quinta-feira, novembro 29, 2007

74 Discordo...

74
Escrito por Diana Oliveira

Contrariando a tendência de esmagadora maioria da torcida colorada, não vou torcer pro Corinthians cair e explico os porquês:

1. Não vejo no descenso do alvi-negro paulista a real punição pros fatos ocorridos em 2005, pois não foi ação única, entre os envolvidos estavam CBF e STJD. O clube deveria ser intimado judicialmente a dar explicações sobre a obscura união com a MSI. A confederação e o tribunal sim, estes promoveram a anulação dos jogos e se alguém acredita que o Corinthians manda no Superior Tribunal de Justiça Desportiva deve rever seus conceitos. Pra mim é cristalino como água que as duas instituições, que são públicas diga-se de passagem, tinham interesse no sucesso da MSI no Brasil, a negociata foi aí. O Corinthians foi a ponta do iceberg e herdou o ódio de todas as outras torcidas, inclusive a nossa.

2. Claro que tínhamos todo o direito de revolta contra tudo e todos os envolvidos, mas passado o trauma vale lembrar que o Corinthians já nos salvou de cair também e em São Paulo é o clube do povão. Que existe uma preferência das redes de comunicação pelo Timão nós sabemos, mas cá pra nós, isso passa longe de amor incondicional, é o quanto as TVs ganham com transmissão de jogos desses times que possuem grande torcida, nada além disso. Tanto falamos que as pessoas passam, o clube fica, mas no Corinthians há anos existe uma máfia que administra o clube por interesses pessoais, lucros nebulosos e indiferença com a nação que o sustenta. A torcida nada tem a ver com isso e sinceramente, ontem assisti o primeiro tempo do jogo contra o Vasco e achei tocante a manifestação da torcida, cantando ininterruptamente, empurrando um time muito fraco num jogo sofrível.

3. Time grande não cai, Inter, Flamengo, Corinthians, etc. Só cai quem é pequeno.

4. Não consigo entender o motivo dos colorados dizerem “menos um grande em 2008”, se o Inter tem um histórico de perder pros pequenos. Nunca fomos um time que tremeu diante dos grandes e nossas tocas são tudo filial...

5. Seguindo esse raciocínio, prefiro que caia o Goiás! Contando este, mais Juventude e Paraná são dezoito pontos a mais no próximo Brasileirão e se for além, na ausência dos polentas o Grêmio tem menos seis pontos. Então no total são vinte e quatro pontos favoráveis ao Inter em 2008 com a queda do Goiás.

6. Por fim, eu preciso nascer de novo pra torcer que o Inter perca e o Grêmio ganhe.

Mudando um pouco de assunto...
A multa rescisória do Lulinha é de 50 milhões de dólares. Antes que se despejem críticas a direção colorada, volto a fazer o “advogado do diabo”. A responsabilidade pela multa do Pato ser insignificante perto desta do Lulinha não é da direção. Ano passado o Fernando Carvalho não deixou se quer o Pato estrear sem renovação do contrato e a questão toda estava no valor da multa. Obviamente, Gilmar Veloz e Papai Mercenário não queriam um valor alto e resistiram até que todos os interessados chegassem à cifra de 20 milhões.
Quando saiu o anúncio da contratação do Milan a primeira coisa dita pelo Veloz foi “O Pato fez de tudo pra ficar até o fim do ano”, ele só esqueceu de recomendar o discurso ao garoto, pois no dia seguinte a reportagem na Zero Hora trazia a pérola do guri: Meu pai e o Gilmar decidiram tudo enquanto eu fiquei mandando mensagem do celular...
Nossa! Impressionante a postura comprometida desse fenômeno do futebol! Mais ainda a integridade de seu pai, que passa longe de parecer carregar um pote de ouro no lugar do filho... É tamanha a preocupação ética do papai que chegou a comparar o moleque com um sapato... Comovente!

Agora, vejamos, o Lulinha tá jogando num time que tenta fugir do rebaixamento, onde me parece ser, junto com o Filipe, os dois únicos destaques de um grupo caindo aos pedaços. Ele, correndo o risco de estar na série B do Campeonato Brasileiro de 2008, renovou seu contrato com uma multa desse valor. Porque o Pato às vésperas de jogar o mundial pelo Inter tinha tanto receio de fazer o mesmo? Bom, já que o Pato não decide coisa alguma, a pergunta seria dirigida aos seus digníssimos pai e empresário. A resposta eu acredito ser: dinheiro na mão é vendaval...

E só mais uma coisinha...
Ontem fez cinco anos do falecimento de Mahicon Librelato, num acidente de carro em Florianópolis. Seu aniversário de morte nos recorda não apenas o grande jogador que, se já não era, estava em vias de se tornar. A triste e precoce interrupção de sua carreira nos dói até hoje, mas não pude deixar de lembrar do seu gol mais importante pelo Inter, contra o Paysandu, éramos nós que lutávamos pra não cair... Quanta coisa mudou de lá pra cá saudoso Librelato, mas na nossa memória teu lugar é especial, eterno.