Como já comentei com o Louis, e agora abro o mesmo comentário pra vocês, eu tenho evitado de comentar (por isso não tenho feito comentários que comentem o que anda sendo comentado... desculpem pela repetição, mas foi necessária) durante a copa por dois motivos: o primeiro é que tenho acompanhado tanto a copa que tudo tem sido secundário. Me dei conta que estava exagerando um pouco quando me flagro revendo o jogo Grécia vs. Japão... mas enfim, sacudi a poeira e segui vendo.
Sim, é o que parece: eu vejo os jogos que posso e revejo quase todos, meus times são USA e Uruguai fora o Brasil que mesmo que a gente não queira os genes mandam você torcer a favor... daí é só lembrar do clima, das mulheres e da comida que você começa a cantar "sirvam nossas façanas..." OPS! "País" errado! (Quem me conhece um pouco mais sabe o nível de ironia que essa última piada infama representa). Voltando a copa, acredito até que a dose anda tão grande que vou ter crise de abstinência quando o torneio acabar.
O segundo motivo é um preceito meu: tu pode ver 1.000 DVDs de shows de bons músicos, tu pode assistir 300 horas de apresentações do Soleil, tu pode até assistir a mais jogos da copa do que os treinadores das seleções... MAS, não tem nada, NADA, que supere tu estar lá.
Por isso, eu acho muito melhor tu ler o post na quarta de nosso quase enviado mais do que especial (a suas próprias expensas) Tiago, que se abalou do Canadá pra acompanhar a bagaça toda, do que filosofias e análises de um borracho y loco que vê tudo pela TV.
Assim, seguindo essa linha (tá, me exijam tudo, menos que eu tenha coerência) transcrevo abaixo, na íntegra, o comentário que o leitor Lucas Moreira fez de sua experiência viva de ir ao Gigante num momento que chamaremos dentro de pouco tempo de histórico. Ele não chega a ser enviado oficial mas prestou um serviço muito bom e merece nossa atenção especial e... tá, entendi, tudo bem: declaro ele condecorado como quase enviado especial do BV na copa, também por suas próprias expensas, por serviços relevantes prestados a coloradagem:
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Fui ao jogo Coréia do Sul e Argélia.
Não sei se porque fui sem nenhuma expectativa ou se é por ter ido pela primeira vez a um jogo da Copa do Mundo, mas fiquei emocionado com o clima do local.
O jogo em si valeu a pena pela quantidade de gols, porque tecnicamente foi sofrível; mas o que realmente impressiona é a mágica da copa.
Milhares e milhares de torcedores estrangeiros, uma verdadeira torre de babel, reunidos num monumento do futebol. Senhores, me desculpem a obviedade, mas o Beirario é lindo, o mais lindo da copa. Nada se compara à presença do pôr-do-sol no Guaíba durante um jogo, é uma cena emocionante, rara, memorável.
O povo Argelino é impressionante. De uma alegria e gentileza marcantes. Tive o prazer de assistir todo o jogo junto a um argelino que vai em todas as copas desde 2002, apesar do fraco inglês dele, tivemos algumas boas conversas sustentadas por algumas mímicas, que renderam inúmeras risadas. Indescritível era, à medida que saíam os gols do time africano, ver o torcedor junto comigo balançar a bandeira do Inter, cantando "1,2,3 VIVA ARGELY", emendados aos cânticos de "INTER, INTER, INTER".
Como bom colorado, fiz questão de dar de presente a minha bandeira do Inter para que ele levasse consigo pelos outros jogos, para seu país e para as próximas copas.
Curiosidade: um torcedor colorado que assistia o jogo na minha frente, com a camisa da Argélia, me contou que trocou a que ele usava do Internacional com a de um estrangeiro na entrada do campo, ficando com a camisa do time africano. Muito bacana.
