terça-feira, fevereiro 24, 2009

12 Até quando?

12
Um goleiro razoável. Um zagueiro na lateral direita. Uma dupla de zaga baixa. Um lateral esquerdo com a cabeça na França. Um ótimo primeiro volante. Mais dois médios volantes de qualidade. Um excelente meia armador errando muitos passes e sucumbindo à marcação. Um atacante veloz, habilidoso, em início de carreira e com fome de gols. Outro atacante veloz, habilidoso, já cheio da grana e entediado com jogos inexpressivos. Esse o time do Inter que entrou em campo contra a Ulbra no domingo.
No segundo tempo entrou um promissor lateral esquerdo, muito a fim de mostrar serviço, mas que carece de cobertura para seus avanços ao ataque. Um meio-campo que cisca pra cá, toca pra lá, acerta aqui, erra ali, e assim vai. E um excelente meia que tem tudo para se tornar um grande jogador, mas não entrando aos 35 do segundo tempo.
Na casamata, um treinador (?) que conjuga como poucos o presente do indicativo na segunda pessoa do singular: "tu ves, tu sabes, tu percebes..." mas o que realmente ele vê, ele sabe, ele percebe? Eu, no Beira-Rio, no Passo D'Areia ou pela TV, não consigo identificar. O tempo passa, as escalações mudam, mas continuo sem ver o tão esperado padrão de jogo ou, como ele mesmo gosta de dizer, o ponto de equilíbrio. É impressionante a capacidade que os técnicos de futebol têm de criar expressões abstratas para definirem algo que seus times não têm e, parece, jamais encontrarão.
Atrás da casamata, tivemos uma social mista. Mista porque com a Superior fechada e o solaço de domingo, muitos torcedores que costumeiramente frequentam outros setores do estádio, anteontem estavam lá. Pois essa massa que não temeu o calor está ansiosa. E cobra! Cobra porque se importa. Cobra porque quer o bem. É como diz o meu velho pai, quando quem te quer bem parar de te dar conselhos, é sinal de que desistiram de ti. Mas o torcedor colorado que enfrentou os 35°C do domingo de carnaval para ir ao Beira-Rio, às 16h, ver um jogo contra a Ulbra, após o retorno de Rondonópolis/MT, não desiste do seu clube do coração. Nunca!
Mais acima, nas cadeiras ou na Tribuna, temos uma Direção que também não se conforma com os gols perdidos e, naturalmente, não admite que, diante dessa circunstância, todo o seu trabalho de anos possa ser questionado tão veementemente. O time criou, a bola não entrou. Mas vencemos, então, nada de pânico, certo? Talvez.
De fato, creio que as circunstâncias do jogo, mais especificamente do placar do jogo, nortearam a leitura predominante do pós-jogo. Houve momentos de absoluto domínio, com o adversário espremido em seu campo, com placar adverso e sofrendo riscos de levar uma goleada. Mas também futebol é eficiência, ou já nos esquecemos do clássico em Erechim?
Bolívar continuará improvisado na direita. A zaga, continuará baixa. Na lateral esquerda poderemos melhorar. No meio também e assim, espero, o ataque passará a ser mais eficiente. Mas o que o jogo de domingo nos mostrou mais uma vez, é que nosso time está muito, mas muito dependente das atuações inidividuais. E quando as individualidades não resolvem, o time sucumbe, pois o coletivo não aparece. Foi o que aconteceu no Mato Grosso e, anteontem, quase que também acontece no Beira-Rio. Estamos assim até agora. Continuaremos assim até quando?