Estes últimos anos de vida colorada vêm me proporcionando jogos memoráveis. Tem até um paradoxo do ano de 2008, quando não conquistamos tudo que esperávamos, pelo menos com relação às expectativas de Campeonato Brasileiro, ao passo que presenciamos partidas inesquecíveis, contra o Paraná, Boca, Palmeiras no Beira Rio, Estudiantes, GRENAL dos 4x1.
Foram muitos os confrontos importantes que guardei na memória desde 2005, ano da retomada. Mas tem um que a princípio não apresentara qualquer relevância, sob ponto de vista técnico, estratégico ou festivo. Contudo, aquele jogo significou pra mim, naquele momento, promessa e aposta. Foi Inter e Caxias no início de 2006, em tarde quente de verão, num Beira Rio de pouco público, como o de ontem. Lembro que na superior, próximo à FICO, havia umas dez pessoas. Talvez em toda a arquibancada superior somassem cinqüenta torcedores. Não sei, não posso afirmar.
Recordo que estava sentada no degrau mais alto, ao lado de um pilar, desfrutando de sua pouca sombra, acompanhada dos amigos do dia, um pai com seu filho (nunca mais vi) e que buscaram também aquele lugar pela mesma razão, fugir do sol que racha. Eu olhava pros lados e percebia um sossego que une a melancolia do silêncio com a tranqüilidade que te faz “dono do pedaço”.
Era um jogo nada demais, um qualquer coisa de futebol e por isso meu pensamento não se concentrava ali, mas no ano que estava por vir, apostando comigo que dali alguns meses seria impossível estar naquele mesmo concreto com igual desprendimento. Seriam meses de grito e coração na boca. E eu veria todo esplendor que o destino pudera me reservar. Eu não tinha garantia de nada, o ano anterior terminara frustrado, só havia ali, comigo, sensação. Não que fosse sensitiva, até porque o principal estímulo do meu inconsciente era tangível, tínhamos um time. Era apenas um crédito sem apego, sem fiança. O time era bom, mesmo com pontuais fragilidades e botei fé. Simples assim.
Ontem vi que temos, mais uma vez, equipe de verdade. Alguns problemas estão evidentes, mas há no plantel como solucionar, Guiñazu não é da primeira função, mas tem Sandro, entre outros. Bolívar não foi ao jogo, mandou só o corpo, a cabeça ficou na beira da praia comendo camarão. Já Nilmar foi com tudo, jogador mais centrado e ativo de toda partida. Taison não pára, Alex sentiu ciúmes e deu o ar da graça. Kleber é bom jogador. O time tem banco, Marcelo Cordeiro e etc. Carecemos de ajustes, mas nada que me fizesse desanimar enquanto caminhava pela Praia de Belas, de volta pra casa. No entanto, não tive aquele aviso, aquilo em que se acredita, mas não explica, ainda que o abraço coletivo no gol de Alex demonstre bom sinal, de grupo fechado. União sempre traz bons presságios.
Não é que eu desacredite desse grupo, seria exagero. Apenas me falta um detalhe que carimba o vencedor. Naquele Inter e Caxias de três anos atrás vencemos por 2x0, vantagem mais tímida que a de ontem, mas tinha um sujeito que abriu e fechou o placar. Foi dali que tive a certeza.
Falta um dono exclusivo da braçadeira pro ano do centenário ser espetacular e inesquecível. Falta um mandatário desse posto, de carteira e ofício. Falta um capitão.
19 Comentários:
Pra mim hoje o capitão tem que ser Avaro
isso hoje....
quem sabe mais adiante
belo texto Diana
esse assunto realmente é importante e merece até uma inquete nossa aqui do blog
Diana
há um ano, vc lançava um post perguntando:
- Temos grupo?
Eu respondi que não, acho que até fomos incisivos no debate. Eu que, na época, afirmava que não só não tínhamos grupo como sequer tínhamos time, hoje afirmo, sem hesitar:
- Temos grupo, um ótimo grupo, embora carência na lateral-direita.
Para termos time, dependemos do Tite. Não acho que ele está errado em não definir o 11 titular, o trabalho está só começando e isto tumultuaria o ambiente.
O time dele, todos sabem:
Lauro, Bolivar, Indio, Alvaro e Kleber; Sandro, Magrão, Guiñazu e D'Alessandro; Alex e Nilmar.
Não pode afirmar isto, pois Taison está em alta, então ele conta muito com as contusões, suspensões e convocações (para a sub-20 e principal). Além de dar descanso para alguns jogadores, o que abre espaço para outros jogarem.
Isto vai dar-lhe fôlego, e vez ou outra ele escalará um time diferente, mas na hora do pega-prá-capar, o time será este aí.
Gustavo Nery, Marcão e outras perebas já saíram.
E o Rosinei?
Ainda no come-dorme ou já pegou a reta?
Temos grupo, temos time, falta treinador e capitão !
Talvez Sandro (foi capitão no sub-20), Dale, Magrão ou Álvaro !
Texto Bom Diana...
Tambem twm o Gil, Maycom e Clemer, o Bolívar tambem poderia ir logo...
Diana,
Como sempre, ideias libertarias e nao distorcidas da realidade colorada.
Concordo que falta capitao. Guina tem a sua propria forma de liderar, mas nao serve como capitao. Nao acho que Alvaro esteja entre os dois melhores zagueiros do plantel.
Portanto daria a bracadeira para D'A ou Magrao.
anderson,
estes tbm seriam meus dois candidatos.
bjs
Muito bem colocado maninha.
Não levo fé no Guina pra capitão. A liderança dele é pelo exemplo de entrega dentro de campo, não de orientação ou de representatividade.
