sexta-feira, abril 06, 2007

10 Vamos ao Beira-rio?

A primeira vez que pisei no concreto do Beira-rio foi numa tarde "chuvisquenta" de 1985. Era inverno, era frio, era treino coletivo da seleção brasileira da época. Era, enfim, uma tarde verde, amarela e cinza. Lembro do corredor que formávamos à saída do ônibus da delegação brasileira e que fazia ligação com as entranhas do estádio. Ficamos ali, saudando a cada jogador que passava pelo corredor humano. Lembro-me nitidamente quando o Zico passou de japona, cor bege, de nylon. A vibração foi intensa. Mas também lembro que passou, pelo mesmo corredor, o asqueroso Renato Portaluppi, ídolo e macho maior das "chiquititas" da Azenha. Também foi ovacionado, fazer o quê?! Na época, o único jogador colorado na seleção era o goleiro Gilmar, se não me engano. Mas não tenho certeza se ele ainda pertencia ao clube, pois foi mais ou menos nesta época que ele foi negociado com o São Paulo. Pois bem, ficamos na arquibanca inferior do Gigante, protegidos da chuva no local onde hoje encontram-se os camarotes. O treino da seleção corria solto e eu não prestava muita atenção na movimentação dos craques brasileiros. Em verdade, estava embasbacado com a grandiosidade do estádio do meu clube. Pouco me importava o incômodo da lage fria e úmida da arquibanca. Tampouco o coletivo da seleção... O que eu queria mesmo era voltar àquele estádio o quanto antes, num jogo de verdade, num jogo do dono da casa, o Sport Club Internacional... Demorou dois anos para que eu voltasse. Meu primeiro jogo no Gigante, primeiro greNAL, casa cheia e, se não me engano, a torcida dos azuis estava localizada no setor onde fica o placar eletrônico. Sei lá, tudo parecia confuso, era muita gente de vermelho e "dê-lhe é colorado, é colorado, olê, olê, olê"... Era noite, mas não era noite do Colorado e do Taffarel. Era cerca de pouco mais da metade do segundo tempo e o fraquinho Jorge Veras (o Luis Carlos Winck chegava a vomitar antes de greNAL) foi ao fundo e cruzou fraquinho e o Taffarel aceitou numa boa o chutinho e a bola saltou dos braços do goleirão colorado e foi dormir no fundo do gol. Frangaço histórico de um dos maiores ídolos colorados. dali em diante o goleiro ficou com a fama de pé-frio. E eu também... eh, eh No caso do Taffarel, ele não conquistou nenhum título pelo Colorado. Já eu estava nas arquibancadas do Gigante em 16 de agosto de 2006. Não sou tão pé-frio assim, afinal.
Ontem o Gigante fez 38 anos. Eu tenho 20 anos de beira-rio. E você, qual foi sua primeira vez de Beira-rio?


10 Comentários:

Tiago Finkler disse...

A primeira que que me lembro de ter me penetrado nas dependências do gigante, eu tinha 10 anos de idade. Foi no dia 12/02/89, ou seja, no dia do GRENAL DO SÉCULO. Mas, infelizmente, eu só consegui vê-lo pelo lado de fora.

A gente estava na praia e eu azucrinei muito o meu velho pra me levar no jogo. Ele estava com medo porque eu era muito piá pra ir num jogo desses, mas não teve jeito. VIEMOS DA PRAIA PRA SÓ PRA VER O JOGO, MAS NÃO CONSEGUIMOS ENTRAR. Me lembro como se fosse hoje as bilheterias fecharam e corremos pruma fila de um cambista. Chegou na nossa vez e o cara olhou pro ingresso e disse: ESTE É O ÚLTIMO, E É MEU!!! Que droga... hehehe

Resultado, fomos na casa do meu vô ver pela TV a virada histórica do colorado, sob o comando de um tal de ABEL BRAGA. Aquilo despertou o coloradismo dentro de mim.

Me lembro como se fosse hoje. O Gigante lotado festejando os gols do Nílson. No caminho da volta, passamos pelo beira-rio e eu fiquei pensando, eu tenho que entrar aí, tenho que entrar, tenho que entrar!!!

Nelson - CONVERGÊNCIA COLORADA disse...

Eu lembro como se hoje fosse, tava um dia lindo, como hoje sexta-feira, comprei meu jornal, na Época a Folha da Tarde, da Caldas Júnior, com aprox 80 páginas, todas dedicadas à Inauguração (tenho 02 exemplares aqui em casa..)

Fui ao jogo com 02 primos, 01 colorado e outro...que veio do interior para ir na inauguracão, mas foi legal, o meu primo colorado fanático, levou duas imensas bandeiras, uma para ele e outra para mim, mas eu não gostava e ainda não gosto de carregar nada pro estádio, então quem ficou e empunhou a bandeira no jogo foi meu primo g...ta.

Tínhamos ao redor de 14 anos, naquela época o Beira Rio era muito longe considerando o tamanho de PoA, e eu nunca havia passado nem perto...e só tinha ido no Eucaliptos e no Chiqueiro...

