Escrito por Diana Oliveira
Eu ocupo, nesse blog, o lugar do Luís Felipe dos Santos, que abandonou o concurso de colunista BV, em virtude do convite para escrever no Final Sports. Dessa maneira acabei herdando a vaga que lhe pertencia. Além de apreciar os ótimos textos do ex-futuro colunista BV, gostaria de divulgar aqui uma revista eletrônica em que o Luís Felipe atua. Trata-se do http://www.reporteresportivo.com, que tem enfoque especial para o futebol sul-americano. Convido-os, leitores do Blog Vermelho, a apreciarem o texto do Luís Felipe sobre a hegemonia econômica dos clubes europeus, em contraponto aos seus fracassos em confrontos diretos com equipes latinas.
O site traz também uma série de entrevistas. A correria me permitiu ler apenas uma, com Ricardo Gabito Acevedo, jornalista do La Republica, onde explica as razões da crise no futebol uruguaio e no Peñarol. Uma prévia de seu testemunho lhes apresento: “Enquanto depender de migalhas, o futebol uruguaio não tem futuro”.
Vale à pena a leitura. Recomendo por dois motivos, um deles é o próprio Luís Felipe, que escreve com virtude. O outro é o tema. A iniciativa de explorar o histórico e mazelas do futebol latino é louvável. E sobre isso hoje quero lhes falar, pois o Brasileirão terminou e cada um com seus problemas. Quem caiu, caiu. Quem ficou, tá aí. Quem teme a saída do Fernandão ou cultiva ansiedade pelo possível retorno de Daniel Carvalho nada mais pode fazer que não seja esperar. Então vamos falar de outro assunto, né.
O Mercado Comum Europeu foi a salvação da Europa. Não moro lá pra saber as minúcias dessa transformação, talvez de perto encontremos quem não tenha se beneficiado, mas o certo é que de maneira geral a unificação econômica fortaleceu e muito o continente. Seguindo a idéia de que “UNIÃO FAZ A FORÇA” (além de açúcar), os países da América Latina criaram o Mercosul, na tentativa de atingir um crescimento unificado de nossas nações. Todos os países integrantes buscam fortalecimento para si e conseqüentemente para o todo. Porém, na prática estamos aquém do necessário para conquistar tal desenvolvimento e o principal motivo é que ainda não compreendemos o pilar central do Mercosul, integração.
A interatividade pressupõe troca: de recursos, produtos, câmbio, turismo, cultura, esportes e lazer. A proposta de países latinos trabalharem juntos no rumo do desenvolvimento só pode funcionar à medida que estes mesmos mirem seus interesses para seus vizinhos com mais intensidade que para a Europa e Estados Unidos. Isto se aplica em todos os âmbitos, comercial, econômico, cultural e esportivo.
Os programas de TV apresentam com maior cobertura o campeonato europeu que o argentino, por exemplo. Isto porque o interesse do público é maior e assim criou-se um ciclo, vendido e vicioso. Quanto mais sucesso faz o futebol no velho mundo, abastecido de craques produzidos aqui; mais pobre tornam-se os campeonatos latinos, salvando ainda a Copa Libertadores da América, com repercussão no além mar.
Por isso vejo com extrema importância a iniciativa da revista eletrônica Repórter Esportivo.
Parabéns aos criadores do espaço, por tão nobre atitude.