, 2014

Gordura o caralho!


Ainda não a temos, mas semana passada já se ouvia falar...
Se tem uma coisa que eu DE-TES-TO ouvir falar é na tal "gordura acumulada".

Ah uma percanta...!

Gordura...

Mas que gordura, porra? SÃO PONTOS! PONTOS IMPORTANTES! Pontos que nos botam na frente dos outros. E adivinha o que acontece quando tu termina o campeonato na frente dos outros? TU GANHA o campeonato! Com pontos a mais! Não gordura...

O termo dá o sentido de que "tem gordura prá queimar", o que traduzindo pro futebolês significa pontos prá perder.

Mas desde quando isso é bom??? Quer dizer que se eu abrir 3 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, mais adiante não vai ser tão ruim perder 3 pontos pro Náutico?

Ah fala sério!
Gordura o caralho!
Vão ganhar pontos, vão acumular pontos, e vão MANTER OS PONTOS.

Gordura...

Que nem aquele papo de que se ganhar uma fora, compensa por uma derrota em casa, ou então os famosos pactos.... É muita mentalidade derrotista...

Gordura...



Minha sugestão pro debate da semana é o perfil do jogador a ser contratado.

Semana passada falei sobre a inteligência do jogador, que deveria ser exercitada durante sua formação.
Hoje eu falo sobre o jogador que já vem "pronto" para o clube. Neste caso, o clube não teve influência alguma sobre o que esse jogador aprendeu durante seus anos de formação. Se é que poderíamos chamar formação o que um cara tem nas categorias de base do Madureira, ou do Mixto. Mas vá lá...

Eu acredito que a contratação de um jogador deveria ser parecida com uma entrevista de emprego. O empregador conversa com o entrevistado para conhecer suas características, suas habilidades e conhecimentos, sua formação, suas credenciais, tudo isso baseado em uma avaliação prévia do seu currículo. Não preciso traçar um paralelo disso pro futebol, né?

Muito bem. Seguindo.

Um bom entrevistador, entretanto, não se atém a perguntas e respostas puramente técnicas. Ele vai além. Ele investiga o perfil do candidato, e com uma ou duas entrevsitas, é capaz de determinar se o candidato se encaixa na empresa, na equipe, ou se é capaz de fazer o trabalho isoladamente - caso seja esse o requisito da posição.

E é nesta avaliação subjetiva que está o segredo do sucesso do candidato na empresa. Esse cara vai se dar bem com os colegas? Será uma influência positiva? É um individualista? Ou sabe trabalhar em grupo? Se encaixa na cultura da empresa? É orientado a resultados? Curto, médio ou longo prazo? Como é sua vida fora do trabalho?
Existe uma linha bem clara sobre o que é permitido perguntar ou não, mas há muito espaço para se descobrir muita coisa de uma maneira respeitosa e ética.

Agora sim traço um paralelo. Imaginem um gerente de futebol conversando com o Adriano Imperador, o Jajá Coelho, ou o Didi Facada. Temos um ótimo jogador (quando quis), um meia boca (quando quis), e uma naba (mesmo querendo).

Seria uma conversa muito curta. No que o assunto saísse um pouco das 4 linhas, e adentrasse o vestiário, ou o campo de treinamento, ou a vida do cara fora do clube.... prá mim a entrevista teria terminado.

Existem exemplos contrários? Sim, mas na minha opinião, um sujeito que não leva a coisa a sério, não tem potencial a longo prazo.

Tivemos vários jogadores assim. Lembro do Danilo, por exemplo. Tinha potencial prá craque a ser trabalhado. Mas simplesmente largaram o cara no frio de Porto Alegre, não houve acompanhamento, e deu no que deu. O Pato também. Esses tempos li um jornalista comentando que o pessoal do SP se espantou com a burrice do cara.

Passaria na entrevista? Talvez sim, tavlez não. E nada impede que tu arrisque com um candidato que não se encaixe perfeitamente - caso do SP com o Pato. Tu pode apostar no cara, tu pode ver que tem uma chance de ajustar o comportamento do cara. Isso tudo é possível, mas são riscos calculados.

Eu não acredito que um jogador de futebol se limite ao que ele faz dentro do campo nos 90 minutos. É muito bem pago prá ter um comportamento adequado longe disso também. Tem direito a sua privacidade, mas como qualquer atividade pode afetar sua performance física e mental, tudo tem que ser bem cuidado.

Por outro lado, lembro que o FK sempre comentava que se encontrou com o F9 a primeira vez e ficou impressionado com o que ouviu. Até porque o F9 também comenta o mesmo. Foi uma entrevista de duas mãos! Com os dois querendo e encontrando a mesma coisa do outro lado.

Limitaria as oportunidades? Sim. Teríamos excessões a regra? Na maioria das vezes. Mas pelo menos com essa orientação evitaríamos casos como os que citei antes, e outros tantos que vimos e vemos vestindo vermelho por aí...