Fomos os tres a pé, morávamos perto do Pronto Socorro, perto da Rencão, chegando lá...vendo aquele Gigante de Concreto, fiquei embasbacado.. daí esta paixão já tem por volta de 600 jogos...

Talvez isso explique o meu alto grau de exigência, temos que ganahr tudo, jogando bem, etc..temos que sempre mostrar a nossa grandeza, a nossa vida pessoal é assim também...

Guilherme Mallet disse...

Foi mais ou menos na mesma época. Fui ver um treino e lembro que eu era fã do Taffarel, que na época também atuava na seleção.

Para ver jogo, só em 1993. É, também comecei muito mal. 2 a 0 pro Palmeiras, com um gol do Edmundo que ele parou a bola na linha do gol e depois tocou pra dentro...

Eu moro na Zona Sul de Porto Alegre, então ele sempre esteve presente no meu dia-a-dia...

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Lembram que dia 6 de Março o Affatato disse que apresentaria o projeto "verdadeiro" da cobertura em um mês? Pois é. Hoje é 6 de Abril, aniversário do Estádio e nada de projeto...

Um abraço,
Guilherme Mallet
beirario2014.blogspot.com

Leonardo Oliveira disse...

Não saberia precisar qual foi o meu primeiro jogo no Beira-Rio... Meu pai me levava desde muito pequeno. Na primeira vez passei todo o tempo a brincar e correr pelas arquibancadas sem dar nenhuma atenção ao que se passava no gramado. Coitado do “véio” que nem conseguiu ver o jogo direito...
Mas calculo que antes da final de 1975 contra o Cruzeiro eu já tinha ido algumas vezes. Lembro de um domingo em que houve 3 GreNais (juvenil, junior e profissional) e o Inter venceu os 3!
Em 1975 eu tinha 9 anos. Eu, meu pai e meu irmão, que tinha 12 anos, saímos de casa às 09:00hs para ir ao Gigante. Era dezembro, um calor infernal. O jogo começava às 17:00hs. Fomos a pé! Saímos da Rua Antônio Carlos Tibiriçá, onde morávamos, entramos na Salvador França, passamos em frente ao Jardim Botânico, pegamos a Av. Ipiranga e fomos até a Pe. Cacique. Levávamos sanduíches preparados pela minha mãe e garrafas de água. Tivemos que parar algumas vezes para descansar, claro. Os colorados já se dirigiam para o estádio aquela hora (não éramos os únicos malucos...). Que inesquecível loucura do meu pai. Não sei se na época tínhamos carro mas de qualquer forma o “véio” sabia que no final do jogo seria um caos total e não queria ficar “engarrafado” no trânsito.
Antes do jogo o caminhão dos Bombeiros passava pela pista atlética e jogava água com as mangueiras na galera que estava na geral e superior do lado do sol, abaixo da “Maior Torcida do RS”. O calor estava demais entre o meio-dia e 3 da tarde.
Lembro um pouco da gritaria eufórica na entrada do time em campo (e que time!), na hora do gol e do final do jogo. Fácil imaginar que nas horas de emoção todos levantavam e eu não via nada a não ser centenas de adultos à minha frente, eheheh.... Naquela época as pessoas levavam bandeiras que faziam em casa ou numa costureira. Cada uma com um desenho particular, listas horizontais ou verticais, quadriculadas, toda vermelha com detalhes em branco ou meio-a-meio... era muito legal mas às vezes atrapalhava a visão do gramado!
E o barulho? O Gigante rugia com uma energia inacreditável para um guri de 9 anos. Inesquecível!
O jogo acabou e ainda ficamos muito tempo dentro do estádio até quase todo mundo sair... coisa do “véio” de novo.. preocupado com os dois filhos no meio da balbúrdia! Quando o tumulto cessou, saimos do estádio e pegamos um táxi prá casa. Éramos os maiores do Brasil, o que na época era como ser o melhor do mundo!
No ano seguinte repetimos a dose na semi-final contra o Atlético-MG e na final contra o Corinthians. Mas o que ficou marcado para mim como o primeiro jogo que lembro foi mesmo a final de 1975.

Anônimo disse...

Lembro que o meu primeiro jogo foi contra o fluminense em 1997, pelo campeonato brasileiro. Vencemos o jogo por 4 x 1. A única coisa que me recordo foi o arrepiu que me deu ao ver o gramado. Fomos de superior, meus amigos foram ao bar mas eu não aguentei! Tive que ver o gramado para sossegar. Foi uma bela tarde. Quem sabe neste brasileiro tenhamos outras belas tardes como esta!!! Creio no time e acho que a diretoria vai colocar o grupo de volta aos trilhos.
Pessoal, sei que não é o momento de discutir sobre a nossa situação aqui neste post, pois afinal de contas estamos falando do Gigante, mas confesso que estou com medo da saída do Abel. Quem virá?? Leão, Celso Roth, Leandro Machado???
Seja qual for, com nenhum deles nós temos chances. Leão e Celso Roth nem se fala!!! Quebro o meu cartão de sócio na hora!!!!
E o Leandro Machado não tem pulso para comandar Iarley, Fernandão e companhia. Vamos ver o que vai acontecer, mas se o resultado não for positivo contra o Emelec acho que nõs vamos acabar contratando um técnico semi-finalista do gauchão. É bucha!! Mas de toda a sorte PARABÉNS GIGANTE DA BEIRA-RIO por ter dado inúmeras alegrias a todos nós torcedores do querido Sport Club Internacional!!!!
xandibodom@yahoo.com.br

Arno Schmidt disse...

