quarta-feira, outubro 16, 2013

O Que a Casa Oferece

Vivemos boa parte da vida em dois mundos: o que a gente deseja e o que temos. Custa um tempo para aprendermos que temos de viver da melhor maneira com o que temos e sempre buscando o melhor - para alguns nem uma vida inteira é suficiente pra chegar a esse nível de síntese, mas daí já é outro problema.

Quando a gente descobre isso, para a maioria depois da "aborrecência", descobre-se que tão importante quanto água, comida e horas de sono para a saúde do corpo precisamos de pessoas que nos inspirem a ser o melhor (ou até mesmo o pior) que podemos ser para manter a saúde de nossa alma.

Nisso, alguns casam, outros trabalham sem parar, enquanto que outros se jogam em uma vida de fé ou sem fé alguma. Enfim, uma incontável lista de pretextos e motivações que temos para acordar todos os dias e arrastar o nosso fardinho (para uns maiores, para outros menores), mantendo um sorriso no rosto todos os dias para cativar quem nos motiva. 

Mas, no final, um ponto que temos de convergência, comum a pelo menos aqueles que apreciam esportes, acaba sendo, para nós, o futebol. Especialmente nosso time. Acaba sendo um pré-filtro de caráter o time de um desconhecido. Se a preferência coincide com a nossa, bingo! Senão, tem de haver uma eficiência maior pra desenvolver uma afinidade. Isso tudo, porque quase como um exorcista, ele, o futebol, põe pra fora emoções que nós reprimimos de nós mesmos (sem piadas com a Coligay, por favor... deixem isso pro Paulo Santana). Bem ou mal, todos saem mudados ao final dos 90 minutos de jogo. É como sair de uma guerra que não houveram baixas, conquistadores ou dominados... apenas um placar, uma história pra contar, e algumas "cornetas" (para tocar, para ouvir, ou ambos os casos).

Mas, enfim, no meio dessa loucura, sentimos que a vitória ou a derrota do time é nosso próprio mérito (mesmo que inconscientemente). Senão, quem me mostra outra lógica? 

Os jogadores quando estão em campo não são mais eles, pessoa física, membro de uma família, com RG, CPF, passaporte e contas a pagar e receber. Não! Eles são o alter-ego de cada torcedor naqueles 90 minutos de transe. Representam ali a expectativa de cada um, seja quem está em casa ou no estádio, de folga ou não, que foi promovido ou perdeu o emprego, está no hospital ou está numa festa, está apaixonado ou teve as expectativas frustradas... enfim, CADA UM!

E tem uns que são tão burros que não entendem isso. Acham que acompanhamos o jogo pela capacidade técnica dos jogadores ou pelas pernas da bandeirinha (tá, tudo bem, a bandeirinha ajuda... quando não atrapalha). Mas, francamente, o que nos importa de verdade é apenas o transe.

E aí chegamos ao ponto: quanto vale tudo isso?

Eu penso que cada um tem a ideia que poderia ser de graça o acesso ao estádio, afinal somos gente VIP (ao menos nossa mãe acha). Mas, todas as coisas nessa vida tem um custo, um preço. Assim, a proposta apresentada pelo clube, nas condições delineadas é uma alternativa aceitável para manter esse brinquedo caro. Me surpreendeu positivamente o resultado final, na teoria, vamos ver na prática como fica. Até porque, não adianta ter estádio padrão mundial, orçamento de time Europeu, orçamento de Gigante e apresentar um futebol nanico. Ouçam o Clemer, gente boa, concordo com ele e acrescento que assim como nos negócios é o futebol: é simples, é RESULTADO.



Essa versão da música foi meu despertador por MUITO tempo.