ESCRITO POR RAFAEL SEVERO
Recomendo aos moralistas de plantão que parem... aos politicamente corretos que parem, aos puros de coração que parem e também àqueles que nunca pecaram e afins que parem... Parem agora a leitura, fechem os olhos, mudem de blógue mas, por favor, não prossigam neste texto...
Já passava das quatro e tanto da madrugada quando um cambaleante Pepe chegou em frente à sua moradia, na Avenida Farrapos. Uma antiga casa estreita, de dois andares, com uma pequena sacada de alvenaria apontada para a avenida que, naquela altura, já havia dispensado quase que por completo o vai-e-vem e o burburinho de seus freqüentadores mais tradicionais.
Pepe já preparava o giro do molho de chaves na fechadura da grande porta de madeira carcomida, quando um resquício de movimento chamou-lhe a atenção. Tratava-se de um grupo de moças que passavam por ali e que dirigiam-se para seu local de trabalho, uma famosa boate da região. Eram raparigas bem "fornidas" e cujas formas quase que sobrepujavam a pequenês de seus "uniformes" de trabalho. De todas, uma prendeu com especial predileção os olhos do Pepe. Uma morena de cabelos pretos escorridos sobre os ombros de um corpo longilíneo, mas de carnes bem proporcionadas, completa, com todos itens de série. Medidas exatas: nem demais, nem de menos... Era uma semi-deusa, pois tinha o rosto um tanto comum para uma Deusa.
Pepe imediatamente parou de "rosquear" a chave, deixando-a dependurada na porta, e partiu em direção ao grupo. Ele estava determinado a extirpar a "tiriça" de fim de noite e acabara de definir o alvo. A poucos passos da moça e com a voz já debilitada pela noite de rockn´roll e álcool, Pepe a chama p´rum canto.
- Quanto tu cobra o programa?
- Cem pila!
- Putz, não rola um descontinho? Afinal eu moro aqui... (Apontando pra casa.) Tu não vai nem precisar se deslocar. Vâmo lá, na parceria!
A mulher então lança o crivo do olhar sobre a casa do rapaz e sentencia:
- Cinqüenta pila, então!
- Bah, mas cinqüenta pilas também não vai dar... E o oralzinho, por quanto tu faz?
- Oral é trinta...
- Beleza, vâmo lá, então!
Os dois adentraram o velho casarão e subiram um lance de escada que desembocava em frente ao dormitório de Pepe. Este pediu à moça que ficasse à vontade, pois ele ia passar uma água no rosto, dar uma mijada e já voltava. A mulher sentou-se em meio à bagunça da cama de solteiro do rapaz e aguardou pacientemente, observando o caos dominante à sua volta. Mal esperou Pepe chegar na porta para fulminar sem dó:
- Tu não tem cara de quem tem trinta reais...
Pepe então enfiou a mão no bolso de sua calça jeans desbotada e retirou dali uma nota já bem maltratada.
- Ó, eu tenho vinte!
A moça riu com condescendência, como quem acha graça.
- Tá bom, vem cá! Já tô aqui mesmo...
Retirou de sua pequena bolsinha preta de couro um preservativo e com a perspicácia própria de quem domina a arte da profissão colocou-o com a boca no "pinto" duro do rapaz. Até o talo! E iniciou os trabalhos...
Pepe, por sua vez, parecia planar sob a atmosfera plúmbea do próprio quarto. Soltava pequenos gemidos, com os olhos virados para o teto. Estava em pé, mas à vontade, inteiramente relaxado.
- Bah, gata, tu é muito foda!
E a resposta que obtinha dela vinha em som de látex.
- Shsssrrrpl!!! Suc, suc, shup!!!
E Pepe prosseguia.
- Tu é mulher pra casar! Linda, cheirosa, gostosa...
E ela:
- shssshrup shwac, shwac, srommmmp!
E ele:
- Isso não é vida pra ti, maravilhosa... aaaiiii!!!
E ela:
- Ric, ric, ric... (som de dentes roçando o látex)
Pepe falava e acarinhava os cabelos negros de sua diva de aluguel.
- Mulher, tu é sensacional! Tudo de bom...
De repente a mulher cessou a felação, levantou-se e retirou sua minúscula roupa, voltou à cama e posicionou-se irresistivelmente de quatro, arrebitando bem o generoso traseiro e abrindo de vez a guarda para um atônito Pepe.
- Vem!
Ele retribuiu o sorriso daqueles grandes lábios e foi mesmo. E Pepe tinha fome dela. E a comeu com todos os pormenores a que tinha direto, com todos os orifícios possíveis e tapa na bunda.
Mas tudo tem hora pra acabar e a moça deu a entender que a "promoção" estava por findar.
- Tu não vai gozar?
- Eu tô tranqüilo, tô na boa, tô com gás...
- Peraí que eu vou te fazer gozar.
Pôs-lhe sentado e postou-se em seu colo, de costas pro Pepito. E iniciou um movimento irrefreável para qualquer mortal que não fosse ator pornô. Pepe viu aquele rabo com uma marquinha de biquíni cuidadosamente cultivada a lhe engolir o que tinha entre as pernas. Estava lutando muito com as próprias bolas pra segurar por mais alguns segundos aquele momento de êxtase profundo quando, com agilidade felina, a moça salta da posição mágica, arranca-lhe o preservativo e segura seu pau com as duas mãos, finalizando o ato em grande estilo, com o conteúdo morno e translúcido expulso das entranhas do Pepe explodindo diretamente no seu rosto de semi-deusa...
Depois, limpando o rosto com um lencinho de papel, ela diz a Pepe o seguinte:
- Quer saber de uma coisa? Eu só te dei por que te achei um cara simpático.
Pepe mal podia acreditar naquilo tudo que lhe acontecera mas, no fundo, ele fez por merecer...
Eu acho que às vezes falta tesão pro Colorado. Bem que o nosso clube poderia dar uma de Pepe e chamar a garota de programa da vez, que se chama Villareal, pra negociar seu produto mais valioso. Estou falando de Juan Román Riquelme... O preço inicial é de 6 milhões de Dólares. É muita grana? É! Mas quem sabe, com um pouco de lábia e muita criatividade o clube espanhol e o próprio Riquelme não vejam o Colorado como um cara simpático, hein?!