segunda-feira, março 24, 2008

47 Mata Mata #8: Grupo 2

47
O Ultimo Mata Mata antes das Finais. Bloguista Numero 11 venceu a ultima rodada e está na Final. Por favor prepare seu texto para a Final. Topico Livre! Pra quem não sabe o Mata Mata desse ano vai decidir quem serão os 2 novos Bloguistas do Blog Vermelho.

Hoje teremos mais 3 candidatos. E só uma irá as finais. Leia e escolhe quem você achou melhor.

É muito texto então leiam com calma e algumas pessoas deveriam começar pelo ultimo para ser justo aos escritores e ninguem levar vantagem.

Boa sorte!

Mas antes a enquete Pos-Jogo:




BLOGUISTA #12

O dia é 17 de novembro de 2002, o calor em Belém do Pará é sufocante, mas quem está sem ar é a torcida colorada. O time vence por 1 a 0 e, com as derrotas dos concorrentes pelo rebaixamento, está momentaneamente livre do desastre. Mas ainda faltam alguns minutos e a bola rola. Falta na intermediária, são 15 min do segundo tempo, e Fernando Baiano cobra direto para gol. A bola sai fraca e o goleiro Marcão encaixa com facilidade. Súbito, dá um chutão para a frente, que pega a zaga colorada desprevenida e Vandick entra livre, empatando o jogo. Mas ainda dá, o colorado se beneficia com as derrotas mencionada até que... o Palmeiras empata no último minuto com o Vitória, no Barradão. Os jogos em Belém e Salvador acabam ao mesmo tempo, o Inter está rebaixado para a Segunda Divisão.

No mesmo dia, caravanas azuis passam em frente ao Gigante, buzinando e provocando. O Presidente Fernando Carvalho renuncia junto com toda diretoria, e uma nova diretoria, "de salvação", assume interinamente pregando união pelo bem do clube.

Nos anos seguintes, as coisas continuam ruins: o clube se desfaz de alguns jovens promissores para pagar dívidas. Assim, Nilmar, Daniel Carvalho e Sóbis são vendidos a R$ 500 mil cada para o exterior. Grave crise financeira arruína ainda mais as contas do clube, o Estádio dos Eucaliptos é leiloado para pagar dívidas com o INSS, e o Beira-rio só é salvo após intervenção do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Anos se passam e o clube não consegue retornar à Série A.

Mas, no campeonato da 2° Divisão de 2006, o Inter fica em 2° e volta ao grupo de elite em 2007. No ano seguinte, ganha o Campeonato Gaúcho e ainda vê seu maior rival ser massacrado pelo Boca Junior nos dois jogos: 3 a 0 em Buenos Aires e 2 a 0 em Porto Alegre. Feliz com o ressurgimento, a torcida colorada toma as ruas de Porto Alegre, com faixa comemorativas e dizeres provocando o rival. Emocionado, o presidente colorado declara: "Este é nosso grande ano, depois de três décadas! Vencemos o Gauchão, voltamos à elite do futebol brasileiro, e comemoraremos este título do Boca como nosso. A partir de agora, ninguém poderá dizer que não somos campeões da Libertadores!".

Na estréia do Brasileirão, contra o Palmeiras, no Beira-rio, os alvi-verdes vencem com dois gols de um jovem estreante: Alexandre Pato, que viera das bases do próprio colorado e migrou para São Paulo, "em busca de oportunidades maiores". Mas, ao final do ano, após razoável campanha, o Inter fica em 11° e se classifica para a Copa Sul-americana, o primeiro torneio continental após muitos anos. Animado, o presidente colorado anuncia o "Projeto Tókio" e garante que, no ano do centenário (2009), o Colorado vencerá a Libertadores e disputará o Mundial pela primeira vez.

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UFA! Acordei do pesadelo! Felizmente, vencemos aquele jogo em Belém do Pará por 2x0 e posso me orgulhar de nunca, repito: NUNCA!, termos caído para a Segundona. Ademais, neste período aí fomos vice-campeões brasileiros duas vezes, campeões da Libertadores, Mundial e da Recopa Sul-americana, conquistando a Tríplice Coroa. De real neste pesadelo, só o chocolate (ou alfajor?) que os azuis tomaram do Boca.

