segunda-feira, abril 02, 2012

0 GIGANTE – PARTE II

DEFINIÇÃO da PARCERIA ESTRATÉGICA

Consiste em associação do clube com empresa parceira para empreender o projeto, em formato de construção no qual o clube não assume o risco das variações do orçamento, além de novas especificações da FIFA para sediar a Copa do Mundo de 2014 e que disponha das garantias financeiras aceitas pelo Comitê Organizador Local.

Dada a largada dos trabalhos da Comissão, o primeiro ato foi contratar as assessorias. Para questões técnico-financeiras havia quatro empresas interessadas. Já na área jurídica foram três concorrentes. A Comissão entrevistou os candidatos que tiveram iniciativa de vir até o clube fazer a devida apresentação: duas empresas na área financeira e dois escritórios de advocacia. Certamente a disposição de apresentação presencial contou a favor destes que poderíamos classificar como finalistas. Os demais enviaram propostas via email/correio e contato telefônico. O grupo elegeu Ernst&Young para assessoria técnica e Tozzini Freire para jurídica.

Concluída a introdução, deu-se início ao processo de Concorrência, feita através de Carta Convite. Doze empresas efetuaram manifestação de interesse. A Comissão organizou uma agenda de compromissos com as candidatas e um prazo para entrega das propostas. Entre os eventos programados esteve uma apresentação do Projeto Gigante Para Sempre. Na companhia do Conselheiro José Granja (Comissão de Obras) e do Diretor Executivo de Patrimônio, Helio Giaretta, conduzi a referida apresentação.

O mais delicado no processo de Concorrência foi administrar o teor de insatisfação que seria impossível dirimir. De um lado, uma empresa que vinha fazendo constantes contatos com o clube ao longo de quase dois anos. Por sua iniciativa, apresentou proposta anterior ao procedimento do Conselho Deliberativo que aprovou a troca do modelo de negócio. Por conta dos debates em torno da mudança, esta proposta já havia se tornado pública, podendo servir de balizador das novas ofertas. Por outro lado, as empresas que chegaram para a concorrência queriam prazo igualitário para formulação das novas propostas.

Ambas as partes reivindicaram tópicos, embora justos, irrevogáveis. Não tivemos ingerência sobre o trânsito de informação que acabou divulgando a proposta inicial. Tampouco poderíamos proporcionar quase dois anos de período de estruturação das novas propostas. Tínhamos prazo apertado para sinalizar à FIFA uma versão definitiva do modelo de estruturação da reforma e ainda teríamos a fase negocial do contrato pela frente. Foi nesse clima de descontentamento que ministrei a apresentação citada anteriormente. Montamos um material que compunha na sua introdução as definições do modelo de negócio: conceito de parceria estratégica, escopo (estádio - prédio garagem - CT) e retorno do negócio (opções de áreas para exploração). Além disso, a exposição feita estabeleceu premissas de execução das obras e apresentou o projeto arquitetônico em duas vertentes, copa e pós-copa.

Produzimos um portal de informações para as empresas, com todos os arquivos eletrônicos necessários para o devido embasamento. Criamos um ciclo de perguntas e respostas, de maneira que um questionamento isolado teria retorno ao grupo de emails das concorrentes.

Ao final da apresentação, as empresas requisitaram projeções de receitas feitas pelo Plano de Negócios e cobraram maior prazo para a entrega das propostas. Estas duas principais solicitações foram levadas ao conhecimento da comissão, gestão e assessorias. A posição das assessorias quanto ao fornecimento das projeções de receita foi que este conteúdo seria justamente uma ferramenta utilizada pelo próprio Inter, como critério de classificação das propostas. Projeções fora da curva não seriam aceitas. Quanto ao prazo, foi também consideração das assessorias que apesar de estreito, informações sobre copa e estádios já circulavam pelo mercado há um tempo e que era possível formatar uma proposta, tendo suporte dos diversos especialistas em atividade. Mesmo com a dificuldade de orçar uma obra dessa dimensão na vírgula, as concorrentes sabiam o valor geral, amplamente divulgado. Sem contar a experiência de construtoras do porte esperado, em estimativas de custo. Grandes empreendimentos imobiliários surgem a partir de estudos que viabilizam uma etapa primária de orçamento. Consultamos empresários experientes no setor, que sinalizaram ser o desfio do prazo um obstáculo possível de superar, sendo o negócio de grande interesse para uma empresa capacitada.

A nossa posição foi buscar o melhor para o clube, considerando pressões de todas as partes. Fui na origem da concorrência para entender qual melhor caminho a seguir. A idéia de abrir o modelo para novas propostas veio do Conselho como reflexo da precária condução política ocorrida até então. Os conselheiros, de uma hora para outra, foram atropelados por um debate que polarizou a escolha do modelo. No convencimento de que não havia mais sustentação para o autofinanciamento, a plenária optou por um novo modelo e não necessariamente esta ou aquela empresa. Além disso, faltava aos conselheiros um parâmetro de avaliação da proposta existente.

Por isso concluí que a Concorrência nos traria uma alternativa de proposta para o Modelo de Parceria Estratégica, buscando no mercado uma empresa que: ou já estaria envolvida com obras da Copa e por isso ciente dos dados preliminares para elaboração ágil de uma proposta; ou estaria “louca” pra entrar num negócio desse porte e sendo assim, bem informada sobre dados e oportunidades, de acordo com sua performance comercial. E se a concorrência não atraísse este perfil de empresa, poderíamos contar com a proposta existente. Este parágrafo é uma avaliação exclusivamente minha, ou seja, meu entendimento do que era melhor para o clube.

De fato, uma nova opção do mercado Copa não surgiu, pelo menos naquele momento. As duas propostas que obtivemos foram a reapresentação da que conhecíamos e outra, nova, por parte de uma empresa que já atua em um dos estádios da Copa. A comparação técnico-financeira, feita pela assessoria contratada e levada ao Conselho Deliberativo após análise da Gestão e Comissão, concluiu que a melhor proposta apresentada foi da Andrade Gutierrez.

E então a negociação de contrato começou.

Semana que vem tem mais. Até lá, PRA CIMA DO PEIXE QUE É ANIVERSÁRIO DO SACI!



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