Três jogos na sequência, sendo dois pela competição que é uma verdadeira obsessão e entre eles um confronto regional com talvez a maior rivalidade nacional.
Receita e contexto perfeito para três jogos de casa cheia, correto? Entretanto, para os dois primeiros jogos houve público presente de respectivos 34.512 e 35.833 torcedores.
Segundo a página oficial do clube, a capacidade atual do Beira-Rio é de aproximadamente 50 mil torcedores, ou seja, o estádio, percentualmente, não esteve mais do que 72% cheio.
Salvo algum jogo de exceção, tal qual uma semifinal ou final de campeonato, ou até mesmo um jogo com rivalidade histórica, é dificil imaginar jogos com maior apelo.
Contudo, o Beira-Rio não lota. E ai fica a minha indagação, o que atualmente impede públicos próximos aos tão desejados 50 mil (i.e: casa cheia)?
Nada foi mais depressivo e sintomático em relação ao futebol brasileiro do que ver ano passado o Cruzeiro, líder do campeonato tendo "minidecisões" com um Mineirão com áreas centrais das arquibancadas "ás moscas".
Sabe-se que lá, por exemplo, a faixa central é gerida pela empresa que detém a administração do estádio, e que os preços não ficam abaixo de R$ 300,00 quando não muito ultrapassam a metade de milhar de reais.
É de conhecimento público que um percentual do Gigante, nomeadamente skyboxes e outras áreas VIPs são de administração da Brio, e desta forma a autonomia do clube em relação a esta demanda é limitada.
A ocupação reduzida também pode tem origem nos sócios "carteira vermelha" e/ou locatários de cadeiras/perpétuas, que com direito assegurado ao seu local muitas vezes acabam não indo ao jogo. Ou ainda, de certa forma, não há interesse suficiente de forma que a demanda seja maior que a oferta.
Contudo, sem saber precisar a real origem do problema fica dificil fazer conjunturas, mas parece que eis o novo desafio de Alexandre Limeira, o pai da torcida mista e que tem feito uma excelente administração até então.
Identificar o porque é o primeiro passo para resolução do problema, seja disponibilizar mecanismos que permitem realocar cadeiras/espaços que não serão ocupados, seja ampliar a quantidade de ingressos em preços promocionais ou até mesmo viabilizar, conjuntamente com a Brio, um plano de ocupação coerente e consistente para os espaços, haja visto que um assento vazio é uma receita não potencializada.
O Beira-Rio lotado faz a diferença, quando o Gigante ruge não há adversário que não trema, e é necessário uma forma de fazer com que nosso lindo estádio esteja sempre fervilhando e entupido de colorados apaixonados, sedentes por novas conquistas.
Pitacos em relação ao Grenal:
- Winck, Alex e Nilmar provaram porque ATUALMENTE são (ou deveriam ser) reservas, com atuações de baixa intensidade e que não empolgaram; no caso do nosso jovem e promissor lateral, inclusive, a atuação foi bem abaixo da crítica, literalmente tomando um baile dos "ótimos" (?!) Mamute e Lincon.
- Rodrigo Dourado, ao meu ver, talvez tenha sido um dos melhores jogadores em campo, o que de certa forma é promissor tratando-se de um jovem cujas características serão muito importantes no grupo principal caso o mesma tenha chances.
- É desanimador ver a quantidade de vezes em que a bola acaba sobrando para Paulão iniciar a transição ofensiva e o mesmo acaba por errar um passe ou inversão de bola. É necessário trabalhar esta deficiência do mesmo, mas também possibilitar alternativas para que ocorra o passe curto ou que a transição possa ser realizada de outra forma.
- Alisson Farias... Veloz, driblador e impetuoso: o garoto merece mais chances.
- Vitinho e Valdivia: se compreenderem que não precisam tentar a jogada individual SEMPRE, irão acrescentar bastante ao time. Falta leitura tática.
Agora é vencer o Emelec e assumir a liderança da competição continental. Jogo fundamental para as nossas pretensões.
SC
@Davi_Inter_BV
PS: Atenção ao excelente comentário do Lucas Moreira, exemplificando de maneira concreta o que pode estar ocasionando estes "espaços vazios".