Como fui feliz nestes últimos três anos! Como é bom ser Colorado! E tem gente que reclama de 2007...


BLOGUISTA #13

COMENDO GRAMA...

As coisas parecem que estão começando a se arrumar lá para as bandas do Gigante da Padre Cacique.

Desde o início do ano, salvo o torneio amistoso de Dubai, temos enfrentado times de ruins para medíocres. E qual é a função do time grande quando pega adversários de tal inexpressividade?! Ganhar, e não basta ganhar com um 1x0 de pênalti aos 42 do 2º tempo... tem que ganhar bem, com autoridade, se impondo em campo! E é isso que estamos fazendo.

Tenho dúvidas em relação a este esquema tático adotado pelo Abel, esse papo de carrossel é conversa pra boi-dormir, mas é evidente que o time começa a se entrosar, sendo este esquema o ideal ou não. Temos hoje uma intensa movimentação no meio de campo, com jogadores trocando de posição e rodando o jogo, já vi WM de ponta direita, Magrão já andou por lá também... Isto é bom ou ruim?! Não tenho a resposta, tenho minhas dúvidas, mas é fato que estamos adquirindo padrão de jogo, além de, é claro, um excelente preparo físico, são vários os exemplos de jogos em que matamos nossos adversários no cansaço, empilhando gols nos minutos finais da partida.

Assim como boa parte da Massa Vermelha tenho minhas restrições ao nosso comando técnico, se o técnico é novo e não conhece o material que tem na mão sempre se dá um desconto pro cara, mas no caso do nosso Abel a quota de descontos dele já acabou, e faz tempo! Por isso sempre me indigno quando o vejo montando uma salada tática como a que fez contra o Polentude, a qual só fica pior quando ele finalmente percebe que desandou a maionese e enche o time de atacantes esperando que resolva... invariavelmente não resolve, estamos cansados de saber!

Entretanto não tenho como negar os méritos do cara, um exemplo bem vivo na minha memória foi o confronto contra o Barcelona. Abel acordou, comeu, dormiu e sonhou Barcelona. Foi uma overdose de orientações passadas ao time. Lembro inclusive da declaração do Edinho no DVD do Mundial afirmando que nunca tinha estudado tanto esquema tático na vida. Trata-se de um excelente motivador, um cara que tem o grupo na mão, embora nem sempre faça a leitura correta do jogo... tem seus méritos, porém tem seus bruxos (e quem não tem?!), não agüento mais ver Lulu Santos na zaga enquanto Danny Morais esquenta o banco, assim como não me convenço do papel tático do WM, sendo que temos um exímio cobrador de faltas, com boa chegada no ataque e o melhor de tudo, lateral direito de origem, no banco...

Ressalvas feitas, reafirmo que estamos no caminho, não nos cabe escolher o adversário, e sim jogar, ganhar e convencer... e isto temos feito, e com louvor! A esperança é cada vez maior no coração da Massa Vermelha, a qual pode ser medida pelas enquetes aqui do Blog, que apontam uma crescente no otimismo da torcida. Particularmente compartilho este otimismo, porém quero ver esse time e, principalmente os jogadores mais contestados, enfrentando adversários à altura da grandeza do Sport Club Internacional, estou ansioso por um gre-NAL, onde por mais que seja sabido que temos mais time e mais grupo é um clássico onde tudo pode acontecer, ou seja, um excelente termômetro para saber o que poderemos almejar de nosso time quando a Copa do Brasil apertar e o Brasileirão e a Sul-americana chegarem...

