O Inter, com toda sua grandeza, chega a um Grenal de última rodada de campeonato brasileiro - campeonato este que não conquista a exatos 33 anos – tendo como único objetivo estragar a festa do irmão? Tá errado.
O Inter empilha volantes, com uma escalação de time pequeno, cujo único objetivo é não perder, com um lateral direito sem as menores condições técnicas, chuta a primeira bola a gol aos 36 minutos do primeiro tempo, perde dois jogadores expulsos por infantilidade e acaba por ter que se defender o segundo tempo inteiro? Tá errado.
Achar que um semestre inteiro de desempenhos desinteressados, uma campanha abaixo do aceitável e um péssimo 10º lugar são atenuados pela entrega – que deveria ser a regra, e não a exceção – e pela disposição apresentados ontem? Tá errado.
Veja bem, o resultado, dado o contexto, foi ótimo? Claro que foi.
Estragar a festa do coirmão, que julgava golear numa "despedida de luxo" do seu estádio foi bom? Foi melhor ainda.
Aguentar, em condições adversas, um tempo inteiro em inferioridade numérica e ainda tirar o rival da vaga direta foi heróico? Pode até ter sido, mas o meu conceito de façanha é outro.
O problema é este provincialismo burro, esta dicotomia ridícula que a dupla impõe e ao mesmo tempo os limita. Limita em conseguir melhores patrocínios (alô Banrisul!!!), limita na forma de avaliar, de comparar e de projetar.
Uma equipe de futebol de sucesso não pode ter como parâmetro o revés do rival.
A batalha dos Aflitos, na minha opinião, é a maior autoflauta da história. É uma celebração da mediocridade, uma exaltação dos defeitos, uma ode à insuficiência. Quase como escalar André Lima no ataque, “copero y peleador” e achar o máximo; na prática um perna-de-pau que nunca ganhou e nem vai ganhar coisa alguma.
Ficar dezenas de pontos atrás dos primeiros colocados, entrar em férias desde novembro, investir numa folha altíssima e com pouco retorno, e ainda achar que estragar a festa do rival é motivo de comemorar, me desculpem, meus amigos, é não ser capaz de fazer uma análise construtiva da própria situação.
É simplesmente ter como patamar a mediocridade. É simplesmente insuficiente. E não é digno da grandeza desse clube.
Se há algo de proveitoso de ontem, meus amigos, é ter ficado a certeza que a mesma doação, empenho e seriedade apresentadas ontem não correspondem a uma campanha de 10º lugar.
Eu, ao menos, quero um 2013 muito diferente. Com postura de time grande, que entra para ganhar - e não para não perder - com administração voltada ao futebol e sem repetir os erros dos anos anteriores.
Difícil ficar otimista quando o comando é o mesmo, a falta de agilidade impera e nada parece indicar mudanças de rumo.
Uma coisa é certa, o torcedor merece para o ano que vem muito mais do que se conformar com estes insossos "prêmios de consolação" de ontem.
E não confunda com arrogância. Não exijo títulos. Ganhar e perder é do jogo.
Mas aceitar de forma passiva e resignada a mediocridade é o primeiro passo para o fracasso.
Exaltá-la, então, pode ser o passo definitivo de um caminho sem volta
Sds Coloradas
@Davi_Inter_BV