A diretoria planeja chegar aos 200 mil sócios nos próximos anos (veja aqui). Se é possível? É claro que sim. Já vimos torcedor aqui no blog relatar que conseguiu sozinho mais de 20
sócios. De cara, eu incluiria minha esposa. Isso para cada torcedor
talvez já aumentasse em 50% o quadro. Aliás, sinceramente, acredito que até seja "fácil", diante da credibilidade que o Inter conquistou junto à torcida nos últimos anos. Mas esse fácil vem entre aspas, sim, pois só o será se a diretoria tiver audácia e competência. Os 100 mil vieram com um salto na gestão e com o título mundial. Os 200 serão ainda mais difíceis. Não chegaremos nem perto dos 200 mil, se continuarmos na mesma toada atual, com base apenas no discurso, "Olha, seguramos o Damião! Trouxemos o Dagoberto!" e outros quetais.
Não, direção. Sr. Presidente do Inter Giovanni Luigi, será preciso sair do comum, se quiser atingir essa meta. Aí, sim, será fácil. Vamos aos pontos mínimos. Conto com os leitores para sugerir outros pontos importantes e estratégias. Vamos "entregar" um plano para nossos dirigentes e ver se eles aproveitam pelo menos uma parte. ;-)
Política institucional no futebol. Sr. Presidente, o Inter terá que se comportar como gente grande (que é, diga-se). Terá que ter uma filosofia de excelência que vá do senhor até o massagista, que não tolere preguiça, falta de compromisso, de profissionalismo, seja de quem for, jogador, comissão técnica, todos, enfim. Não é preciso imaginar: queremos a seriedade e o compromisso que vimos em 2006, não como um fato passageiro, mas como comportamento institucional, perene. O Fernandão está aí, espero, para trabalhar isso. O time é a principal vitrine dos valores do clube e é daí que os próximos 100 mil sócios começarão a vir.
Política administrativa do clube. Sr. Presidente, é preciso parar de vez com a falácia em torno de nossa organização, quanto ao atendimento ao torcedor e satisfação ao sócio. Queremos serviços realmente de primeira qualidade, desde os banheiros, passando pelas opções de alimentação e entretenimento, até o acesso ao estádio. Além disso, queremos cada vez maior transparência na gestão. Queremos ter acesso à saúde financeira do clube ao qual nos associamos e contribuímos financeiramente.
Capacidade do estádio. O ponto principal. Com os atuais 100 mil sócios, eu não me preocupo em ter um estádio maior. Atualmente, como sócio modalidade nova, há 1 cadeira para cada 4,5 sócios aproximadamente. Acredito que essa média é aceitável, pois quando quis, encontrei ingressos (indo com antecedência). Porém, se é pra atingir 200 mil, a situação muda. Para manter a relação cadeiras/sócio-novos, precisaremos de 75 MIL LUGARES no estádio. Ouviu, Sr. Presidente? Seria uma piada de mau gosto, se a direção insistir com a meta de 200 mil, sem garantir 75 mil lugares e um possibilidade mínima destes sócios irem aos jogos importantes. Não dá para quase 170 mil sócios disputarem 15-20 mil lugares. Então, será necessário rever este ponto na parceria ou esqueça os 200 mil, pelo menos da minha parte. Não quero (e certamente ninguém quer) contribuir mensalmente para um clube e praticamente não ter chance de vê-lo ao vivo.
Certamente há outros pontos importantes. Mas elenco inicialmente estes três primeiros e deixo aos colegas aqui do blog a sugestão de outros. Vamos levantar a bola e mais a frente podemos até produzir um documento oficial, inclusive com nomes e matrículas dos sócios, para enviar ao Inter.
Sr. Presidente, podemos desejar muitas coisas nessa vida e cada desejo tem seus requisitos. Quer 200 mil sócios? Ótimo, nós também. Mas aí, 200 mil é igual a 75 mil, além dos demais pontos. É preciso pagar o preço.