Ok os 4 classificados para as Semi-Finais do primeiros 8 são Bloguistas #2, #3, #5 e #8 que derrotou #7 no ultimo Mata Mata. #8 Por favor envia seu proximo texto, topico livre.
Hoje o Bloguista #2 pega o #3 (Quem quiser re-ler seus textos vencedores é so clicar nos numeros acima). Desses 4 sobrarão 2. Esses dois aí vão esperar os 2 Finalistas que virão do outro grupo de 8 candidatos. Quando sair os 2 do outro grupo ai havera um cruzamento e os 2 vencedores serão os novos bloguistas do Blog Vermelho (eta formula complicada hein..parece Gaúchão hehehe). Ah e temos 2 vagas abertas ainda no segundo grupo de 8. Interesados manda seu texto o mais rapido possivel para o meu email no topo do Blog.
Então vamos lá. Leia e vote. Lembrando que os candidatos podem votar por si mas sem se identificar. Só não vale chamar amigos e familia pra votar.
BLOGUISTA #2
Meu Amigo Eliseu
Meu amigo Eliseu é uma figuraça! Sabem aqueles caras que tão sempre te contanto uma coisa inusitada que só acontece com eles? Esse é o Eliseu. Tá sempre reclamando da sorte, sempre insatisfeito, mas o Eliseu não é daqueles chatos que ninguém aguenta. Pelo contrário, é impossível conversar com ele sem morrer de rir com as suas histórias. Já eu sou o contrário. Não que eu seja rabugento, não mesmo! Quem me conhece sabe que eu tô sempre contando um causo, uma anedota. É que eu, diferentemente do Eliseu, me contento com pouco, não preciso de muito para ser feliz.
O Eliseu é colorado. Nem sei quantas vezes já fomos ao Beira-Rio juntos. É um companheirão em dia de jogo. Só que nós divergimos muito quando o assunto é o Inter. Nem tanto quanto a questões técnicas e táticas. O problema é que o Eliseu nunca se dá por satisfeito, enquanto eu, só de ver meu time em campo já fico feliz. A verdade é que essas nossas discussões fazem parte da diversão.
O Eliseu diz que eu sou igual ao cachorro dele. Não importa a hora em que ele chega em casa, se sozinho ou acompanhado, se sóbrio ou embriagado, o cachorro dele sempre faz festa. Ele diz que eu sou igual com o Inter. Não importa se o time tá jogando bem ou se tá jogando mal, se o Abel tá escalando errado ou mexendo pior ainda, eu sempre tô na boa. Ele não. Pra ele, o time nunca tá bom o suficiente. Mas o Eliseu é mesmo uma figura. Às vezes, quando fica muito estressado, ele diz que tem inveja de mim e do cachorro dele.
O Eliseu e eu nunca havíamos visto o Inter vencer grandes títulos no estádio. Verdade seja dita, nem pela TV. Não até 2006. Ficamos a vida toda esperando por um título brasileiro, quem sabe uma Sul-Americana. Pra nós já estaria de bom tamanho. Até que, enfim, vieram os títulos continental e do mundo.
Mas o Eliseu não tem jeito mesmo. Ano passado nós ainda nem bem havíamos curado a borracheira do Mundial e o Eliseu já tava lá, chateado com a performance do time no Gauchão! Isso que ele nem gostava mais do Gauchão. Sentia raiva de ouvir gremistas dizendo que colorado só disputava o ruralito. Também pudera, ficamos uns vinte anos ouvindo isso. E o pior é que a gente só disputava mesmo, pois teve uma época em que nem na final chegávamos. Mesmo assim, o Eliseu tava lá, insatisfeito: recém Campeão do Mundo, mas reclamando do time no regional.
