MM6 acabou 10 x 3 em favor do Bloguista #11 e agora estamos chegando perto do Fim da primeira fase. So mais uma rodada apos essa!
Se você é um dos Bloguistas 2, 4, 6, 8, 9 ou 11 por favor mande sua proxima coluna para a proxima fase da competição. Vai ser interesante ver o que vai ser escrito apos todos os comentarios deixados pelos leitores. Vamos lá então:
BLOGUISTA # 13
Mostremos Valor: Constância
Pouco tempo após a vitória de Yokohama, um dos meus grandes amigos, gremista doente -redundância, diga-se -, filho de ex-diretor de futebol da Azenha,relatou-me seu testemunho sobre uma reunião de cúpula que ocorreu na sua própria residência. Presentes estavam todos os importantes e, tirantes as opiniões meramente emotivas e secadoras, um consenso tomou conta do recinto: ""eles" - no caso, nós, os colorados -não vão agüentar essa pressão".
E me disse mais, esse meu amigo. Disse-me que um ex-dirigente lá, um que eu conheço especialmente por ser parente da minha namorada, falou que "em até três anos eles estarão na segundona", e que, "de lá, não sairão tão cedo".
Evidente que mandei esse meu amigo pra onde ele merecia. Onde já se viu? Segundona já passou perto, mas faz tempo."Nunca vamos cair!" A direção melhorou, "seremos bi da América, "tu vai ver só!", falei pra ele. Mas, por dentro, me assustei. E, na primeira oportunidade, fui falar com o tal ex-dirigente.
E ele, por sua vez, disse-me o seguinte: "eu já passei por isso". O maior adversário passa a ser a "soberba, a acomodação". "E vai remotivar jogador de futebol campeão..." - adicionou.
Quando as coisas estavam dando errado, só pensava nas palavras desse cara. Um outro dia nos encontramos novamente. "Eu te avisei", disse-me ele. E eu: "pois é...".
Ainda ontem estava vendo um programa do 70, a ESPN Brasil, que poderia se chamar ESPN São Paulo, pois passa até "Jogos Abertos do Interior", e os comentaristas são totalmente bairristas, tirando o PVC, que acho que entende de alguma coisa, mas isso não vem ao caso. Pois bem. No tal do programa, chamado "Rapidinho", um dos tópicos era o nosso time, o "Internacional de Porto Alegre", pois, para eles, falar somente "Internacional" pode dar confusão, pois há a "Inter de Limeira". Bah!
Mas, o programa! Bom, o apresentador perguntou à mesa de comentaristas: "o que houve com o Internacional de Porto Alegre, o grande campeão do mundo?" E um cara disse, com a maior naturalidade: "nada, voltou ao normal".
"Voltou ao normal". "Ao normal", pois "não é time para manter hegemonia por um longo tempo".
Bah, isso me fez pensar. Isso e as palavras do ex-dirigente do Grêmio.
E foi isso que me fez lembrar daquele trecho do hino-riograndense no título desta coluna: "mostremos valor constância...".
Constância. Constância que, segundo o sr. Houaiss, é "qualidade, característica do que é constante", "qualidade daquele que não falta a uma tarefa, dever", "persistência, insistência, obstinação", " prosseguimento, continuidade, manutenção, imutabilidade", "fidelidade, lealdade, estabilidade de sentimentos".
Constância é o que falta no espírito do Internacional, e que já já faltou no espírito do Grêmio e que, portanto, não é defeito desconhecido nos campos do Rio Grande do Sul.
O Internacional só voltará a mostrar seu valor "constância" quando revisitar os princípios daquilo que deu certo para ele: mobilização, humildade, preparação, concentração, suor, esforço e força de vontade.
Não podemos cometer o erro que "eles", os gremistas, cometeram. Não nos tornemos o que não somos por termos chegado ao topo do mundo.
Somos o "clube do povo", a "chinelagem", daquele que acorda às 5h da manhã para pegar três "condução" e chegar no trabalho às sete e meia. Daquele que mata um leão por dia.
Somos assim e só voltaremos a vencer de um jeito. O nosso jeito.
Constância. Constância é o que falta ao Internacional.
BLOGUISTA # 14Valeu Muricy!
Toda essa especulação sobre a saída de Abel Braga do Inter, me fez lembrar meu último ídolo sentado no banco de reservas. Turrão, mal-encarado, burro (todos os técnicos são, não adianta), mas com uma invejável capacidade de virar um placar adverso. Muricy Ramalho foi o homem que resgatou o orgulho de ser colorado, dentro das quatro linhas.
Logo no primeiro gre-nal sob seu comando, uma vitória, coisa que já não ocorria há não sei quanto tempo. Um 2x1 de virada, como todo bom gre-nal pede, na casa do adversário. Gols de Daniel Carvalho e Vinícius. Depois disso, o Inter iniciou uma sucessão de bons resultados, chegando sempre entre as cabeças dos campeonatos disputados. Campeonato Brasileiro, Sul-americana e o Gauchão (quem precisa de batalha dos aflitos, com três gols em um minuto e meio?).
Após três temporadas como treinador, eu já tinha o Muricy como alguém de casa. O xingava com autoridade, reclamava da sua insistência em escalar três zagueiros (Sangaletti como líbero, socorroooo!) e não conseguia me conformar quando ele dava entrevistas querendo ir embora. Como pode alguém querer ir embora de Porto Alegre e treinar outro clube que não seja o colorado??
Faz parte de nossa natureza, ir contra as mudanças, resistir. Quando eu lembrava do Muricy no banco, pensava nisso. Eu estava acomodado, satisfeito em ganhar o gauchão, ganhar gre-nais, gritar “Ão ão ão, segunda divisão” e QUASE ser campeão do Brasileirão, quase ser campeão da Sul-americana. A mudança nos trouxe o Abel… e o Michel. Coisas boas e ruins, como toda mudança. Bem ou mal, Abel Braga foi o representante de todos os colorados no topo do mundo. O Michel representou sua burrice dentro das quatro linhas.
Alguém ainda duvida que o ciclo de Abel no Inter acabou? Depois das eliminações recentes, não necessidade de mantê-lo no comando do time. As apostas do passado , Fabiano Eller, Bolívar na zaga, não servem como parâmetros para o presente, ou alguém acha o Rafael Santos bom jogador? O Inter precisa de sangue novo no comando do time. Alguém que seja cobrado por novos resultados e que também sinta-se na obrigação de superar o antigo técnico em conquistas e títulos. É difícil? Com certeza, mas para muitos – e eu me enquadrava neste grupo – Muricy Ramalho era a cara do Inter. Hoje, procuro alguém menos turrão, mais competente e que não leve 4 ou 5 do São Caetano na hora decisiva. Valeu Muricy!