segunda-feira, março 31, 2008

12 Adeus amor

12
Escrito por Diana Oliveira

Já não te vejo mais. Teu semblante outrora carimbado em minha retina, hoje embaça entre pensamentos distantes. Sinto algo que mistura nostalgia e inconformidade. A resistência ao fim versus a inevitável passagem do tempo. Foste desaparecendo aos poucos até que me acostumei com tua ausência.
Parece fim de relacionamento, não? Mas é.

Renovação acontece (e deve mesmo) o tempo todo, em qualquer relação, âmbito, nível social, política ou religião. Nós, seres humanos (às vezes nem tanto) providos de sentimentos e capacidade mental, buscamos racionalmente novos ciclos na mesma medida em que tememos instintivamente o desconhecido.

Assim acontece com tudo e todos: amores que não têm chance por provocarem medo em seus amantes, relações estabelecidas pelo convívio – a famosa segurança, estabilidade. Como é doloroso perceber que uma história de amor chegou ao fim. Como é triste perceber que o tudo de ontem hoje não vale mais.

Aos poucos o elenco mais vitorioso da história do Internacional vai se dissolvendo. Percebi a dimensão desse aperto no peito quando, no jogo de domingo, a braçadeira saltou de três braços, de acordo com as substituições. Primeiro saiu do Fernandão para Iarley. Depois deste para Clemer, atual goleiro reserva. É o maior indício de que uma nova geração está se formando no Beira Rio. Não nego os novos amores, mas também não sou tão volúvel.

Entre baixas e novas caras, morro abraçada no Fernandão. Mas pra isso, devo me despedir de alguém tão estimado pra mim. Incondicionalmente: Edinho. A questão é que o rendimento do Fernandão suplica por maior qualidade no meio campo. É urgente que se tenha mais um jogador no meio que possa marcar e passar como o Magrão. Nesse caso, vejo o fim da era Edinho. E o início de dois promissores candidatos: Danny Moraes e Sandro. Seriam novas opções de volante. O primeiro sempre que atua corresponde, o segundo vi muito pouco, mas do pouco que vi, gostei.

Sinceramente, acho uma palhaçada as críticas ao Fernandão. Pulando num pé só ele pifa qualquer mané na cara do gol. Vejo uma gritante diferença entre esse jogador e qualquer meia-boca em excelente fase. Por mais que esteja aquém do esperado, tem o melhor passe do elenco. Só isso já o faz titular. Que seja substituído no decorrer da partida, que esteja sendo cobrado por, afinal de contas, ser o capitão do time; concordo e não condeno. Julgá-lo obsoleto, porém, considero imensurável burrice.

Vinha reclamando dos cruzamentos que começam a surgir com maior freqüência. Por isso mesmo, assim que o meio campo colorado andar com as próprias pernas Fernandão volta a marcar. E pra isso... Edinho, sorte e sucesso.

Não larguei de mão. Não perdi paciência. Não deixei de gostar. O Edinho inspira o uso da expressão deveras coloquial: o cara mais afudê! Continuo achando que falar mal deste sujeito, sob argumento de entendimentos futebolísticos, não passa de bixisse de pseudo-craque frustrado.

No entanto, quando tínhamos em 2006 volantes menos habilidosos (Edinho, Fabinho) podíamos contar com laterais mais eficazes - Granja, Wagner. Até o Ceará cruzava direitinho. Hoje é mais fácil encorpar o meio e deixar correr na lateral do campo qualquer um que saiba (um pouco) cruzar – No caso do Bustos seguir jogando mal, Jonas pode render.

O que não dá é um atacante jogando de volante.

Edinho foi a era do coração na ponta da chuteira. Saudades...
Que venha um novo ciclo.

* Não fui no futibas bv porque tava doente.
* Não tô agüentando a China atacando monge no Tibet e fingindo pro resto do mundo que não faz nada... Quer enganar quem? Olimpíadas do telhado de vidro essas de 2008... O pessoalzinho do olho puxado que se dê limites! Se por aí a internet é vigiada, por aqui nada passa despercebido.