Eu tenho quase 19 anos, sou Gaúcho nascido em General Câmara, morei em Bagé até os meus 6 anos e vim morar em Cuiabá, MT. Eu sempre vou no final do ano pra Bagé e por isso nunca tive muitas oportunidades de ir no gigante, mas a primeira e única vez foi no dia 27 de agosto de 2006, Inter 1x2 Vasco pelo Campeonato Brasileiro. O Inter perdeu mas o importante foi que eu conheci a imensidão e o explendor do estádio do meu clube de coração, e de quebra o Iarley ainda fez um golaço de bicicleta que ficou na história. Tinha mais ou menos 25 mil pessoas no dia, mas foi maravilhoso por eu estar lá :)

Anônimo disse...

Não lembro, devia ter uns 4 anos, acho que foi contra o Veranópolis, Beira-Rio meio vazio...

Anônimo disse...

que post legal! Meu primeiro jogo foi em 1985, contra o Botafogo, se não me engano (Raul, pode me confirmar isso? Nunca achei nada na internet). Se foi esse jogo ou não, neste ano ou não, não tenho 100% de certeza, mas sei que ganhamos de 2 x 0, acho!!! Lembro que antes de sair de casa, minha maior preocupação era se eu ia poder ouvir a narração da partida no estádio!!! Achava que não ia entender nada sem a narração!!!! Naquela época, o Taffarel ainda não era o meu grande ídolo. Era o Marcelo Vitta, que na época era conhecido só por Marcelo! Jogava muita bola, mas pena que se machucou feio por aquele ano, e nunca mais voltou a ser o mesmo. Logo depois, daí aconteceu o que aconteceu com todos os guris colorados na década de 80: TAFFAREL!!! Foi meu grande ídolo de infância, mesmo nunca tendo ganho nada com o Inter.
Bom, depois de ir ao Beira-Rio pela primeira vez, acho que demorou uns anos prá eu ver o Inter perder ao vivo no Beira-Rio!! Baita pé quente né!! Eu tinha uns 8 anos, e ia com o meu pai, que se tornou colorado no momento em que desembarcou no Salgado Filho, 12 anos antes.
Depois deste primeiro jogo, nos dez anos seguintes, nós íamos a quase todos os jogos pq tínhamos cadeiras. Então, podia ser gauchão, quarta de noite, com chuva e frio, que a gente tava lá! Prá mim, naquela idade, era uma das coisas mais legais de se fazer (ainda é), e principalmente por causa daquela coisa de pai e filho né....! Foram anos assim, e agora, mesmo depois de "grande", toda a vez que vou com o pai, ainda me sinto um pouco daquele jeito. Espero poder fazer isso com um filho meu um dia (embora não tão frequente, estando tão longe do Beira-Rio agora).

Rafael Severo disse...

Tiago, eu tenho quase certeza que o jogo a que tu te referes foi contra o Fluminense. O Inter ganhou de 2X0 e era estréia do centromédio(denominação de volante na época) Norberto. Ele jogou bem e até fez gol. Eu não fui a esse jogo mas lembro que escutava a partida enquanto jogava botão com meu primo.
Ps.: O Norberto era o volante do time do Abel, semifinalista da Libertadores de 1989, contra o Olímpia. Eu lembro que ao final do primeiro jogo, quando o Inter ganhou com um golaço de bicicleta do meia Luis Fernando Rosa Flores, os dirigentes já projetavam o confronto do camisa 5 do time, o Norberto, contra o Gullit, Van Basten e Rijkard, todos astros do Milan na época. Parece piada mas juro que escutei alguns dirigentes falando disso em entrevistas às rádios ao final da partida...

Anônimo disse...

O primeiro jogo que eu assisti no Gigante foi em 99, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Ganhamos 1 a 0 do Goiás, com gol do Regis no finalzinho.
É difícil explicar a sensação, assisti ao jogo da superior embaixo do placar e parecia tudo muito distante. Fui com uma excursão, com o pessoal da minha cidade e procuramos ficar todos juntos. Além disso, guri do interior quando vai para a Capital é aconselhado a ter cuidado com “estranhos”, então eu olhava desconfiado para todo mundo.
Mas durante o jogo vi que éramos todos iguais e vi que todos ali torciam tanto ou ainda mais para o Inter do que eu.
Vi que somos realmente o Clube do Povo e, como nunca antes, me senti parte deste povo, e desse clube.
Depois disso voltei dezenas de vezes ao estádio. Já olhei jogo na inferior, na social e em camarote, mas cada vez que eu entro no estádio a sensação de deslumbramento se renova e eu me sinto mais “em casa” do que em qualquer outro lugar.

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