Hoje passaram-se exatos 31 dias desde a tragédia em Santa Maria. O triste dia 27 de janeiro de 2013 foi a última noite de muitos jovens naquela festa e o primeiro dia de dor para seus amigos e familiares.
Nas casas que perderam um ou mais de seus habitantes tem-se no lugar daquelas vidas levadas embora tão cedo e de forma dura um silêncio ensurdecedor. O silêncio dos sorrisos e da voz que se emudeceram, dos planos que não saíram das idéias, enfim, todas as vidas que não foram construídas. O silêncio da ausência.
O Fabrício Capinejar escreveu muito bem quando disse: todos nós de alguma forma morremos um pouco naquela desesperadora madrugada, 27 de janeiro, na rua dos Andradas 1925 em Santa Maria.
Quem nunca pensou que tudo poderia ser um sonho ruim, apenas um pesadelo? Que pai, mãe, irmão ou amor não desejou acordar e ver que tudo não passou de uma peça pregada pela imaginação?
Diz-se, e acredito, ser o tempo o melhor remédio para as dores da alma. Mas nenhum tem pó é capaz de apagar a cicatriz de uma alma que perde um ser querido de forma tão violenta. Ele apenas apasigua a dor para que a vida siga em frente.
Bom seria que aquela noite ao invés dos jovens que perderam suas vidas a fumaça levasse embora todo o descaso e falta de comprometimento de quem deveria ser o primeiro a zelar pelo bom andamento das coisas para que todos pudessem sair de casa e voltar para seus lares são e salvos.