OSCAR - Sempre estive tranquilo de que se tratava de uma questão na qual, na pior das hipóteses (aliás sempre bem provável) o Oscar (talvez em parte o Inter) teria que indenizar o São Paulo em caso de derrota na ação judicial. O que me surpreendeu, mudando minha expectativa quanto ao caso, foi que a saída de Ricardo Teixeira da CBF provocou efeitos diretos nessa questão.
Todo problema que agora impede o Oscar de jogar por constar no BID como jogador do São Paulo, embora pela lei ninguém pode ser obrigado a trabalhar onde não quer e nem mesmo ser impedido de trabalhar, decorre da mudança no comando da CBF. A coisa tá tão complicada que nem negociar valores com o São Paulo o Inter consegue. Sinceramente, hoje já tenho dúvidas se contaremos com o Oscar na sequência da Libertadores. Conversei com pessoas próximas à Direção e esta esta atenta a todas as circunstâmcias e alternativas. Nenhuma, entretanto, me deu tranquilidade quanto ao desfecho do caso. O poder da CBF vai além do futebol, muito além! Basta ver quanto tempo levou pro Ricardo Teixeira sair por alegados motivos de saúde.
DÁTOLO - Impressionante o aproveitamento do argentino. Depois da meteórica e apagada passagem do Cavenaghi pelo Inter, igualmente vindo da reserva de um time espanhol, tive receio quanto da contratação do Dátolo. Para minha grata surpresa, o castelhano não só vem jogando bem como continua marcando gols à exemplo de sua estreia no grenal. Que assim continue, pois com a ausência do Oscar, mais que nunca se fará necessária a força do grupo.
JAJÁ - Impossível deixar de comentar o fenômeno Jajá. Claro que é absurdamente cedo fazer qualquer afirmação definitiva quanto ao seu futuro enquanto jogador colorado, mas duas coisas me parecem incontestáveis. A primeira é que o jogador caiu nas graças da torcida. A segunda, é que agradou a torcida não só por sua impressionante atuação em 20 minutos contra o Juventude, mas também porque alia técnica, irreverência e, principalmente, objetividade, o que também se viu contra o São José. Que assim siga! Com o desfalque do Oscar, oportunidades certamente não faltarão ao Jajá.
POLÍTICA - Afirmei semana passada e sigo dizendo que o contrato com a AG já é passado e será uma lembrança vaga em dezembro. Com o estádio em obras e eventualmente fechado para jogos, poderá ser visto como algo negativo pelo torcedor. O que interessa ao torcedor, afinal, é o resultado de campo.
Se o Inter vencer a Libertadores, não teremos eleição, a menos que algum grupo use uma candidatura a Presidente, apresentando-se como uma espécie de Oposição paz e amor, buscando votos para sua chapa de conselheiros junto ao eleitor que sempre pensa no equilíbrio das forças políticas no Conselho. É uma estratégia válida. Com aproximadamente 60 mil sócios aptos a votarem, será loucura buscar votos para o uma chapa ao Conselho sem um candidato a Presidente ocupando espaços na mídia. Para eleger conselheiros, uma chapa precisa de mais de 15% dos votos do associado. É muito voto!
Entretanto, se o tri não vier, torna-se absolutamente imprevisível a eleição do fim do ano. Passando pela cláusula de barreira (25% dos votos no Conselho), um candidato a Presidente pode chegar ao segundo turno! E pra chegar lá, no primeiro turno se fará qualquer negócio! Esqueçam simplificações do tipo Situação x Oposição. No Conselho, a lógica da maioria das uniões deverá ser matemática. Não exclusivamente, claro, mas fundamentalmente. Ocorre que o Conselho hoje está fragmentado em muitos pequenos grupos. É dificílimo fazer previsões.
Mas isso é assunto pra o fim do ano. Agora é hora de começar a pensar no Santos. Pretendo falar desse jogo na semana que vem.