Acredito que dias como os vividos em 2006 estão cada vez mais próximos. Quero ver o Glorioso enfrentando o Nacional, mas não o dos confins da Paraíba e sim o do Uruguai ou o da Colômbia. Quero voltar a sentir aquela mesma emoção de virar um jogo como aquele contra o Pumas no Gigante, o mesmo frio na barriga dos últimos minutos contra a LDU, a mesma alegria de ouvir o Sóbis rasgar a camisa do San Pablo em pleno Morumbi e principalmente, quero ser novamente embriagado (literalmente também) pela onda de alegria ao ver o Gabiru com cara de “não acredito que eu fiz isso”.
Acredito no grupo, confio no time e afirmo que a única receita para voltarmos a sentir estas alegrias acima descritas é o trabalho e a humildade. Peço que o time não suba nas tamancas, que trabalhem sério, seja no esquema que for, seja qual for a escalação, mas que se dediquem, quero motivação, empenho, garra, quero 11 Guinã em campo, enfim, quero ver o time comendo grama!! Vamô Inter!!!


BLOGUISTA #14

DE BEM COM A BOLA

Sou daqueles que acreditam que a bola tem vontade própria. Trata-se do mesmo fenômeno que a maioria define simplesmente como sorte ou azar, que seja. O errado é desconsiderar esse critério para julgar o futebol, um esporte em que muitas vezes a distancia entre o céu e o inferno tem milímetros ou frações de segundo. O detalhe está no dia a dia de todo time de futebol e tudo isso se resume no que chamo de "vontade da bola".

Durante muito tempo considerei que a "bola" não jogava do nosso lado. Era o tempo em que tínhamos sempre esse inimigo a mais em campo e também fora dele. Um dia a maré mudaria e, como de costume, foi após a tempestade. E essa tempostade foi o Zveitão, depois dela a maré mudou. O momento símbolo disso foi um lance do jogo contra o Libertad no Paraguai. Quem não lembra daquela bola chutada de fora da área que bateu no travessão, nas pernas do Clemer e foi pra fora? Era a bola dizendo: "estou com vocês". Ela agora estava do nosso lado e não sentiriamos mais a falta de detalhes, do capricho dela. O toque do Valdés antes da bola chutada pelo Adriano morrer nas redes é uma prova clara que ela queria entrar. Ela sabia que se dependesse de um detalhe, da vontade dela, o Inter seria o Campeão. E assim o foi.

Nesse sentido tivemos vários grandes jogadores, que se dedicaram, que lutaram, suaram a camisa, mas que, por depender do detalhe, acabaram no esquecimento. Não tinham a bola em seu favor. Claro que se ao chegar numa final, em dois jogos o time leva cinco gols e não faz nenhum, o problema foi mesmo inferioridade. Mas perder ou ganhar uma final de campeonado por um gol, aí não há dúvida: foi por pouco e qualquer detalhe poderia alterar o resultado. Tanto o brasileiro de 1975 como o de 1988, tanto a Libertadores de 1980 como a de 2006, por muito pouco, o resultado seria diferente. Já procuraram no YouTube algum vídeo do "Bahia Campeão?" (quem tiver estomago, que procure). É ridículo ver o "despacho" que fizeram no vestiário dos caras, uma várzea tal, que a bola não gostou. E quando ela quer, sabemos, a bola pune.

Estou dizendo tudo isso e até lembrando de episódios desagradáveis para afirmar o óbvio: que detalhes fazem parte do futebol. O lamentável é ver que muitos, por má-fé ou ranço, insistem em ignora-los ao analisar a situação do Inter, seja ela qual for. Uns até tiveram chiliques quando o Abel declarou, ano passado, que nem sempre se deve avaliar o time simplesmente pelo resultado. Quando há qualidade técnica, quando há vontade, organização tática e luta até o final, não é o momento de fazer revoluções, trocar tudo e todos. É momento de ajustes, de trabalhos pontuais, acertar os detalhes e, enfim, ficar de bem com a bola. Assim, os resultados virão. Esse ano chegaremos em grandes decisões, podem me cobrar quando o Louis informar minha identidade. Talvez seja demais sonhar em goleadas e vitórias fáceis em finais, mas se dependermos da vontade da bola, aí a única forma de influenciar é torcendo, apoiando e acredintando: ela há de nos fazer felizes. Cada vez mais.