Do lado Sul-coreano, um show à parte. Eles são alegres e contidos, respeitosos e barulhentos; os coreanos não pararam de cantar um único momento, mesmo com o time tomando um banho de bola dentro dos gramados. O ponto alto foi o início do jogo com dois bandeirões levantados na entrada dos jogadores; um deles continha a bandeira da Coréia, com rostos de pessoas do seu país, a outra continha algum escrito em coreano, infelizmente não sou capaz de traduzir. Logo que levantaram os bandeirões, os seguranças da FIFA fizeram uma manobra emergencial para tirar as bandeiras de lá, a atitude foi grosseira e rendeu algumas vaias.
No meio do jogo mais um minuto de emoção: torcedores colorados, após cantarem em alto e bom som o simples mas emblemático "OLE OLE OLE OLEEEEEE, INTEEEEER, INTEEEEEER", emendaram o tributo ao eterno capitão com gritos de "UH, FERNANDÃO". O incrível é que fui explicar pro argelino quem era o Fernandão e ele - com a mímica - simbolizou que já sabia, que era o homem do helicóptero. Fiquei feliz de saber que a importância do Fernandão foi transmitida internacionalmente.
Ao final do jogo, a diferença de culturas trouxe mais algumas imagens marcantes. Enquanto os jogadores da Argélia corriam em direção à sua torcida para comemorar a vitória, reflexo da sua personalidade animada e explosiva; os jogadores da Coréia do Sul atravessaram junto, com muita calma e decepção, todo o gramado, até perto do conglomerado de torcedores e, novamente juntos, saudaram a torcida com o famoso cumprimento oriental de abaixar o corpo. Um símbolo de agradecimento, respeito e principalmente de que lutaram ao máximo em honra daqueles que estavam lá, e se julgavam culpados pela derrota.
O choque cultural é o grande serviço da FIFA. Esqueçam o futebol. Esqueçam os estádios, as estradas, as pontes, os aeroportos; o que vai ficar para a história e para a cultura do país é o poder da troca de experiências entre os povos. Vamos acabar de tratar estrangeiros como animais em um zoológico e abrir a cabeça de milhares de pessoas do nosso país de que existe um mundo lá fora.
Foi uma experiência única, fiquei realmente emocionado de estar lá. Espero que todos que tiveram/tiverem a oportunidade de presenciar um dos jogos tenham 1% de impacto que eu tive.
Um abraço a todos vocês!
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Baseado em fatos reais: o estúpido.. err... quer dizer, eu, tinha conseguido no último sorteio dois ingressos (que eu tinha pedido TODOS os jogos no gigante) duas entradas para as oitavas-de-final. Beleza! Perfeito! Já tinha em mente quem levar: a santa madre. Ia ser algo do tipo "bem vinda ao meu mundo e a minha mente, mamãe". MAS, MAS... (essa palavra as vezes é mais presente do que eu queria em minha vida) o desafortunado, opa! Quer dizer, eu mesmo (sim, sou perfeccionista e extremamente exigente =P), tinha solicitado bloqueio e substituição do cartão de crédito. Pergunte-me, agora, se a FIFA aceita retificação no meio de pagamento. Respondo que verei esse jogo de casa.
Durante a copa terei apenas pequenas participações no blog. Se eu julgar relevante. Após isso, voltaremos a programação normal.
PS: UH! FERNANDÃO! UH! FERNANDÃO! UH! FERNANDÃO!
Post-PS: Só chorei e senti quando saíram dois jogadores do INTER: o primeiro é Sr. Claudio Andre Mergen TAFFAREL, que nasceu um dia depois e quatorze anos antes de mim. Vale ressaltar que que é por causa dele que sou colorado e abdiquei por muito tempo de meu talento nato para o meio campo arriscando-me e insistindo no gol como um fraco arqueiro. A ligação era tanta que pensei quando ele saiu: "vou ter de torcer pro Parma agora", ainda bem que a RGT nunca acompanhou o campeonato italiano... e quando saiu o Fernandão. A gente chora pelo que viveu e pelo o que ainda sonhava vivenciar, porque a partida é a única certeza que temos...
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Pra sempre, CAPITÃO!
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