24 Adeus ano velho

Escrito por Diana Oliveira

Bom pessoal, hoje é minha última coluna do ano de 2007, pois não terei acesso à internet até quinta-feira da próxima semana. Ou seja, adianto que não postarei na próxima segunda-feira e explico que não o fiz nesta última pela mesma razão, estive longe do computador.

Ao contrário do desempenho colorado, meu ano foi muito bom. Entre coisas emocionantes vividas em termos pessoais e profissionais, botei-me a prova de algo até então inusitado: escrever. Não que eu jamais havia escrito, pois sim, tive caderno de caligrafia no colégio! A novidade foi escrever publicamente, num blog de colorados, falando de futebol.

Confesso que quando enviei o primeiro texto ao Mr. president, gringo Louis, não acreditei que acabaria escrevendo com regularidade num espaço predominantemente masculino. Era estranho compor durante o concurso, sem usar qualquer adjetivo que indicasse a procedência feminina. Até parecia Grande Sertão: Veredas. No romance de Guimarães Rosa, Diadorim é uma mulher que se veste de homem e se mistura aos jagunços sem que percebam sua verdadeira identidade.

Penso nas mulheres que escreviam em séculos passados e assinavam com nomes masculinos, por não ser permitido a elas o exercício da escrita. Imagino uma mulher escrevendo sobre futebol então... Eu assinaria Fernando Lúcio da Costa.

Também não preciso voltar tanto no tempo, basta lembrar de um livro que li, Mulheres de Cabul, da premiada fotógrafa inglesa Harriet Logan, que visitou o Afeganistão para ouvir e fotografar dezenas de mulheres durante o regime do Taleban e depois dele. De setembro de 1996 a outubro de 2001, mulheres por todo o país foram submetidas a absurdas leis repressoras, como não poder trabalhar fora nem freqüentar escolas. As coitadas perdiam os maridos na guerra e ainda eram proibidas de ter emprego. Imagino agora um bate-papo informal entre mim e algum guerreiro taleban, sobre a escalação do colorado em Dubai...

A verdade é que ao longo da história da humanidade, são muitos os capítulos de injustiça e opressão contra as mulheres. No mundo da bola ainda persiste o menosprezo ao futebol feminino, mas aos poucos vamos abrindo os caminhos. Devagarinho. Com jeitinho. A todas as mulheres que buscam espaço, Dona Dalva, Karla - minha irmã recém formada em medicina, companheirinhas de futebol semanal, Renata - parceria de Beira Rio, Anelise – parceria de blog, Ana Paula - minha sócia, minhas grandes amigas e mais tantas outras que eu nem conheço: meus sinceros parabéns pela intensidade com que vivem e paixão com que se dedicam a tudo que gostam; da arte à engenharia, do futebol à moda, dos filhos à profissão.

Esta foi minha singela homenagem ao universo feminino, porque em 2007 eu trouxe um pouco de Luluzinha ao clube do Bolinhavermelho-blogspot.

Um feliz ano novo às coloradas e colorados de todas as querências!

Da esquerda para direita: eu mesma, Anelise e Amábile.
Como pode uma menina ser amável e ser Severo? É ou não é uma contradição papai Rafael?


Tá rapazes, também irei prestigiá-los e registro aqui o gatão BV, lindo Gabriel.