Concordo contigo e com o Col. Os meus candidatos seriam D´Ale e Magrão (nessa ordem). O D´Ale tem mais de 50% de participação nesse crescimento de produção do Taison. Desde o ano passado tem dado muita moral pro guri. Imaginem ele espalhando essa influência pra mais novatos.
Mais uma vez, a Diana trazendo um texto que instiga o debate. Mas além disso, trouxe um assunto que as vezes passa por despercebido, mas que é importante. Eu não saberia escolher um. O Sandro não poderia, pois ainda é um garoto. Entre outros garotos tudo bem, e acho que este será um destino certo na carreira desta jovem promessa (muito próxima de se tornar realidade, mas precisam deixá-lo jogar para isso), mas ainda é cedo para assumir este papel hoje. O Guiña é empático, carisma +10 (na lingua do RPG), muitas vezes confundido com liderança. Essa liderança exercida pelo Guiña é natural, apenas pela forma de atuar dele, que contagia o grupo a brigar junto com ele, mas não é um Fernandão. O Álvaro poderia ser, mas eu concordo com o col, não seria meu titular. Mas como tem que escolher alguém, este seria o Magrão, pois o D'Ale até pode vir a ser um bom capitão, mas precisa amadurecer um pouco mais e o Magrão é o que mais se aproxima de um capitão de fato, mas no meu ver não é "o cara".
Nunca pensei que alguém fosse lembrar, muito menos citar, esse Inter 2 x 0 Caxias, dia 28/01/06, além de mim. O dia em que eu me associei ao Inter... pra mim, um jogo inesquecível...
Eis a ficha:
Internacional 2 X 0 Caxias - 28/01/2006
Local: Beira-Rio, Porto Alegre; Arbitragem: Leonardo Gaciba; Renda: R$ 70.455,00.; Público: 11.089 (9.064 pagantes).; Gols: Fernandão (2, I), aos 3min do segundo tempo e aos 14min45seg do segundo tempo. ; Cartões: Ailton, Carlos Alberto, Aldo, Wagner (C), Perdigão, Tinga (I).
Belo texto Diana!
Na minha opinião a braçadeira poderia ir pro Dale, até pq por ser capitão poderia reclamar com o juiz evitando cartões por reclamação (hehehe)...
Agora uma pergunta off topic:
Alguém já comprou a camisa 2009?
Recebi a minha hoje (branca) e notei umas falhas na costura, e a gola está torta (onde tem a marca da Reebok).
Alguém mais que comprou notou estes problemas, ou foi só a minha? Pois amanhã vou solicitar a Netshoes a troca.
Sds. Coloradas!
Álvaro é o cara pra usar a braçadeira...
pra mim além do Alvaro , Magrão também seria uma opção
Dale eu não colocaria
é muito nervoso e briguento, como capitão jamais iria terminar uma partida....
O Marcelo de Floripa. Não vou chinelear a Netshoes, mas comprei (no ano passado) 2 camistas no mesmo dia e era uma merda o acabamento de ambas. Até por não ser camiseta oficial nem reclamei. Agora depende de ti... Abraço!!!
Bom, pelo que li acima, as características desejáveis do capitão são:
1) Disciplinado, que não cresça para cima da arbitragem, nem arrume confusão em campo;
2) Articulado e inteligente;
3) Reconhecimento dos colegas de grupo;
4) Experiente;
5) Com trânsito junto à diretoria e comissão técnica.
Bem, este jogador só pode ser...
ALEX!
Toquem as corneteas, ahuauahuahuahahauhauauhauha
Ele só chia com a arbitragem se ´tocarem` nele, aí ele assume a braçadeira, independente se outro estiver usando...
Só no dele...ele se liga !
Diana, tu citaste entre os grandes jogos de 2008, o jogo contra o Paraná. Assisti aquele jogo em um lugar diferente, próximo à Popular, atrás da goleira, porque os amigos do meu irmão queriam assistir ao jogo ali. Naquele jogo, por causa da minha "posição geográfica", pude perceber a importância do Fernandão e como um capitão deve agir. Notei inúmeras vezes ele orientando os companheiros, no 1º tempo, os defensores. No 2º tempo, os atacantes, pois o goleiro do Paraná ficou naquela goleira no 2º tempo. Não vejo um líder incontestável no atual grupo do Inter. Analisando de fora, escolheria o Alex (alguns terão "urticária" ao ler isso, rsrsrs) pelo tempo de clube e por ser um jogador articulado, de boas idéias. Em segundo lugar, o Alvaro, também por ser um jogador articulado e inteligente. Penso que com raras exceções, o capitão do time deve ser um jogador com inteligência, articulação e capacidade de se expressar bem.
Ps: Não vou elogiar muito o teu texto para não ser redundante e "puxa-saco", já que elogiei tuas colunas em outras oportunidades, mas o teu texto é de fácil entendimento pelo teu bom vocabulário e pela clareza de idéias, tu não enrolas, repetindo o que eu falei sobre uma necessidade para ser capitão, tu te expressas muito bem e faz isso sem pedantismo, com simplicidade, o que é muito bom. Elogiar é complicado, é preciso muito cuidado para evitar a "pieguice", tomara que eu tenha conseguido. Criticar é muito mais fácil, é por isso que alguns fazem isso tantas vezes, rsrsrss.
Nunca vi um capitão pipoqueiro, o capitão tem que dar o exemplo e se preciso for se atirar de boca na bola, mesmo que perto dela esteja a chuteira do adversário, logo isto inviabiliza alguns ´craques` ...
Pois é Rossato, o problema é que comprei a camisa oficial, e vi pelo site do inter também direciona a Netshoes...
Acho que vou devolver e esperar um pouco, deve ser a grande demanda...
Valeu.
Sds. Coloradas!
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