O Eliseu alega que o homem é assim mesmo. A gente leva um tempão dando em cima daquela gata e, quando consegue levá-la pra jantar, fica de olho na mulher da mesa ao lado. É aquela coisa de reclamar do frio no inverno, mas sentir saudades do friozinho naqueles dias quentes e abafados de verão. Vai ver ele tem razão, eu é que tô mais pra cachorro que pra homo sapiens.
Só que o Eliseu às vezes passa dos limites. Agora em janeiro nós estávamos na praia, de férias, tomando uma cervejinha bem gelada em frente à TV e vendo o colorado batendo o campeão italiano em terras árabes. Eu vibrando feito louco com aquele golaço do Fernandão e com a bicicleta do Nilmar, e o Eliseu me solta essa: “Por que não ganhamos assim do Barcelona? Dubai, sim, era lugar pra vencer com gol do Gabiru.”
Outra parecida ele largou dias atrás, quando o Guiñazú marcou aquela bucha contra o Nacional na Copa do Brasil: “O Guiñazú tem poucos gols na carreira, quase não chuta a gol! Tinha que ter guardado essa bola pra um gre-nal ou final de campeonato importante, que nem o Tinga na Libertadores.”
Talvez, pra quem não conheça o Eliseu, fique a impressão de que ele é uma cara frio, sem sentimentos, mas não é. Na verdade, o Eliseu ama tanto o Inter, que tá sempre insatisfeito, sempre achando que o colorado merece algo ainda melhor. Às vezes, eu chego a me questionar se ele não gosta mais do Inter do que dele mesmo.
O que eu sei é que quando o Horácio Elizondo apitou o fim da Libertadores, o Eliseu e eu choramos abraçados nas arquibancadas do Beira-Rio. Eu acho que nunca vi o Eliseu tão feliz na vida antes.
Então, não fique brabo com aquele tiozinho da Social que só reclama. Eu sei que às vezes dá nos nervos sentar ao lado de alguém que tá sempre na bronca, comendo amendoim. Mas ele não faz isso por mal, acredite. Ele não é corneteiro nem secador. Ele é colorado e ama o Inter tanto quanto nós. Talvez, até mais.
BLOGUISTA #3
O medo e a corneta.
Nasci no começo da década de 70, anos colorados, inovadores, conquistas parecendo inalcançáveis por qualquer outro clube. Era o que eu sentia. Nem um outro, jamais poderia ser melhor que o Inter de Falcão, Batista, Príncipe Jajá e companhia. Pura magia futebolística para um guri novo, paixão certa sem vacilo.
De repente tudo mudou, com a derrota na libertadores em 80 parece que o clube perdeu a mão, desaprendeu, e então fui atirado num pesadelo de 25 anos. É claro que houve bons times, bons jogadores, alguns gauchões e outros vices campeonatos por aí a fora, mas sempre faltava alguma coisa e eu não conseguia entender bem o que era.
O fato é que este tempo todo de derrotas e de quase campeão disso ou daquilo, incrustou na minha mente um medo ancestral. Medo de que o passado se repita, de que de um ano para o outro, como lá em 80, a gente perca a mão de novo e retorne àqueles anos de puro chumbo.
Por isso, entendo os corneteiros da social. Eles também têm medo e muito. Criticam sempre por pura prevenção racional. Antecipando falhas, derrotas e culpados eles encontram certo alívio, pois não se deixam viver, por completo, a emoção do fracasso, da derrota. É pura vacina.
O Inter conseguiu superar seus medos, traumas e “azares”, evoluiu, passou para outro patamar. Daqui por diante a história é outra, os critérios são outros, os objetivos e desejos são globais. O clube jamais será o mesmo, assim como nós, os torcedores, também. Logo o medo é maior e a corneta é gigante, pois qualquer retrocesso agora é simplesmente inaceitável.
Críticas são necessárias, fazem refletir e repensar. É alicerce para melhorias. Mas críticas que ofendem os fatos são pura tolice, assim como é tolice a crença fervorosa no eterno sucesso quando tudo aponta para o desastre.