Era uma noite fria de quarta-feira. Inter 0 x 0 Flamengo. Devia ter pouco mais de 10 mil pessoas no Beira-Rio, se tanto. Assisti àquele jogo, como tantos outros, com meu pai, na Social. O Inter andava na mesma faixa da tabela que hoje. Também estava disputando a Copa-Sul-Americana e teria que eliminar o rival citadino para seguir adiante. Eu não sabia o que se passaria na minha vida a partir da madrugada seguinte, 9 de setembro de 2004, e acho que esse é o grande barato da vida: a gente nunca sabe o que vai acontecer. O que posso dizer é que, de lá pra cá, tudo mudou.
Eu não sabia que naquele mesmo ano o Inter voltaria, depois de mais de uma década, a jogar uma partida oficial no exterior. Também não imaginava que veríamos o Colorado jogando uma semifinal em plena Bombonera. Não sabia que, no ano seguinte, contra o mesmo Boca, eu veria, também ao lado do meu velho, no estádio, o Inter ganhar, ao menos uma, com gol de Fernandão no último minuto.
Eu não sabia de nada que aconteceria a partir daquela madrugada, há exatos 4 anos, e continuo não sabendo o que vai acontecer no futuro, por mais que eu dê os meus palpites furados de vez em quando. Mas desde então eu vivo tão mais intensamente cada milésimo de segundo da minha vida que não me esqueço de quase mais nada. Mais que isso, as coisas de que me lembro ficam tão vivas na minha memória, que parece que as estou realmente revivendo quando as rememoro. É como se eu, literalmente, viajasse no tempo.
Eu ainda sinto a dor de 2005 e parece que nada nunca a afastará. Mas ainda lembro de cada jogo, um por um, da Libertadores de 2006. Mas lembro com mais carinho de novembro e dezembro daquele ano. A estréia de Pato no Palestra Itália. A despedida assustadora contra o Goiás. O embarque para o Japão no Salgado Filho. Os jogos, os gols e toda angústia, sofrimento, ansiedade, alegria e êxtase daqueles momentos.
Como eu disse antes, eu não imaginava, naquela noite de uma quarta-feira de um empate chato e sem gols no Beira-Rio, que dois anos depois eu choraria nos braços do meu pai colorado o gol e o título mundial do Inter. Mas o mais engraçado é que, ao voltar do Beira-Rio, eu sequer imaginava que já na madrugada seguinte, 9 de setembro de 2004, eu também choraria nos braços do meu pai a maior glória, o maior título, a maior emoção que um homem pode ter na vida: o nascimento do seu filho!
De lá pra cá, o Inter voltou aos gramados internacionais, ganhou seus maiores títulos e não voltamos mais para casa com a mesma resignação após um empate no Beira-Rio. De lá pra cá, pude gritar “Campeão da América” e "Campeão do Mundo”. De lá pra cá, praticamente me realizei como torcedor, nem tanto pelo que vi meu time ganhar, mas pela graça de poder dividir essas alegrias com aquele que, muito provavelmente sem saber, fez de mim também colorado: meu querido e amado pai.
Hoje, no entanto, quem comemora seu maior título sou eu: faz 4 anos que eu é que sou Pai! É, com “P” maiúsculo, mesmo, sem falsa modéstia. Até porque aprendi que a vaidade é um defeito, mas a modéstia não chega a ser uma virtude. Mas o que posso dizer é que eu trocaria todos esses títulos que o Inter conquistou nesses últimos 4 anos por um só, o de poder continuar ouvindo, eternamente, meu filho dizer: “O NOSSO time, né, pai!”
Mas como eu já disse e repeti, continuo sem ter o dom de prever o futuro. Menos mal, ainda bem. Afinal, o futuro a gente faz agora. E, a propósito, com licença, estou sendo chamado na minha sala de troféus, é hora de pegar minha taça nas mãos, beijar e erguer bem alto. É uma celebração que faço todos os dias, mas, hoje, a farei de uma maneira toda especial.
Baita abraço a todos!
Eu não sabia que naquele mesmo ano o Inter voltaria, depois de mais de uma década, a jogar uma partida oficial no exterior. Também não imaginava que veríamos o Colorado jogando uma semifinal em plena Bombonera. Não sabia que, no ano seguinte, contra o mesmo Boca, eu veria, também ao lado do meu velho, no estádio, o Inter ganhar, ao menos uma, com gol de Fernandão no último minuto.
Eu não sabia de nada que aconteceria a partir daquela madrugada, há exatos 4 anos, e continuo não sabendo o que vai acontecer no futuro, por mais que eu dê os meus palpites furados de vez em quando. Mas desde então eu vivo tão mais intensamente cada milésimo de segundo da minha vida que não me esqueço de quase mais nada. Mais que isso, as coisas de que me lembro ficam tão vivas na minha memória, que parece que as estou realmente revivendo quando as rememoro. É como se eu, literalmente, viajasse no tempo.
Eu ainda sinto a dor de 2005 e parece que nada nunca a afastará. Mas ainda lembro de cada jogo, um por um, da Libertadores de 2006. Mas lembro com mais carinho de novembro e dezembro daquele ano. A estréia de Pato no Palestra Itália. A despedida assustadora contra o Goiás. O embarque para o Japão no Salgado Filho. Os jogos, os gols e toda angústia, sofrimento, ansiedade, alegria e êxtase daqueles momentos.
Como eu disse antes, eu não imaginava, naquela noite de uma quarta-feira de um empate chato e sem gols no Beira-Rio, que dois anos depois eu choraria nos braços do meu pai colorado o gol e o título mundial do Inter. Mas o mais engraçado é que, ao voltar do Beira-Rio, eu sequer imaginava que já na madrugada seguinte, 9 de setembro de 2004, eu também choraria nos braços do meu pai a maior glória, o maior título, a maior emoção que um homem pode ter na vida: o nascimento do seu filho!
De lá pra cá, o Inter voltou aos gramados internacionais, ganhou seus maiores títulos e não voltamos mais para casa com a mesma resignação após um empate no Beira-Rio. De lá pra cá, pude gritar “Campeão da América” e "Campeão do Mundo”. De lá pra cá, praticamente me realizei como torcedor, nem tanto pelo que vi meu time ganhar, mas pela graça de poder dividir essas alegrias com aquele que, muito provavelmente sem saber, fez de mim também colorado: meu querido e amado pai.
Hoje, no entanto, quem comemora seu maior título sou eu: faz 4 anos que eu é que sou Pai! É, com “P” maiúsculo, mesmo, sem falsa modéstia. Até porque aprendi que a vaidade é um defeito, mas a modéstia não chega a ser uma virtude. Mas o que posso dizer é que eu trocaria todos esses títulos que o Inter conquistou nesses últimos 4 anos por um só, o de poder continuar ouvindo, eternamente, meu filho dizer: “O NOSSO time, né, pai!”
Mas como eu já disse e repeti, continuo sem ter o dom de prever o futuro. Menos mal, ainda bem. Afinal, o futuro a gente faz agora. E, a propósito, com licença, estou sendo chamado na minha sala de troféus, é hora de pegar minha taça nas mãos, beijar e erguer bem alto. É uma celebração que faço todos os dias, mas, hoje, a farei de uma maneira toda especial.
Baita abraço a todos!