Escrito por Diana Oliveira
Mudança no calendário do BV, eu agora escrevo às quartas.
Obrigada ao Colorado de Bagé por mencionar algo a respeito, na sessão de comentários do último sábado. Da mesma forma, ou mais ainda, agradeço ao presidente Louis por me oferecer um dia de semana, pra mim é mais fácil postar.
Sempre gostei do futebol do Granja, mas nunca admirei a postura individual desse jogador. É como aquelas situações em que conhecemos alguém, aparentemente não há o que criticar e mesmo assim, temos aquela sensação de “não fui com a cara dessa pessoa”. Acho que eu pensava o mesmo do Jorge Wagner, aprecio mais ainda o futebol deste que contribuiu categoricamente para a conquista da Libertadores 2006. O Granja fez um 2005 quase impecável, digo quase pelo último jogo do Brasileirão nesse mesmo ano. O que esses dois jogadores têm em comum, além de serem meias de origem transformados em alas, é um caráter impessoal com as questões do futebol, ao menos me pareceu até aqui. Tenho impressão de pouca entrega à causa do time.
Do Jorge Wagner não sei, nem me interessa mais, vou devolver a impessoalidade na mesma medida, até porque o colorado anda longe do que foi em 2006 e não estou aqui para chorar ausência de ninguém, chega de lamúrias.
Agora, do Granja gostei muito ontem. Não apenas pelo retorno da qualidade técnica que anda escassa no nosso time, mas por ele ter me apresentado um jogador com muita vontade de jogar, entregue ao Inter, dedicado ao grupo que demonstra explícitas dificuldades e atravessa uma fase conturbada. Meus olhos brilharam diante da tela. Embalada pela sonoplastia pessimista ao meu redor, observei quietinha - de canto - a desenvolta bravura do há tempo desacreditado atleta, sentindo-me isolada na capacidade rara, ou inocente, de ver algo positivo quando tudo parece perdido.
Se pudesse te dizer algo seria: que bom retorno Elder Granja, foste a grata surpresa em meio ao desgaste que norteia o vermelho de nossa camisa. Acho que a seqüência de lesões te ensinou a jogar com paixão e o apoio que recebeste do Inter promoveu em ti algo de nobre, como gratidão.
Nunca despertaste meu estímulo por teu sucesso em específico. Eu era indiferente ao teu êxito, afinal de contas, sempre pareceu recíproco, na medida em que torcida é parte integrante da instituição do clube. Diante dos teus gritos, tua vontade, tua inconformidade que apareceu vibrante na disputa de ontem, é justa uma nova chance ao teu empenho e um novo pacto de incentivo entre nós.
Boa sorte. Mantém o brio. Te gruda na chance de mudar o rumo da equipe, mostraste ontem aptidão já conhecida, a diferença é que agora tá vestindo a camisa, isso é novidade.