Ao ler sobre estádios europeus, aqueles sempre cheios, cheguei a uma informação fundamental: em média, um terço do faturamento milionário dos grandes clubes europeus provém de rendas de "match day": o ingresso, o estacionamento, os lanches, bebidas, venda de produtos licenciados, espaços de publicidade e tudo mais com que se possa lucrar com a realização de um grande evento desportivo, o jogo de futebol.
Enquanto isso, o Beira-Rio tem recebido uma média de 20 mil torcedores por jogo nos últimos anos. Isso é falta de interesse dos colorados no jogo? Não. É falta de interesse de muitos colorados em enfrentar filas e mais filas, engarrafamento, dificuldade de circulação, e, principalmente para estacionar. E não me falem daquelas teorias furadas de que a baixa renda dos brasileiros é incompatível com o preço dos ingressos. Ora, temos mais de 70 mil sócios, quase 40 mil com entrada LIVRE, o que por si só derruba tal argumento.
Caso os dirigentes do nosso Clube tivessem interesse em lucrar com o jogo de futebol, tal como aqueles clubes que vêm aqui e compram rindo os jogadores que vendemos chorando, deveriam ter mais interesse em investigar os problemas enfrentados pelos torcedores. Aquele sistema inútil de restringir acesso a determinados conteúdos no "site" oficial para sócios, poderia ser usado para pesquisas de opinião junto aos sócios, por exemplo, "com que freqüência você vai aos jogos?", "QUAL É O PRINCIPAL FATOR QUE O AFASTA DOS JOGOS"? E partindo dessas informações, procurar atacar os problemas levantados pelos próprios torcedores, que são quem, afinal, paga a conta.
Partindo-se desses problemas que afastam o torcedor do estádio é que deve ser norteada a reforma do Beira-Rio, isso é RESPEITO com os "clientes" do Inter, seus apaixonados torcedores. A partir do momento em que o Inter aprender a lucrar com a presença dos torcedores, será um estímulo para a promoção de jogos não só dos profissionais. Naqueles fins de semana sem jogo do time principal, poderiam ser promovidos jogos dos juniores, Inter B(se ainda existisse), futebol Feminino, e Futsal(!). Tudo com entrada gratuita para os sócios, e ingressos simbólicos aos não-sócios. E o lucro? Ora, o estacionamento, as bebidas, os lanches, o patrocinador... Match Day! Enfim, um jogo é um espetáculo, um evento, um negócio altamente lucrativo. Basta aproveitar ao invés de se acomodar com as verbas de TV.
---------------------------

http://www.brasilfutsal2008.com.br/
- Promessa de Fernando Carvalho em 14 de Dezembro de 2002, dias antes de eleger-se presidente: "reativar o futsal". Leiam: Candidatos querem a volta do futsal.
- Curiosidade histórica. Em 1997 eu tinha um narrador preferido. Disparado! Era o Haroldo. Quanta emoção e quanta força passava aquela voz. Um gol narrado pelo Haroldo era uma provocação em si: "gooolll...CALA A BOCA! Esse é o gol Cala a boca!", "a grande nação colorada lava a alma nesse grenal!" e por aí vai. Por esse motivo, eu gravava os gols quando eram repetidos após o jogo. Depois, ligava para os colegas do colégio e deixava o Haroldo falar por mim.
Abaixo os gols do Gre-Nal 335, aquele. Transcritos de fita K-7.