quinta-feira, novembro 09, 2006

30 Ídolos – Salve, Don Elias Figueroa

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ESCRITO POR RODRIGO ARAUJO

Como a defesa do INTERNACIONAL está em alta, imponente e em ótima fase resolvi fazer uma homenagem a Don Elias. Na verdade, o motivo principal de estar escrevendo sobre Figueroa é outro, estou atendendo ao pedido feito em 27 de outubro (naquele post reservado às manifestações infelizes da Renata Fandoceni), pelo nosso amigo Fernando A. Rodrigues, vulgo Lestat. Como se trata de um torcedor do Pablito, tive que começar o post falando na defesa do INTER e não no pedido dele, é claro, hehehe.

Alguns dirão: “pó, mais eu já sei tudo do Figueroa, sou COLORADO! Não vou nem ler, blá, blá, blá.” Tudo bem, mas vejam que interessante uma pessoa que não tem nada a ver com o clube quer saber um pouco da história de um dos jogadores mais importantes do INTER e acho isso válido, então, lá vamos nós.

Don Elias Figueroa

Elias Ricardo Figueroa Brander nasceu em Valparaíso (Chile) no dia 25 de outubro de 1945. Chegou para jogar no Internacional em 14 novembro de 1971, antes, havia jogado pelo Wanderers, do Chile, Union Calera e Peñarol, do Uruguai.

Vestindo a camisa COLORADA fez 26 gols em 336 jogos, foi hexacampeão gaúcho (1971/72/73/74/75/76) e bicampeão brasileiro (1975/76). Disputou 17 clássicos INTERgre, tendo perdido apenas 1 (e o Ronaldinho Pipoqueirúcho se gabando que perdeu apenas 1 de 11, vai se f...) e nunca foi expulso ao longo de sua carreira.

Nem tudo foi fácil para Figueroa, passou por várias dificuldades, como problemas respiratórios quando era criança (fato que o impedia de correr e “pular” com as outras crianças). Como não podia brincar normalmente chutava solitário uma bola na parede realizando dribles contra adversários imaginários até pegar jeito com a “pelota” (acho que é por isso que ninguém passava por ele, pra ele o adversário simplesmente não existia, rsrsrs). Aos 10 anos teve poliomielite, ficou mais de um ano em uma cama vegetando, mas deu a volta por cima e seguiu seu caminho para o sucesso.

O apelido Don Elias foi dado quando ainda jogava no Chile, por um comentarista local, depois que saiu de sua área deu uma janelinha em seu adversário e passou por outros dois. Em 1974 estava na Copa do Mundo com a seleção Chilena onde parou Gerd Miller.

Foi dele o gol que colocou nossa primeira estrela no peito na final do Campeonato Brasileiro de 1975 contra o Cruzeiro, abaixo o vídeo (que todo mundo já viu, mas não custa ver novamente), com o “GOL ILUMINADO”.

Em 1976, o chileno repetiu a dose. O zagueiro foi bicampeão brasileiro, quando o Inter venceu o Corinthians por 2 a 0, fazendo a festa no Beira-Rio lotado. Além dele, o COLORADO tinha em seu elenco jogadores como Falcão, Paulo César Carpeggiani, Dadá Maravilha e Manga, só para citar alguns exemplos de atletas que vestiram a camisa da Seleção Brasileira.

Em 1977, chegou à hora da despedida, em 26 de janeiro Figueroa foi vendido para o Palestino do Chile por um valor oito vezes maior do que havia sido adquirido. Em sua partida de despedida a torcida indignada, fez o que??? VAIOU Don Elias Figueroa.

Figueroa, quando ainda atuava no Peñarol foi considerado duas vezes melhor jogador do Mundo, no INTERNACIONAL duas vezes melhor central do mundo e duas vezes melhor central da América. Isto significa dizer:
- 6 vezes melhor central da América;
- 4 vezes melhor central do mundo;
- 2 vezes melhor jogador do mundo.


Em 1982 pendurou as chuteiras. Em 1996 assumiu o cargo de Gerente de Futebol do INTER, isso demonstra a forte ligação com o clube. Como o COLORADO não vinha bem no Campeonato Brasileiro daquele ano ele assumiu o lugar de Nelsinho Baptista, que “abandonou” o INTER para ir treinar o “Curintia”.

Faltou pouco para levar o Colorado às finais. Depois de exigir garra dos jogadores e mostrar a eles que a camisa vermelha era a mesma temida pelos adversários no passado, o time melhorou, conquistando 80% dos pontos disputados sob seu comando. Faltando quatro rodadas para o final da primeira fase, já com o risco de rebaixamento afastado, o INTER precisava vencer todos os jogos para se classificar. Venceu os três primeiros, sendo o terceiro contra o “Curintia”, no Beira-Rio. A vitória eliminou o time de Nelsinho Baptista, que havia deixado o clube na incômoda 19ª posição antes de se transferir para São Paulo (a vingança é um prato que se como frio, hehe). Na partida decisiva, contra o rebaixado Bragantino, o COLORADO tropeçou. A derrota fez com que o treinador tivesse de se contentar com a eliminação. Apesar da vontade da torcida em sua permanência, a direção preferiu não mantê-lo no cargo. Defensores do ídolo alegaram que o presidente Pedro Paulo Záchia estava de olho na reeleição (o que realmente acabou acontecendo) e, por este motivo, temia que Figueroa fosse eleito novo mandatário do clube (e foi bem isso que aconteceu mesmo).

Foi escolhido ainda (1999) para integrar a seleção da América do Sul de todos os tempos. Uma pesquisa com cronistas esportivos do mundo todo que ficou assim: Fillol (Argentina); Carlos Alberto (Brasil), Figueroa (Chile), Passarella (Argentina) e Nilton Santos (Brasil); Maradona (Argentina), Di Stéfano (Argentina), Rivelino (Brasil) e Didi (Brasil); Garrincha e Pelé (Brasil).

Para não ficar longe do futebol se dedicou ao jornalismo, hoje trabalha na RBS, na televisão, faz também os comentários no Pay-per-View, SportTV, Premiére. Como sempre foi um admirador de vinhos Elias Ricardo é empresário e tem um vinho com a marca Don Elias que importa do Chile e vende no Brasil.

"A área é a minha casa, aqui só entra quem eu quero." - Don Elias Figueroa

Bah, tive que terminar, ficou quase um jornal. Espero que tenham gostado porque tive que resumir muito. A história desse cara é fantástica e tomara que o Lestat leia. Li livros que comparam Gamarra ao Figueroa, não sei, até pode ser pelo estilo. Mas o COLORADO tem um histórico muito bom de zagueiros: Lúcio, Bolívar, Índio, Fabiano Eller... Quem mais?

NADA A VER COM O ASSUNTO

Vou aproveitar e divulgar o Hino em Japonês aqui, já que o Blog Vermelho recebe milhares de visitas por dia, para quem não escutou ainda, aproveite, e quem já escutou... Escuta outra vez, ora! Imaginem a Popular entoando isto, não sei se iria ser hilário ou emocionante!

Clique aqui e baixe a letra do Hino em Japonês

Clique aqui e baixe o Hino no formato MP3

PS: O Juventude entregou a rapadura mais uma vez para a Matriz.